Estou de volta às Reviews às Cegas, desta vez com Scandal! Para quem ainda não sabe, o desafio a que nos propomos nesta rubrica é simples: Ver o episódio mais recente de uma série que nunca vimos antes e sobre a qual pouco ou nada sabemos e relatar as nossas descobertas/reações ao longo do episódio.
Nunca vi nenhum episódio, sei que há pessoas bem vestidas pelas fotos promocionais que vou vendo, mas de resto nada sei da história em si. Vantagens de pertencer ao Séries da TV: Embora nunca tenha visto a série, sei perfeitamente quem é a atriz principal, Kerry Washington, e que ela já esteve várias vezes nomeada para vários prémios pelo seu papel em Scandal, incluindo Emmys e Golden Globes, embora nunca tenha ganho nenhum desses dois.
Mas vamos lá ao episódio:
Imagens da Casa Branca. Casal a discutir… suponho que não seja na Casa Branca…
Também conheço este: Paul Adelstein, dos bons velhos tempos de Prison Break. Que saudades. Ela, não estou a ver quem seja, mas estou a achar que não representa lá muito bem… Há para ali traições? Pelos vistos ele fez asneira, ela está muito repugnada com a situação e agora aparentemente tem que ser ela a resolver a coisa… o que quer que essa coisa seja… se calhar eles não são um casal… são? Se fossem porque raio é que ela teria que “resolver” a traição dele? 1 minuto e 15 segundos de episódio e já estou confusa. Começamos bem.
Ai está a Kerry!
A Abby, a que estava a discutir com o Adelstein, foi-lhe mostrar a suposta asneira que ele fez… ou qualquer coisa assim.
Um livro? Escrito por alguém que alegadamente dormiu com uma carrada de homens poderosos e importantes, ao que parece. Será aquilo tipo uma blacklist ou um Fifty Shades of Grey baseado em acontecimentos reais?
A Kerry parece não estar a entender o drama da Abby com o livro e sinceramente eu também não estou… mas estamos prestes a descobrir certamente.
“You saw the part about the guy she calls The Dustbuster.”
“Leo is The Dustbuster.”
OH MEU DEUS! Se eu ao menos soubesse quem é o Leo talvez isto fosse realmente uma revelação chocante…
Será que o Adelstein é o Leo? Se for já começo a perceber!
O livro revela que o Leo tem gostos sexuais peculiares, aparentemente, e por alguma razão isso afectará a reputação da Abby se a imprensa descobrir que os homens descritos no livro são reais e quem eles são.
Então a Abby é alguém das políticas? E a Kerry é chefe de alguma editora ou firma de advogados para ter poder de impedir a publicação do livro?
Estou a interpretar isto bem? Ou estou a caminhar para o frio?
A Kerry (continuarei a chamá-la pelo nome da atriz porque ainda não sei o nome da personagem e porque já tenho a ficha presa assim no cérebro) foi visitar a autora do tal livro.
“Oh my God! You’re Olivia Pope!”
(Mais depressa falasse mais depressa me tinham dito o nome dela… de qualquer modo, vais continuar a ser Kerry por aqui, Olivia.)
A Kerry dá-lhe um sermão sobre como o livro dela destruirá a vida dos homens que ela lá expõe e ordena-lhe que destrua o livro e não o publique.
JFC… eu também ficava assustada se ela falasse assim para mim. A mulher intimida!
Entretanto conhecemos dois novos senhores, que desconheço totalmente. Um engravatado e um que deve ser motoqueiro ou assim, a contar pela barba e pelo casaco de cabedal. O último está a pedir ao primeiro por imunidade, zero tempo de cadeia, um novo começo e essas coisas todas…
Há um plano qualquer, para parar uns assassinos quaisquer, se percebi bem, e o Casaco-de-Cabedal tem algum papel nesse plano. Mas está assustado, provavelmente a coisa é perigosa para o lado dele.
Hum, interessante, o Casaco-de-Cabedal trabalha para/com a Kerry. E chama-se Huck. Que raio de nome, homem…
Oh! A autora do livro, Sue, voltou. Desta vez foi ela ter com a Kerry. Afinal não é só uma menina assustada:
“I won’t publish the book… if you give me 3 million dollars.”
