Mais um ano prestes a chegar ao fim e muitas foram as apostas televisivas que deslumbraram os seriólicos. Com mais de 200 estreias este ano, incluindo o nosso top 10 das piores, chega a altura de enumerar (sem ordem especial, apenas alfabeticamente) as que consideramos serem as 10 melhores estreias do ano. Após muita discussão, estas são as grandes campeãs de 2019!
Chernobyl: Inspirada na explosão de uma planta nuclear em 1986, Chernobyl explora uma das maiores catástrofes da história. Tendo origem humana, a história foca-se nos homens e mulheres que se sacrificaram para evitar um desastre de dimensão ainda maior na Europa.
Porque é Chernobyl uma das Melhores Estreias do Ano?
Chernobyl foi sem dúvida umas das séries do ano. A HBO acertou em cheio com esta minissérie, mas “mega” produção. A série predispõe-se a levar os fãs até ao palco de uma das maiores catástrofes nucleares da história da humanidade, que teve lugar em Chernobyl, em 1986. Dotada de um realismo visual e de uma brutalidade quase sem precedentes, Chernobyl conta o que nunca foi contado com uma cinematografia exímia. A série tem a capacidade de nos transportar para o centro da ação numa viagem de tensão crescente, numa luta contra o tempo, onde a condição humana é testada ao limite e onde nos apresentam todas as causas naturais e políticas que levaram a que o desastre atingisse proporções inimagináveis e consequências devastadoras. Trata-se sem dúvida de um produto ficcional brilhante, mas também com uma componente histórica muito bem trabalhada.
Euphoria: Protagonizada por Zendaya, a série centra-se num grupo de adolescentes à descoberta de amizades, amores, sexo, drogas e identidade.
Porque é Euphoria uma das Melhores Estreias do Ano?
Embora séries de adolescentes não faltem, Euphoria consegue marcar a diferença pelo tom de seriedade que a rodeia a cada episódio. Ainda que, por vezes, o estilo de vida das personagens pareça um pouco exagerado, há muitas verdades e paralelismos que são possíveis estabelecer com a realidade atual e a série não falha em analisar de forma rigorosa assuntos importantes como a depressão. Para além de ser acompanhada por um elenco de luxo e diverso, não ter medo de arriscar e chocar, tem também um mérito incrível no que toca aos aspetos sonoros e cinematográficos, parecendo muitas vezes uma obra-prima.
His Dark Materials: Baseada na trilogia de Philip Pullman, a série conta a história de Lyra Belacqua (Dafne Keen), uma menina que vive num universo paralelo onde a ciência, teologia e magia se confundem. Após ver um amigo ser raptado, Lyra depara-se com uma conspiração envolvendo crianças desaparecidas e um misterioso fenómeno.
Porque é His Dark Materials uma das Melhores Estreias do Ano?
A série cresce à sombra dos livros que a inspiram e do filme que já foi criado (The Golden Compass), mas mesmo assim consegue surpreender e prender-nos ao pequeno ecrã. Desde a panóplia de atores que a completa, que são de renome, o que faz com que logo à partida seja atrativa, até aos detalhes visuais cinematográficos que são de ver e chorar por mais. A conjuntura dos diferentes cenários faz com que, mesmo sendo uma história um tanto ou quanto pesada, o espectador se sinta meio aconchegado no calor da fantasia que a série traz. Para quem conhece o filme lançado anteriormente, esta é a série que completa os detalhes não explorados e que vem dar aos fãs da obra o visual que ela merece. Talvez tenha tido a vida facilitada, porque o argumento já lá estava, mas por outro lado é muito fácil falhar quando o argumento já existia. His Dark Materials, até agora, não falhou. Muito pelo contrário.
Love, Death & Robots: Criada por David Fincher e Tim Miller, é uma série de animação para adultos, onde cada episódio explora pequenas histórias que vão desde géneros como a ficção científica e fantasia até ao terror e comédia.
Porque é Love, Death & Robots uma das Melhores Estreias do Ano?
Esta antologia que combina diferentes estilos de animação é perfeita para aqueles de nós que gostam de finais twisted ao estilo de Black Mirror, bem como para os que têm pouca capacidade de concentração para televisão, já que a média da duração dos episódios ronda os 12 minutos. Desde histórias mais cómicas a outras realmente perturbadoras, Love, Death & Robots garante sempre uma boa qualidade de animação e de entretenimento, agradando especialmente a fãs de ficção científica. Foi uma aposta diferente da Netflix que parece ter resultado muito bem, dando a conhecer ao seu público novos artistas de animação em pequenas doses.
Sex Education: A série centra-se em Otis (Asa Butterfield), um adolescente inexperiente que decide usar os conhecimentos da mãe sexóloga (Gillian Anderson) para abrir uma clínica de terapia sexual clandestina no secundário.
Porque é Sex Education uma das Melhores Estreias do Ano?
