Sejam eles casas, cafés ou castelos, as nossas séries estão repletas de locais que fazem parte da narrativa, quase da mesma forma que os personagens. Há muitas filmagens a serem feitas em estúdios, umas a ter lugar em locais reais, mas transformados para a ficção, e outras a manterem-se fiéis, na ficção, àquilo que de facto são. No pequeno ecrã não há nenhum cenário icónico como Hogwarts, por exemplo, mas há imensos locais que certamente muitos de nós gostaríamos de visitar e que na realidade até podemos. São todos longe (sorry, não arranjamos nada por aqui por Portugal ou Espanha), mas se tempo para viajar e dinheiro não forem um problema, descubram alguns deles:
Highclere Castle [Downton Abbey]
A propriedade (aquela mansão faz inveja à que eu tinha da Barbie) da família Crawley é, na verdade, o Castelo de Highclere, no Hampshire, sul de Inglaterra. A propriedade pertence à família Herbert – os Condes de Carnarvon – desde finais do século XVII e está aberta ao público. É possível comprar bilhetes para conhecer o castelo e apreciar a arte e a arquitetura; para ver uma exposição egípcia e para eventos temáticos de celebração do Natal e do Dia dos Namorados. Até é possível pernoitar – em alturas específicas do ano – por duas noites na propriedade, que foi recentemente restaurada. Não prometemos que se sintam parte da nobreza, mas parece uma ideia boa para um fim de semana para verdadeiros fãs de Downton Abbey.
Dark Hedges e Tollymore Forest Park [Game of Thrones]
Têm de ir à Irlanda do Norte se quiserem viajar até ao mundo de Game of Thrones sem os perigos de morrer inerentes a ser-se um personagem da trama. A série provavelmente tornou Dark Hedges a estrada mais famosa do mundo (a seguir à Route 66, como não podia deixar de ser!) e uma verdadeira atração turística. A história deste local remonta ao século XVIII e contam as lendas que a estrada é visitada por um fantasma que dá pelo nome de Grey Lady (mas o que é que Grey’s Anatomy tem a ver com o caso? Nada, ok, estamos a falar de outra Grey que é não é doctor). A teoria recai sobre três possibilidades: que se trata do fantasma da filha do homem que mandou construir a casa ao fim da estrada, do da empregada que morreu misteriosamente ou que será simplesmente um espírito de um cemitério abandonado que fica nas proximidades. É então esta a história da King’s Road (ou Estrada do Rei, se preferirem em português). Atrevem-se a ir lá e a arriscarem encontrar-se com um fantasma? Se não se atrevem e preferem conhecer o Norte de Winterfell, o sítio que procuram é o Tollymore Forest Park, o primeiro parque florestal estatal da Irlanda do Norte. Este local é identificado como sendo aquele onde podemos encontrar os homens da Patrulha da Noite. Alguém quer juntar-se a eles?
Castelo de Doune, Castelo Blackness e Castelo Midhope [Outlander]
Continuamos na Grã-Bretanha, mas agora na Escócia, país onde podem deixar-se envolver pelos cenários de Outlander. Há que começar por algum lado, portanto porque não pelo Castle Leoch? É por esse nome que o conhecemos, mas, na verdade, chama-se Castelo de Doune. Segundo investigações recentes, terá sido originalmente construído no século XIII. Localizado numa aldeia de Doune, em Stirling, este castelo já é bem famoso no mundo das séries, tendo também sido usado como a sede da Casa dos Stark, Winterfell. Podem visitá-lo, mas vejam a previsão meteorológica primeiro! Há um aviso de que o castelo poderá estar fechado se o tempo for adverso. Se assim for, recomendamos que também não sigam caminho para o Fort William, já que provavelmente também o encontrarão fechado. Pudemos ver este forte na 1.ª temporada da série, mas se o quiserem ver mesmo, procurem o Castelo Blackness. Desde que foi restaurado, está aberto ao público e com o bónus de que as crianças pequenas não pagam bilhete! Já a casa de família de Jamie Fraser, Lallybroch, usa como cenário o Castelo Midhope, localizado em Abercorn, e cuja história remonta ao século XV. Ao que parece, só se pode visitar o exterior, mas é melhor do que nada!