Credo, agora quem me está a intimidar, e à Kerry também, é a Sue. Está a atirar-lhe umas bem ditas à cara.
(BTW, este efeito espelhado-bêbado esquisito que fazem quase sempre que aparece a Kerry em primeiro plano está-me a atrofiar um bocado. Qual é o objetivo disto?)
“I’m not ashamed. This is my life, my body, my story to sell or tell. (…) You can call me a whore (…) you can also call me an author, an artist, a business woman. You can call me smart and pretty soon you can call me successful.”
She said it! *Mic drop* I’m out!
Cheira-me que vais ter problemas com esta, Kerry.
Voltamos à Abby, que deve ser alguma espécie de assessora do Presidente dos EUA, digo eu… E, olha a ex-namorada do Hotch de Criminal Minds:
Diria que ela é a Primeira Dama, mas ela está a dizer que vai concorrer a senadora não sei de onde. Não pode ser as duas coisas ou pode? Olha eu a tentar entender o sistema político dos States, sim claro, não há-de ser hoje…
Ahah, ela quer o Leo como gestor de campanha, mas a Abby diz que ele está indisponível. Sure, Abby, sure. Bem, pelo menos confirmou-me que a Abby e o Leo estão relacionados e cada vez tenho mais certezas que o Leo é mesmo o Adelstein.
Entretanto, voltamos ao escritório da Kerry e isto já quase parece uma série policial, com fotos dos suspeitos a serem afixadas em quadros, ou janelas neste caso.
Só mesmo a musiquinha de loja da Zara durante a cena para me relembrar que não, isto não é um policial.
O plano da Kerry, do Huck e da outra rapariga da crew: Descobrir quem são os 17 homens de quem a Sue fala no livro para os fazer pagar, em conjunto, os 3 milhões de dólares.
Para isso, precisam de ler o livro, e então planeiam uma artimanha para conseguirem ir a casa da Sue encontrar o livro.
O Huck lá o encontra, digitaliza as páginas todas, deixa tudo no mesmo sítio e sai. Mission completed.
Nova cena: o Presidente anda a espiar a Kerry, ou a protegê-la, não tenho a certeza de qual dos dois. Aconteceu alguma coisa à Kerry, e ela agora está ligeiramente traumatizada ao que parece, e quando não está a trabalhar, está em casa sozinha, a beber vinho, com uma arma na mão. E sem comer nada, pelo que o contratado para a espiar está a contar.
Novo dia, a missão continua:
E sim, está confirmado, o Dustbuster a.k.a. Leo é mesmo o Adelstein.
A crew lá consegue descobrir a identidade de todos os homens descritos no livro e, um deles, de cognome “The Doctor” é:
Este indivíduo, que era o engravatado a quem o Huck estava a pedir imunidade à bocado, quer dizer, no dia anterior.
Mais personagens novas, que não faço ideia quem sejam ou qual a sua importância no enredo, apenas que tem qualquer coisa a ver com votos e com o Presidente mas, como estou mais interessada na história do livro da Sue, vou saltar isto sem me dar ao trabalho de tentar perceber. Mas esperem… agora que reparo bem, o velhote não é o Mr. Weasley dos filmes do Harry Potter?!?!?!
Continuando…
Eles reuniram mesmo os 17 homens na mesma sala? Demasiada testosterona junta, sem ser num campo de futebol, resulta em mais algazarra que uma sala cheia de estrogénios.
A Kerry bem tenta, mas está difícil convencê-los a juntarem os 3 milhões, especialmente graças ao The Doctor.
O Huck não está a gostar da atitude dele. Porque se o The Doctor não contribuir e o livro for lançado, ele perde o poder para garantir a imunidade ao Huck.