A premissa desta série prometia, mas os primeiros episódios superaram as expectativas até dos mais céticos. Aqui fala-se de sexo abertamente e sem qualquer tipo de preconceitos. Não há cortes nas cenas mais sensíveis. É a série de que todos os adolescentes ou mesmo os pais precisam de ver. Com um toque de humor britânico, Sex Education mostra que as experiências são algo importante na adolescência e que não há problema em perguntar. Afinal, quem é que sabe tudo?
The Act: É uma série de antologia de crimes com histórias peculiares, com a 1.ª temporada a centrar-se em Gypsy Blanchard (Joey King), uma rapariga a tentar escapar da relação tóxica que tem com a mãe (Patricia Arquette), que é demasiado protetora, ao ponto de não ser saudável. A busca de Gypsy por independência abre uma caixa de Pandora de segredos, sendo que um deles leva a um assassinato.
Porque é The Act uma das Melhores Estreias do Ano?
A principal razão, ou melhor, razões pela qualidade de The Act são Patricia Arquette e Joey King. As atrizes funcionam maravilhosamente bem juntas e dão performances dignas de todos os prémios e mais alguns. A série centra-se nelas e as personagens secundárias são mesmo secundárias porque apenas elas importam realmente. Levam a série às costas e fazem-no com mestria. Isso combinado com uma histórica macabra e inacreditavelmente real (até vi o documentário e só aí acreditei a 100% que a base da história era verdadeira, de arrepiar!) dá magia. A série agarra-nos durante os seus oito episódios e é ideal para maratona, mesmo para aqueles que já sabiam como acabava por terem visto o documentário antes.
The Umbrella Academy: Adaptada da banda desenhada, a série segue os elementos de uma família disfuncional de super-heróis enquanto trabalham juntos para resolver o caso da misteriosa morte do pai milionário e lutar contra a ameaça do apocalipse.
Porque é The Umbrella Academy uma das Melhores Estreias do Ano?
A aposta da Netflix, The Umbrella Academy, conseguiu superar as expectativas. Esta série tem um enredo elegante, que explora de forma equilibrada e pormenorizada tanto o lado mais pessoal das personagens como o facto de estas terem superpoderes. Não conseguimos ficar indiferentes à brilhante banda sonora da série, assim como aos excelentes papéis que os atores interpretam, o que dá um cariz cómico-dramático a The Umbrella Academy. Toda a narrativa foge ao habitual e deixa-nos ansiosos pelo que ainda há para descobrir.
The Witcher: Baseada nos livros homónimos, a série centra-se em Geralt (Henry Cavill), um solitário caçador de monstros que luta para sobreviver num mundo cheio de perigos. O destino acaba por colocá-lo no caminho de uma poderosa feiticeira (Anya Chalotra) e de uma princesa (Freya Allan) com um segredo perigoso e os três vão percorrer o continente juntos.
Porque é The Witcher uma das Melhores Estreias do Ano?
The Witcher é uma série filha de um legado enorme. Desde livros a jogos, a história já deu muito pano para mangas. Ainda assim, a Netflix arriscou e muito bem. Desde Henry Cavill, que não podia ter tido melhor prestação como Geralt de Rivia, aos cenários – que nos transportam para uma época de colonização violenta – que são incríveis e altamente detalhados, até aos efeitos sonoros e banda sonora que nos fazem crer que as vivências das personagens são as nossas e que fazemos parte desta história também. Não podemos esquecer as cenas de luta, que estão soberbas, ainda mais pensando que o protagonista não usou duplos. Valeu a pena esperar o ano quase todo para ver esta série.
Unbelievable: Protagonizada por Toni Collette e Merritt Wever, a série baseia-se na história verídica de uma adolescente, Marie Adler (Kaitlyn Dever), que foi acusada de ter mentido sobre ter sido violada e o percurso de duas detetives até desvendarem a verdade.
Porque é Unbelievable uma das Melhores Estreias do Ano?
Esta é a série de que o mundo precisava depois do surgimento dos movimentos #MeToo e Time’s Up. Inspirada numa história verídica, Unbelievable, mostrando o quanto as vítimas de violação podem ser descredibilizadas e provando a necessidade de formar os polícias para lidar com casos sensíveis, é uma série tocante que não deixa ninguém indiferente. Um tema forte, um elenco principal que convence e um bom ritmo na investigação são alguns dos ingredientes para deixar o espectador colado ao ecrã durante estes oito episódios.
When They See Us: É uma minissérie criada por Ava DuVernay que retrata os acontecimentos de 1989, quando cinco jovens negros são acusados injustamente de serem os autores de violar uma mulher em Central Park, em Nova Iorque.
Porque é When They See Us uma das Melhores Estreias do Ano?
Com apenas quatro episódio, esta minissérie apanhou-nos de surpresa com a brutalidade da história que desenvolve. Baseada em factos reais, When They See Us condensa em cinco horas uma história cruel e deixa-nos a pensar nos paralelismos com a atualidade. Seria impossível não ser considerada uma das melhores estreias do ano, quer pelo argumento, realização ou elenco, assim como pelos nomes de peso na produção: Ava DuVernay, Oprah Winfrey e Robert De Niro. Um conselho: se não viram, vejam.