Personagens das séries que todos adoram e eu não
| 16 Mar, 2019

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Tal como há séries que todos adoram e eu não, o mesmo já me aconteceu com vários personagens fictícios. Não são poucos aqueles que conquistaram o público no geral, mas que não surtiram em mim o mesmo efeito. Isto não quer dizer que odeio todos os que aqui estão listados (só alguns), mas serve para mostrar que nenhuma opinião é totalmente consensual e que nunca é possível agradar a todos. Quando me refiro a serem personagens que todos adoram também não estou a ser literal, claro, mas tentei basear-me em opiniões que li e ouvi ao longo do tempo. Pode ser que até haja mais leitores a partilhar a minha opinião, por isso descubram então as minhas escolhas e o porquê de aqui estarem:

celeste big little lies

Celeste Wright [Big Little Lies]: Não é que eu não goste de Celeste. Muito menos se trata de não ter gostado da história de violência doméstica que lhe foi dedicada (porque foi uma das melhores partes de Big Little Lies), mas tanto a personagem como a atriz receberam imenso crédito e a verdade é que a achei um elemento bem menos interessante do que Renata ou Madeline. Se não fosse o facto de ser uma mulher num casamento abusivo, não haveria nada que se destacasse em Celeste enquanto personagem e acho que foi sempre eclipsada por Laura Dern e Reese Witherspoon. Sempre gostei do trabalho de Nicole Kidman, mas teria preferido entregar os prémios que ganhou pelo seu papel a outra das colegas de elenco nomeada. A história de Celeste é muito relevante e nenhuma mulher deveria ter de passar por algo assim, mas não achei a personagem minimamente cativante.

Chuck Bass Gossip Girl

Chuck Bass [Gossip Girl]: Nunca entendi o porquê de quase toda a gente que via Gossip Girl gostar imenso de Chuck e de torcer pela relação dele com Blair. Até posso entender que o achassem engraçado, mas a minha compreensão não vai para além disso. Sempre o achei um idiota arrogante de quem as raparigas deviam manter-se afastadas e que o relacionamento entre ele e Blair era tóxico. Se é a esse tipo de relação que as pessoas aspiram, bem… Nunca gostei propriamente de nenhum dos personagens mais jovens do elenco, especialmente dos rapazes, mas Chuck, para mim, é definitivamente para manter à distância.

13 reasons why

Clay Jensen [13 Reasons Why]: O Clay da 1.ª temporada é um miúdo querido, mas gostei muito mais dele no livro, de qualquer das formas. A 2.ª temporada estragou completamente o personagem para mim. Para já, detestei que se tivesse envolvido com Skye quando tudo o que ele tinha na cabeça era Hannah; gosto de acreditar que o rapaz verdadeiramente bom do livro nunca teria feito isso. Estava ali uma miúda que ele de facto podia ajudar e tudo aquilo com que ele conseguia preocupar-se era com a que tinha morrido. Acho que ele devia ter sido capaz de perceber que estava a magoar Skye ao fazê-la acreditar que sentia por ela o mesmo que ela sentia por ele. Podiam ter sido apenas amigos, ele podia tê-la ajudado sem ilusões de amor romântico, mas só a magoou e Skye era uma menina frágil. Se, por um lado, Clay se comportava muitas vezes como se fosse o justiceiro de Hannah, ouve outras em que não perdeu tempo a pensar se as coisas feias que vieram à baila sobre ela poderiam não ser verdade. Cansei-me um bocadinho da imagem do rapaz bonzinho que afinal julgava os outros com a maior das facilidades. Também detestei quando ele se pôs com ideias de matar Bryce. Até apoio que tipos como ele sejam capados, mas querer matá-lo foi tão off character, tão absurdo. Acho que metade das coisas que ele fez durante esta mais recente temporada se trataram de aliviar a culpa (que não tinha, mas que sentia) do que Hannah fez do que propriamente por ela.

Game of Thrones Season 3 Review daenerys

Daenerys Targaryen [Game of Thrones]: Em teoria, Daenerys teria tudo aquilo para ser uma personagem que eu adoro, mas é a prova de que as coisas nem sempre resultam na prática. Zanguem-se se quiserem, mas não acho que Emilia Clarke tivesse sido a escolha certa para o papel e sempre que via a personagem no ecrã ficava com essa sensação. Gosto de personagens confiantes, mas achei que Dany roçava sempre a arrogância profunda. Ela fez coisas boas, sure, mas toda aquela história de tratar os dragões como se fossem os bebés dela é esquisito. Na altura em que deixei de ver a série, na 4.ª temporada, se não estou em erro, Daenerys tinha-se tornado ligeiramente menos irritante para mim, mas continuava a não ser uma fã. As minhas opiniões sobre Game of Thrones também não são muito populares, admito: a Sansa é a minha preferida!