E chega aquela parte do enredo de continuidade, que eu por muito que tente, tenho a certeza que não vou chegar ao busílis da questão. Mas percebi que:
O Huck está a trabalhar com o The Doctor para deitar abaixo uma organização qualquer que tem qualquer coisa a ver com a Kerry, ou com o trauma que ela apanhou. Que organização é e o que fizeram à Kerry, e onde entra o Huck e o outro, isso já não faço ideia. O que sei: se o livro sair, o The Doctor é despedido e a investigação vai à vida e o Huck vai preso e não pode ver mais a família e ele não quer deixar isso acontecer.
Talvez inspirada pelo livro da Sue, a Kerry decide sair da sua espiral destrutiva e vai até um bar, toda bem vestida e conhece um rapazito. Não lhe diz o seu nome verdadeiro, contudo.
Ela parece muito decidida em ter um one night stand ali com o Russell. Até ir à casa de banho do bar e começar a ter flashbacks do, suponho eu, acontecimento traumatizante por que passou.
(Nota: aqueles não são os azulejos da casa de banho onde ela efectivamente está, são os do sítio onde ela está a pensar estar enquanto delira um bocadinho)
Ela sai pelas traseiras do bar e deixa o pobre do Russell lá pendurado.
Mais um novo dia e novos descobrimentos acerca da vida da Sue trazem um plano B à crew da Kerry. Eles descobriram a verdadeira razão pela qual a Sue escreveu o livro.
O antigo chefe dela descobriu os gostos peculiares dela e fez-se ao bife, que é como quem diz, forçou-a a ter relações sexuais com ela, mas ela deu-lhe com os pés. A partir daí, o senhor não lidou bem com a rejeição, despediu-a e manchou a imagem dela de modo a que ela não conseguisse arranjar emprego em mais lado nenhum.
Então a Kerry faz-lhe uma proposta: Ajudá-la a vingar-se do antigo chefe e mandá-lo para tribunal, em vez de ela publicar o livro. Para além disso, ainda lhe conseguiu entrevistas de emprego. Que querida, Kerry. E la vai a Sue toda contente para casa.
Oh shit!
Um dos homens descritos no livro achou que talvez matar a Sue fosse melhor opção para impedir que a sua carreira desmoronasse.
Ainda bem que a Pope Crew chegou a tempo.
OH SHIT! PLOT TWIST!
O Huck cortou-lhe o pescoço! O Huck cortou-lhe o pescoço!!!!!
OMG! WTF?! Oh rapaz, a situação estava resolvida! Não havia necessidade! Estás tolo?!
Ai que isto de repente tornou-se uma série muito hardcore!
Ora bem, enquanto recupero do choque, os desenvolvimentos são estes:
A Kerry sabe da morte da Sue, mas não sabe que foi o Huck que a matou. Claro que a Quinn não lho vai dizer. Então ela mostra à Kerry que trouxe as cópias todas do livro e que o melhor é não as entregar à polícia e fazer de conta que o livro não existe, para “proteger a Abby”. Bela tática.
Bom, o Huck lá consegue a sua imunidade.
A Abby e o Leo já não discutem.
“What was chapter 5?”
“You really wanna know?”
“I think we owe it to Sue. To her memory.”
OK! Não! Isto não é correto, meninos!
“Get down to the kitchen. Get your clothes off. Get the butter.”
OK! Isto é tão errado! A rapariga morreu há menos de um dia e vocês vão reencenar as coisas que ela descreve no livro?! Só a mim é que isto quase parece necrofilia? Pronto, estou a exagerar mas, seriously though!
Entretanto a Kerry guarda as cópias do livro no seu cofre. Algo me diz que isto ainda há-de voltar a ser assunto para complicações em episódios futuros.
E lá vai ela para o bar outra vez. E lá está o Russell outra vez.
Por favor não penses em reencenar as cenas do livro da Sue tu também, Kerry.
There we go. É que nem quero saber.
The End!
Notas finais: Continuo sem saber qual é mesmo a profissão da Kerry. Mas fora isso, embora este não seja o meu tipo de série preferido – gente importante das políticas e os seus dramas, não me despertam grande interesse – não desgostei. É uma série que se vê bem, consigo perceber as boas críticas que tem. No entanto, não achei a representação da Kerry Washington assim nada de por aí além.
Para terminar:
Nota: 7/10.
Mélanie Costa