As 10 Melhores Estreias de 2021
| 24 Dez, 2021

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Mais um ano está prestes a chegar ao fim e muitas foram as novas apostas televisivas que conquistaram os seriólicos. Com inúmeros lançamentos num ano em que as séries continuaram a ser afetadas pela pandemia, a decisão não foi fácil, mas depois de termos escolhido as 10 piores, chegou a altura de divulgar também aquelas que consideramos serem as 10 melhores estreias de 2021.

arcane vídeos posters

Arcane: A série de animação decorre no mesmo universo do videojogo League of Legends, explorando o delicado equilíbrio entre a região utópica e próspera de Piltover e a oprimida e degradada cidade subterrânea de Zaun, com a tensão entre as cidades-estado a dividir famílias e amigos.

Porque é Arcane uma das Melhores Estreias do Ano?

Se achas que Arcane é apenas para os fãs de League of Legends, desengana-te (apesar de, claramente, ser especial para quem aprecia o jogo). Esta série merece ser vista por todos os fãs do género, nem que seja pela qualidade da animação, que apresenta uma ótima harmonia entre o realismo e a fantasia, tanto que, por vezes, damos por nós simplesmente a admirar o trabalho feito pelos artistas que conceberam este projeto, dando a Arcane uma beleza muito própria. Porém, como não só da qualidade da produção se faz uma série, é de mencionar a trama. Apesar de um dos focos ser a “guerra” entre os cidadãos de Piltover e os de Zaun, a verdade é que mesmo dentro de cada uma destas cidades há discórdias, rivalidades e problemas a resolver. Não podíamos deixar de mencionar também as irmãs Vi e Powder, cuja história acaba por ser fulcral para o futuro destas cidades. Arcane tem uma história interessante e emocional, talvez um pouco mais do que seria de esperar.

its a sin vídeos posters

It’s a Sin: A minissérie centra-se num grupo de jovens homossexuais, de diferentes partes do Reino Unido, que se cruzam em Londres, na década de 1980, durante o surgimento e a ameaça da SIDA.

Porque é It’s a Sin uma das Melhores Estreias do Ano?

Literalmente numa mão cheia de episódios, a série celebra a união de um grupo de amigos face a uma epidemia mortífera, fazendo-nos sentir como se tivéssemos entrado numa montanha russa. Assistimos aos altos e baixos de cada um dos protagonistas desta ensemble piece (sem um único erro de casting) de perto: desde as noites de festas no auge dos clubes gay (em que os êxitos musicais dos anos 80 são uma personagem incontornável) aos momentos em que homens demasiado jovens se apercebem de que as suas vidas serão interrompidas por uma doença envolta em mistério. Debaixo do mesmo telhado, tentam educar-se sobre o que é a SIDA para ficarem à margem do círculo vicioso do preconceito. Por sua vez, tentam igualmente conformar-se com o seu destino quando descobrem que contraíram o vírus. Embora vivam num “mundo cão”, têm uma certeza: encontrarão sempre conforto uns nos outros, na saúde e na doença. Prepara-te para rir, mas também para chorar (mesmo que te consideres o ser mais insensível à face da Terra) e, inevitavelmente, constatar a ignorância/homofobia que tantas vezes contagia a sociedade.

Lupin parte 2

Lupin: O thriller policial francês acompanha Assane, um homem que tem como objetivo vingar o pai, que morrera depois de ter sido acusado de um crime que não cometeu. Assane assume então o papel de Arsène Lupin, o famoso cavalheiro ladrão profissional que recorre à sua mestria pelo disfarce e inteligência.

Porque é Lupin uma das Melhores Estreias do Ano?

A série conseguiu prender uma boa parte do mundo logo nos primeiros dias de janeiro. Aliás, é um facto que chegamos ao final de 2021 e ainda nos recordamos com carinho de Lupin, quer da parte 1, quer da parte 2. Atrevemo-nos a dizer que foi a primeira série depois de Sherlock que conseguiu, dentro do género policial, prender tanto a atenção dos fãs. Além disso, Arséne, o personagem principal, é inteligente, forte e cativante, com uma aura de mistério à sua volta. Se vão fazer policiais, então façam-nos à imagem desta série, que até ajuda a desenferrujar o nosso francês.

maid Margaret Qualley dollar store

Maid: A trama desta série dá-nos a conhecer Alex, uma jovem mãe solteira que começa a trabalhar como empregada doméstica para (mal) pagar as contas, enquanto tenta fugir de uma relação abusiva e sair da pobreza, de forma a poder dar uma vida melhor à filha.