Derek-Shepherd-1

Derek Shepherd [Grey’s Anatomy]: Começo a encontrar aqui um padrão na crónica, que é a menção a personagens que considero arrogantes. Profissionalmente, Derek era-o e foram várias as vezes em que demonstrou que as suas opiniões eram as únicas que achava relevantes em muitos casos médicos e não era muito subtil em relação a isso. Também detestava a forma como tratava Amelia, quase como se ela fosse uma coisinha frágil que não era capaz de lidar com um trabalho exigente. Depois, teve com Meredith aquilo que muitos também consideram uma grande história de amor, mas foram muitas as vezes em que ele colocou a sua carreira à frente da da mulher – numa altura em que ela estava a crescer como médica e precisava de ‘voar’ – e em que tornou pessoais coisas que poderia ter relegado para o campo profissional. Sobretudo, o que me irrita em Derek é o quanto ele julgava as pessoas como se fosse moralmente superior e depois fazia coisas tão reprováveis. Addison traiu-o, certo, e isso é muito errado, mas ele aceitou-a de volta quando realmente não a queria e tudo o que fez foi magoá-la. Um tipo realmente decente não fica com alguém só porque tiveram um passado, mas sim porque, apesar de tudo, ainda quer tentar construir um futuro com essa pessoa. Deu-lhe falsas esperanças, enquanto amava Meredith. Durante aquela história, Derek também magoou muito a médica mais jovem e nunca me vou esquecer de quando ela lhe disse: “You don’t get to call me a whore”. Podia ser McDreamy para muitos, mas para mim era mais McBastard.

Lucas Scott One Tree Hill

Lucas Scott [One Tree Hill]: O público-alvo de One Tree Hill era sobretudo adolescente e sei que Lucas é o tipo de rapaz de quem gostamos quando temos 15 ou 16 anos. Quer dizer, ele é giro e pode ser incrivelmente querido. No entanto, eu já tinha uns 20 e poucos anos quando vi a série e por isso não me deixei convencer. Ele é um bom rapaz, com um bom coração, mas não são apenas as pessoas más que fazem coisas que magoam os outros. Apesar das suas intenções, Lucas passou boa parte da série sem saber o que queria. Sabemos que Peyton era o grande amor da vida dele, mas tentou convencer-se que era Brooke quem ele amava. Confesso que houve alturas em que quase acreditei que gostava verdadeiramente dela e que tinha ultrapassado Peyton, mas é isso que é pior: um tipo que é tão credível a fazer a namorada sentir que é ela a tal quando não é. Depois, muito mais tarde, Lindsey. Ia casar com ela, mas estava longe de ter esquecido Peyton. Porque é que as pessoas se enganam a elas mesmas e aos outros? Quando não podem estar com a pessoa que realmente amam não valia mais estarem sozinhas e lidarem com isso?

Poussey Washington Orange Is the New Black

Poussey Washington [Orange Is the New Black]: Não acho que esta personagem tenha sido muito bem construída e que há algumas incoerências. Estive recentemente a rever Orange Is the New Black e não há muito nos primeiros episódios que mostre que Poussey também cresceu num ambiente privilegiado muito diferente do da maioria das reclusas. Não tenho nenhum problema com as origens de Poussey, mas faz-me confusão quando parece que certos aspetos dos personagens só são pensados mais tarde e que nem sempre parecem bater certo com o restante. Moving on… Poussey era uma rapariga simpática e engraçada que cometeu um crimezito e que não merecia estar ali, mas sempre achei muito mais piada a Taystee e Cindy. A morte de Poussey parece ter marcado muito os fãs da série, mas não a mim. A forma como ela morreu foi completamente aleatória, absurda e triste, mas tê-lo-ia sido fosse qual fosse a personagem em causa. Não me marcou por ter sido ela, mas sim porque é mais uma prova de tudo o que se passa de errado no sistema prisional. Não chorei, fiquei apenas bastante chocada.

The Walking Dead – 07x04 – Service

 Rick Grimes [The Walking Dead]: Eu e o meu irmão éramos companheiros de The Walking Dead. Ambos adorávamos a série, mas nunca fomos fãs de Rick. Parecia que tentavam fazer dele o herói em todas as situações, mas isso não devia ser algo que existe dentro da pessoa e não que tem de ser construído? Acho que ele gostava de ter o poder e que isso acabou por lhe subir à cabeça. Fui gostando cada vez menos dele à medida que a série avançava. Se ao início até parecia ser alguém com a bússola moral virada para o sítio certo, acabou por se tornar alguém que perdeu a humanidade, só lhe importava que ele e os seus sobrevivessem. Isso faz dele uma pessoa comum e não um herói.

Sheldon Cooper [The Big Bang Theory]: O Sheldon pode ter muita piada por ser tão absurdamente… peculiar, mas… É demasiado! Ele testa em demasia os limites do razoável de toda a gente daquilo e mesmo assim consegue manter amigos e arranjou uma mulher que estivesse disposta a aturá-lo e que, ainda por cima, o idolatra. Leonard e Amy são uns santos! Depois, tiveram que fazer com ele aquilo que basicamente fazem com todos os personagens, seja onde for: casar. Sheldon foi sempre bastante coerente em relação a ele mesmo e pareceu mais uma mudança de personalidade do que crescimento pessoal o facto de se ter deixado envolver numa relação amorosa a sério. Não faz sentido. Até porque em termos de ser um grande chato, a coisa nunca mudou muito!

Tate Langdon American Horror Story

Tate Langdon [American Horror Story: Murder House]: Há claramente raparigas com problemas graves que têm paixonetas por psicopatazinhos das séries. Eu sei porque tenho amigas assim! Parece que as escolho mesmo a dedo, geez! Nunca percebi o porquê de Tate ser um personagem tão popular. Ele não matou uma data de gente? Por muito perturbado que fosse, não dá para sentir empatia por alguém assim. E não violou Vivien? O que é que há de mais abominável do que isso? Acho que não há muito mais a dizer neste caso.

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