Speedy’s [Sherlock]
Dificilmente iremos encontrar-nos com Sherlock, mas podemos experimentar um pouco da sua vida graças ao Speedy’s, que existe mesmo, tal como o conhecemos da série. O Speedy’s serve pequenos-almoços, omeletes, hambúrgueres, massas, saladas e, claro, como não podia deixar de ser, podem pedir as vossas bebidas para levar. Parece que os funcionários já estão habituados ao facto de o local se ter tornado icónico e não se importam que se tirem fotos. Nas paredes veem-se homenagens à série, nomeadamente desenhos e fotografias.
Rosario’s [Orange Is the New Black]
Do Reino Unido, agora passamos para os Estados Unidos, que, para todos os efeitos, ainda é o país que produz mais séries. Vamos então saltar até Orange Is the New Black, mas tentando manter-nos longe da prisão. Se forem à procura de um mini-mercado russo, vão ficar desiludidos, mas ao menos não se devem cruzar com nenhum membro da máfia! O negócio de família de Red, o Dmitri’s, na realidade é um local chamado Rosario’s, uma mercearia italiana localizada em Astoria, Nova Iorque, sobre a qual se diz que vende uma pizza maravilhosa, servida à fatia. Não estou muito a par das particularidades da cozinha russa, que estou certa que tem as suas qualidades, mas Itália é famosa pela sua comida e, portanto, uma visita ao Rosario’s parece apelativa.
The Bluebird Café [Nashville]
Se são fãs de música country e andarem pelo Tennessee, talvez queiram passar pelo Bluebird Café, o mesmo que podemos ver em quase todos os episódios de Nashville. Foi em 1982 que começou a história deste clube, onde se podem ver vários intérpretes a mostrar a sua música. Este estabelecimento, que recebe mais de 70 mil visitantes por ano, é o local onde Taylor Swift foi descoberta aos 14 anos por um produtor musical. Este local já fez história no mundo da música country e das séries, mas podem aproveitar também para desfrutar de várias bebidas e menus. Ah, a afluência é muita, por isso convém ter bilhete ou arriscam-se a esperar na fila sem nunca conseguirem, de facto, entrar.
Cheers Beacon Hill [Cheers]
Se são muito novinhos não vão lembrar-se de Cheers, mas foi uma série icónica dos anos ’80. Quase toda a trama se passava dentro de um bar, o Cheers, e o Bull & Finch Pub, em Boston, no Massachusetts, foi usado para filmar a parte exterior do bar fictício. Isto fez com que o local se tornasse um verdadeiro íman de turistas, com quase um milhão de visitantes por ano. Como homenagem à série, em 2002, o Bull & Finch passou a chamar-se oficialmente Cheers Beacon Hill. Lá é possível comprar-se merchandise que é impossível dissociar da série e, se se apaixonarem por alguns dos produtos, é possível comprá-los online.
Mansão Buckner (American Horror Story: Coven)
Quem não tiver talentos sobrenaturais não está apto a frequentar a Academia Miss Robichaux para Jovens Raparigas Excecionais, mas não faz mal. De qualquer das formas, a Mansão Buckner, onde decorre parte da ação da 3.ª temporada, bem como desta mais recente, Apocalypse, pode ser visitada. Bem, não exatamente. Está disponível para arrendamento de férias, mas a brincadeira tem um preço de 20 mil dólares por mês. Talvez fosse mais económico fingir que são podres de ricos, que estão de facto interessados em instalar-se lá durante o mês de agosto, por exemplo, e fazerem uma visita para nunca mais voltar. A mansão tem este nome por causa de Henry Sullivan Buckner, que construiu a casa em 1856. A família viveu lá até 1923, altura em que a propriedade foi transformada numa Faculdade. Mas sabem qual é a parte melhor? Parece que a casa é habitada por um fantasma chamado Miss Josephine, que foi uma escrava. Parece que quem lá pernoitou se deparou com luzes a acederem e a desligarem-se sozinhas e com portas a abrir e a fechar, também sozinhas. Uma verdadeira história de terror americana? Só um bocadinho!
Que tal as sugestões? Já alguém está a comprar bilhetes de avião e a reservar quartos de hotel? Quais são aqueles locais das séries que estavas mortinho por visitar? Partilha connosco!
Diana Sampaio