Porque é Maid uma das Melhores Estreias do Ano?

A série presta “serviço público” de diversas formas. Resumidamente, lembra-nos de que estamos sempre a tempo de ser os protagonistas da nossa história e também que, como narradores desta, somos livres de contar a nossa verdade. Despidos dos clichés retratados, os episódios são brilhantemente protagonizados por Margaret Qualley, cujos olhos transparecem constantemente o turbilhão de emoções pelas quais Alex passa. Ainda assim, há que admitir que Andie MacDowell, no papel de uma mãe, no mínimo dos mínimos, excêntrica e self-absorbed, acaba por “roubar” todas as cenas em que entra. Comovente e repleta de flashbacks ou momentos de daydreaming memoráveis, a série aborda temas sérios sem nunca se tornar enfadonha, funcionando antes como um friendly reminder para não cairmos sistematicamente nos mesmos padrões. Afinal de contas, há vida para além dos traumas do passado, assim como também existe violência doméstica para lá do abuso físico ou visível.

mare of easttown piloto

Mare of Easttown: No centro da história desta minissérie temos Mare Sheehan, uma detetive de uma pequena cidade da Pensilvânia que se encontra a investigar um assassinato local, ao mesmo tempo que a sua vida familiar se desmorona.

Porque é Mare of Easttown uma das Melhores Estreias do Ano?

Kate Winslet não precisa de grandes introduções e a sua Mare é muito humana, seja pelo stresse pós-traumático ou por um sentido de humor afiado. Numa das séries whodunit mais surpreendentes do ano, não só encontramos personagens propositadamente criadas para comic relief, incluindo uma avó com genica suficiente para bater todos os recordes do Fruit Ninja, como podemos encarar toda a narrativa como um puzzle apenas com a cercadura completa. Ou seja: todos nós conhecemos pequenas comunidades como a de Easttown, onde existem laços afetivos entre todos os habitantes e aos poucos vamos associando umas peças do puzzle às outras. Contudo, quando achamos que já sabemos exatamente qual será a sequência de eventos, quem matou quem ou, se quiseres, o padrão que o puzzle vai assumir, o episódio final apanha-nos de facto de surpresa. Por fim, a introdução de Colin Zabel na trama está extremamente bem feita e Evan Peters teve a merecida recompensa por uma interpretação curta, mas marcante: um Emmy na categoria de Melhor Ator Secundário em Minissérie.

Only Murders in Building

Only Murders in the Building: A comédia dramática centra-se em três estranhos que partilham uma paixão por mistério e crime, até que se encontram no meio de um e decidem investigar por conta própria.

Porque é Only Murders in the Building uma das Melhores Estreias do Ano?

Ainda que pareça que dentro do género de crime e mistério já tenhamos visto de tudo, dada a quantidade absurda de séries existentes, Only Murders in the Building consegue diferenciar-se, especialmente com a ideia da criação de um podcast. Temos também uma boa história que, apesar de não nos deixar extremamente espantados, consegue ser, de certa forma, imprevisível. Temos ainda uma excelente dinâmica entre os três personagens principais, Mabel (Selena Gomez), Charles (Steve Martin) e Oliver (Martin Short), mesmo sendo tão diferentes, quer em termos de personalidade e história de vida, mas também de idade. Embora seja uma série que envolva crimes, é bastante leve, divertida e cativante, ideal para fazer binge-watch, ainda para mais com episódios de somente 30 minutos.

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Pôr do Sol: A produção portuguesa satiriza, de forma cómica, todos os estereótipos presentes nas tradicionais novelas, sem esquecer a divisão clássica entre “ricos” e “pobres”.

Porque é Pôr do Sol uma das Melhores Estreias do Ano?

