Para além de serem os rostos de muitas das nossas séries e filmes preferidos, a verdade é que os atores têm um papel de relevância na sociedade devido à visibilidade que têm e não é à toa que são frequentemente vistos a apelar ao voto ou noutras causas sociais. São pessoas com poder de influenciar opiniões, principalmente a dos mais novos, e por isso é sempre positivo quando estão associados a causas nobres. Já adivinham o que aí vem, não? Venham então conhecer as causas a que dez atores e atrizes se dedicam.
Alfre Woodard: Começou a carreira na representação há cerca de quatro décadas, mas o seu percurso como ativista também já é longo. Em 1989, foi uma das fundadoras da Artists for a New South Africa, uma organização sem fins lucrativos dedicada ao combate ao HIV/SIDA e ao melhoramento das condições de vida na África do Sul. Em 2009, Barack Obama convidou Alfre para integrar um Comité de Artes e Humanidades da Casa Branca empenhado em trabalhar com escolas públicas com índices elevados de pobreza e com alunos com dificuldades em todo o país. O envolvimento de Alfre na arte associada à educação continua com uma cooperação com o Departamento de Educação americano. A atriz é ainda uma apoiante dos direitos LGBT.
Benjamin Bratt: Apesar de ter nascido na Califórnia, as raízes de Benjamin estão ligadas aos Quechua, povos indígenas da América do Sul, pelo lado materno. O ator tem orgulho na sua herança cultural e é ativista em vários projetos, nomeadamente a American Indian Movement, que se dedica a defender os direitos civis dos indígenas, vulgarmente conhecidos como índios. É ainda um apoiante da American Indian College Fund, uma organização sem fins lucrativos que providencia fundos para bolsas que permitam que os jovens nativos possam ter educação superior; bem como da Friendship House, que apoia indígenas com problemas de abuso de substâncias, e da Native American Health Center, dedicada à saúde no geral. Este lado de Bratt, tal como a sua herança nativa, foi herdado da mãe, também ela uma ativista. Numa experiência já mais ligada à representação, Benjamin foi o narrador de American Experience, uma série documental sobre os povos nativos dos Estados Unidos e que conta a sua história ao longo de quatro séculos.
Ian Somerhalder: São várias as causas a que se dedica um dos protagonistas da já terminada The Vampire Diaries. Uma delas está ligada à preocupação ambiental, outra aos animais. Em 2010, Ian participou nas ações de limpeza levadas a cabo depois do derramamento de petróleo causado pela explosão da Deepwater Horizon e, nesse mesmo ano, foi o anfitrião de uma angariação de fundos para um abrigo de animais no Louisiana, o seu estado natal. Aliás, estas duas causas são aquelas que o ator abraçou com mais dedicação, tendo criado a Ian Somerhalder Foundation, que chama à atenção para a importância de protegermos o ambiente e os animais. A fundação ‘nasceu’ precisamente no dia de aniversário de Somerhalder e este apelou que fossem feitos donativos a projetos ligados a ambas as causas. A comunidade LGBT também tem despertado as atenções do ator, que, juntamente com Candice Accola e Michael Trevino, é um apoiante do The Trevor Project e do It Gets Better Project, que se dedicam à prevenção do suicídio jovem e à consciencialização junto de pais e educadores para proporcionarem um ambiente seguro a estes adolescentes e jovens adultos.
Jared Padalecki: Um dos principais rostos de Supernatural abraçou uma causa que também lhe diz muito a nível pessoal, a depressão, contra a qual tem vindo a lutar. Em março de 2015, Jared lançou uma campanha chamada Always Keep Fighting, através da qual angariou fundos para a To Write Love On Her Arms, uma organização sem fins lucrativos de apoio a pessoas que contemplam o suicídio e que lutam contra a depressão, vícios e automutilação. No mesmo ano, Padalecki juntou-se a Jensen Ackles, o seu colega de elenco, para lançar uma t-shirt cujos lucros reverteram também para a mesma causa.
Kal Penn: O antigo ator de House M.D. tem estado muito ligado à política e à cultura. Em primeiro lugar, foi um grande apoiante da candidatura de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos nas eleições de 2008. Inclusive, no ano seguinte, foi-lhe oferecido um cargo na administração Obama num Gabinete de comunicação e interação com diversos grupos de interesse, no qual trabalhou diretamente com comunidades americanas de origem asiática e das Ilhas do Pacífico. Aquando das eleições seguintes, Penn continuou a ser um membro ativo, nomeadamente incitando os mais jovens a votarem e, no segundo mandato de Obama, fez parte do Comité do Presidente para as Artes e Humanidades e foi o Mestre de Cerimónias de um Festival de Cinema promovido pela Casa Branca para jovens estudantes até ao 12.º ano. O ano passado, Penn e todos os membros do Comité demitiram-se dos seus cargos – como protesto pelas declarações feitas por Donald Trump à Manifestação Unite the Right – e acusaram o atual presidente de “apoio a grupos de ódio e terroristas que mataram e feriram companheiros americanos em Charlottesville”. Kal também se tem revelado um apoiante da causa dos refugiados. Inclusive, foi responsável por uma angariação de fundos para refugiados sírios, depois de Trump ter proibido a imigração para os Estados Unidos de pessoas vindas de diversos países do Sudoeste Asiático e de África.