Já estamos habituados às produções de qualidade da RTP, equiparáveis a produções de sucesso internacionais, mas Pôr do Sol acaba por ser uma carta de amor de portugueses para portugueses e sobre portugueses. Com uma produção incrível e um elenco de invejar, o que mais sobressai na série são sobretudo os diálogos icónicos e os traços característicos associados a certos personagens. Não se poderia falar da série sem mencionar também o genérico memorável que não sai da cabeça facilmente, assim como as participações especiais de Toy. Toda esta sátira resulta extremamente bem, pois embora as novelas tenham muita coisa por onde se pegar, estas fazem ou já fizeram parte da vida dos espectadores de alguma forma, pelo que há um espacinho carinhoso reservado para elas.

squid game

Squid Game: O drama sul-coreano acompanha um concurso macabro de sobrevivência em que o vencedor ganha 45,6 mil milhões de wons,  a moeda do país. Os 456 participantes terão de participar em vários jogos infantis para ganhar o tão desejado prémio final, mas perder significa a morte e só um deles sairá vencedor.

Porque é Squid Game uma das Melhores Estreias do Ano?

O fator chave de Squid Game é apresentar ao espectador a linha dos acontecimentos desde o início, o que leva a que se queira ver episódio após episódio nem que seja para desvendar qual será o próximo jogo e quem sobrevive. Posto isto, a série oferece uma grande dose de entretenimento e expectativa. No entanto, se virmos com mais atenção, Squid Game é muito mais do que isso. Da banda sonora à cinematografia, cada plano e cada movimento de câmara está pensado ao pormenor. Para além de prestações incríveis por parte do elenco, a crítica socioeconómica presente na série é muito relevante.

the wheel of time

The Wheel of Time: Baseada na saga literária de Robert Jordan, esta série retrata um mundo em que a magia existe, mas só pode ser usada por mulheres. No centro da trama está Moiraine, membro das Aes Sedai, uma influente organização feminina. A história começa precisamente quando Moiraine se convence que encontrou um rapaz que pertence a uma parte da profecia que anuncia o aparecimento de um homem, o Dragão Renascido, com poder para usar magia e derrotar finalmente o mal.

Porque é The Wheel of Time uma das Melhores Estreias do Ano?

Esta série é baseada numa das maiores sagas de fantasia alguma vez escrita, da autoria de Robert Jordan e finalizada por Brandon Sanderson. Sim, leste bem: finalizada! Portanto não corres o risco de que aconteça algo semelhante a Game of Thrones, que piorou no final por não ter o material de origem para se basear. The Wheel of Time promete, caso tenha oportunidade para isso. O que não falta nesta série são boas histórias, personagens interessantes interpretadas por um elenco sólido e muita magia. Talvez daqui a dez anos estejamos todos à procura da próxima The Wheel of Time em vez da próxima Game of Thrones.

We Children from Banhof Zoo

We Children from Bahnhof Zoo: Adaptada da autobiografia homónima (conhecida cá em Portugal como Os Filhos da Droga) de Christiane F., a série alemã acompanha a história verídica de Christiane e do seu grupo de amigos, que se envolveram no mundo da droga.

Porque é We Children from Bahnhof Zoo uma das Melhores Estreias do Ano?

É uma verdadeira ação de consciencialização e sensibilização para um problema social e de saúde, permitindo-nos ver de perto causas, consequências e ter noção do peso que pode ter na vida dos seres humanos. Cada um dos personagens tem as suas razões pessoais para entrar no mundo da droga, sejam problemas familiares, pressão psicológica ou distúrbios ao nível da saúde mental. A série retrata de uma forma bastante realista as consequências graduais e cada vez mais evidentes do consumo de drogas pesadas. Vemos de perto a saúde física e mental deles a deteriorar-se. Também está presente o sofrimento da reabilitação, acabando o espectador por sentir empatia pelas personagens. A série não se foca apenas no consumo de substâncias psicoativas, mostrando os aspetos da vida pessoal de cada um, muitas vezes complicados ou até mesmo traumatizantes. É a prova de que, apesar de ser incrivelmente difícil, é possível combatermos os nossos vícios. Seja qual for a gravidade, há força dentro de nós e procurar ajuda é absolutamente válido. Falada em alemão, a série traz-nos uma opção diferente do convencional inglês que ouvimos diariamente no ecrã.

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