Lucy Liu: No ano de 2001, Lucy foi a porta-voz da Lee National Denim Day, que angariou dinheiro para o combate ao cancro da mama. Três anos mais tardes, foi nomeada embaixadora da U.S. Fund for UNICEF, a organização não-governamental e sem fins lucrativos dos Estados Unidos que apoia a UNICEF, o que a fez viajar para países como o Paquistão e o Lesoto. Depois, esteve também envolvida na discussão da problemática do tráfico humano, tendo sido a apresentadora do documentário Traffic, parte de uma campanha da MTV para sensibilizar o público face a este tema, bem como ao da escravatura moderna. A atriz foi ainda a produtora da curta-metragem The Road to Traffic – que expõe a dura realidade do tráfico humano, contando a história da cambodjana Somaly Mam – e do filme Redlight, que dá a conhecer as vidas de várias crianças – algumas de apenas três e quatro anos – do Cambodja que foram raptadas para serem usadas na prostituição infantil. Lucy é também uma apoiante da equidade no casamento e, em 2011, foi porta-voz da Human Rights Campaign, o maior grupo de apoio aos direitos da comunidade LGBT nos Estados Unidos. Por fim, juntou-se à Heinz, famosa pelo seu ketchup, numa campanha de combate à anemia causada por baixo consumo de alimentos com ferro, minerais e vitaminas em crianças de países em desenvolvimento.
Nazanin Boniadi: Apesar de ter crescido em Londres, Nazanin nasceu no Irão, precisamente numa altura em que o país ainda estava a viver no rescaldo da Revolução Iraniana. Assim sendo, a atriz tem-se dedicado a várias causas relacionadas com o seu país de origem. Ela é porta-voz da Amnistia Internacional dos Estados Unidos, com destaque especial para o injusto tratamento e condenação de jovens, mulheres e prisioneiros de consciência iranianos. Nazanin foi também a responsável por uma petição, sob a forma de protesto, contra a prisão dos realizadores iranianos Jafar Panahi e Mohammad Rasoulof, que tinham sido condenados sob acusações de “propaganda contra o Estado”, e mais tarde esteve envolvida numa outra que visava Behrouz Ghobadi, outro realizador. Esteve também em greve de fome, também como forma de protesto, pela detenção de Joshua Fattal e Shane Bauer, dois americanos de férias que foram encontrados por guardas fronteiriços iranianos e acabaram por ser acusados de espionagem. Os dois estavam acompanhados por Sarah Shourd, que acabou por ser libertada primeiro que eles, ao fim de 14 meses de detenção. Finalmente, Nazanin apoia ainda a campanha Education Under Fire, que pretende acabar com a perseguição e discriminação vivida pelos praticantes da Fé Bahá’í, que defende a unidade da humanidade, em que os seres humanos foram criados de forma igual e que as diferenças raciais e culturais devem ser aceites e valorizadas.
Nicole Kidman: Já há mais de vinte anos que Nicole está envolvida nas mais variadas causas. Ainda na primeira metade da década de ’90, angariou fundos para crianças desfavorecidas e foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade, tanto da UNICEF como do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher, tendo também recebido o prémio Citizen of the World (Cidadão do Mundo), atribuído pelas Nações Unidas. Esteve também envolvida em campanhas ligadas ao combate ao cancro da mama, doença que a mãe da atriz enfrentou. Recebeu ainda um louvor atribuído pelo governo australiano, não só pelo seu trabalho como atriz, mas também por “contribuições para melhorar o tratamento médico para mulheres e crianças e como apoiante na pesquisa do cancro […] e causas humanitárias na Austrália e internacionalmente”. Nicole é conhecida do mundo das séries pelo seu papel de uma vítima de violência doméstica e esta é uma causa à qual tem dedicado especial atenção. Viajou até vários países nos quais as Nações Unidas atuam para acabar com a violência contra mulheres, mas também para dar voz às sobreviventes. Nicole está ainda envolvida na política, sendo uma apoiante do Partido Democrata americano.
Stephen Amell: O protagonista de Arrow tem sido o responsável por várias angariações de fundos para causas anti-bullying, consciencialização para a deteção de cancro numa fase inicial e veteranos de guerra a lidar com Stress Pós-Traumático. Através de duas participações especiais, uma em WWE Raw e outra em American Ninja Warrior, Stephen angariou dinheiro para a Emily’s House, em Toronto, que presta cuidados de saúde a crianças e jovens com doenças graves e apoia, ao mesmo tempo, os seus familiares, oferecendo uma alternativa aos hospitais, e para o Red Nose Day.
Winona Ryder: Muito antes de ter dado vida à mãe de uma criança raptada em Stranger Things, Winona já estava bem ligada, na vida real, à causa do rapto infantil. Isto acontece através da Polly Klaas Foundation, que foi criada para prevenir precisamente raptos infantis e para ajudar a encontrar crianças desaparecidas. Esta fundação tem o nome de uma menina raptada aos 12 anos e que acabou por ser encontrada morta, em 1993. Por altura do rapto, Winona oferecera uma recompensa de 200 mil dólares pelo regresso da menina em segurança, mas isso nunca aconteceu, infelizmente. Tal como Benjamin Bratt, também Winona se dedica a apoiar os direitos dos indígenas, tendo feito donativos para proporcionar aquecimento e transportes públicos para faculdades frequentadas por estes jovens, onde a taxa de desistência era elevada, e que as ajudas financeiras ajudaram a diminuir.