Os piores vilões de sempre das séries
| 22 Set, 2018

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Que seria de muitas das nossas séries sem vilões? Eles são uma parte essencial em muitas histórias. Muitos deles são tão bons que, mesmo sabendo que é errado fazê-lo, torcemos por eles. Não é à toa que tantos vilões se tornaram personagens icónicas da literatura, do cinema, da televisão. No entanto, se há ‘maus da fita’ extraordinários, também há os que pertencem ao polo oposto, o dos péssimos vilões. Os motivos são vários: porque são demasiados estereotipados, porque a interpretação ou a própria escrita do personagem é descuidada ou simplesmente porque não nos conseguimos identificar com aquilo que os levou a tornarem-se aquilo que são. Assim sendo, decidimos escolher uns quantos vilões e vilãs do mundo das séries que consideramos terríveis.

Supernatural -- " All In The Family" -- Image SN1121b_0348.jpg -- Pictured: Emily Swallow as Amara -- Photo: Diyah Pera/The CW -- © 2016 The CW Network, LLC. All Rights Reserved

Amara, The Darkness (Supernatural) – Sei que assim que lerem este nome nesta lista (para aqueles que ainda seguem fielmente Supernatural como eu) provavelmente vão querer crucificar-me logo, mas tenho motivos para ter posto Amara aqui. Este texto vai seguir um tom diferente dos seguintes porque Amara tem o carisma que falta a muitos outros elementos aqui presentes. Tem um background muito interessante, pegam numa parte dos mitos e religiões sobre o que havia antes da luz e baseiam-se nisso para criar a irmã de Deus, que é o Yin para o seu Yang, porque afinal de contas tudo tem que ter um equilíbrio cósmico. E, por fim, tem, como quase se tornou obrigatório, uma relação especial com Dean Winchester. Então porque é que está nesta lista? Pela incongruência. A meu ver, um ser tão poderoso como Amara era podia ter causado muito mais destruição e ter levado a série num rumo mais negro. Tudo bem que destruiu umas cidades e se relevou sempre uma adversária difícil, mas podia ter feito muito mais; afinal de contas, os seus poderes rivalizavam com os de Deus. Outro motivo que me leva a pô-la aqui é a resolução do conflito e, se ainda não viram a 12.ª temporada, parem de ler por aqui. Chuck (ou Deus) fez uma canção muito bonita e sentida, que servia de mensagem de despedida, sobre ir numa missão suicida para enfrentar Amara. Dean estava pronto a rebentar uma bomba dentro dele para destruir Amara, apesar do que sentia por ela. Tinha tudo para ser um dos melhores finais de temporada e tudo se resolveu com Deus a pedir desculpa por tê-la abandonado, esta a perdoá-lo por se sentir sozinha e ambos abandonam a Terra. Percebem o que me deixa frustrado? Claro que não queria que Dean morresse (se bem que voltaria à vida, seguramente), mas parece quase que descartaram o magnífico enredo que andaram a preparar.

barb carol denning orange

Barb e Carol Denning (Orange Is The New Black) – O sistema prisional e os guardas podem ser considerados os verdadeiros vilões de OITNB, mas a mais recente temporada da série adicionou estes dois seres desprezíveis ao seu rol. Para começar, no fim da adolescência, as duas juntaram-se para matar Debbie, a irmã mais nova. Porquê? Porque Debbie era ginasta e a família via-se obrigada a muda constantemente de casa por causa das competições da menina. Barb e Carol não gostavam disso, por isso decidiram matá-la. Bem, quando foram para a prisão deixaram certamente de ter de andar de um lado para o outro! Depois, já como reclusas, não demoraram a virar-se uma contra a outra. Isso não teria sido problemático por aí além se os seus desentendimentos não tivessem causado uma divisão extrema entre as reclusas dos diferentes blocos, instilando o ódio e medo. Individualmente, Barb e Carol são pessoas insuportáveis, mas ver as duas juntas no ecrã é ainda pior. Não me convencem como vilãs intimidantes; parece mais que esta quezília familiar foi elevada ao extremo, acabando por afetar tudo e todos.

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Brett O’Keefe (Homeland) – Este homem basicamente personifica tudo aquilo que odeio. Sempre que Brett aparece no ecrã, penso que ele e Trump seriam os melhores amigos do mundo. Isso só por si diz muita coisa. Brett é um incendiário, no sentido literal da palavra, um idiota que parece que só sabe gritar. Do cimo do seu ego inchado, ele vê-se como uma espécie de justiceiro que quer desmascarar Keane e a sua presidência. No entanto, ele é um extremista e um mentiroso tão sem razão que precisa de manipular o vídeo que mostra os últimos minutos de vida do filho da Presidente. Pessoas como O’Keefe mancham a profissão de jornalista. Ele não noticia, limita-se a manipular informação que lhe convenha para a sua causa. Só me apeteceu atirar-lhe com alguma coisa à cara quando se mostrou muito indignado por não ter sido mostrada a tomada de posse de Keane, questionando se ela teria jurado sobre a Bíblia. Porque é que havia de ter de o fazer? O que é que isso tem a ver com a governação de um país? Principalmente de um que se gaba da sua liberdade religiosa? O que é que os ateus, os muçulmanos ou os hindus têm a ver com o livro sagrado do cristianismo? Nada. Não deveriam antes ser feitos juramentos com a mão na Constituição? E que raio de sotaque forçado é o de O’Keefe? Talvez Homeland tenha pecado na escolha do ator para dar vida a este personagem, mas a verdade é que ele é absolutamente absurdo e detestável.

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Damien Darkh (Arrow) – Damien foi, para mim, o primeiro vilão fraco de Arrow antes de eu ter desistido da série. Era sedento de poder e tinha feito parte da Liga dos Assassinos, tendo sido aí que obteve os seus poderes. Até aqui tudo bem, em teoria, mas na prática não resultou muito bem para mim, não parecia haver uma fonte de motivação clara e com lógica como havia com Slade Wilson. E os seus encontros com Oliver, quer quando este estava com fato ou sem fato, eram pouco interessantes, parece que não houve química entre os dois, como tinha havido nas temporadas anteriores entre o nosso protagonista e os antagonistas. Mais uma vez estamos perante um chefe que não dá qualquer motivo para ter uma organização inteira a segui-lo, a não ser o seu poder sobrenatural. Não é que tenha sido a única causa, mas para mim esteve numa das piores temporadas de Arrow. O curioso é que, quando este regressa para ser um vilão em Legends of Tomorrow, sinto que lhe deram um pouco mais de personalidade e de profundidade e tornou-se até um personagem bem mais interessante.

jacob ness prison break

Jacob Ness (Prison Break) – Acho que o revival de Prison Break foi um verdadeiro erro e que transformaram uma boa série num fracasso. Tudo foi descuidado na nova temporada, principalmente a escolha do vilão. Se Jacob fosse um bom tipo, um homem comum, Sara ter-se-ia sentido dividida entre ficar com ele ou voltar para Michael. Quer dizer, ela e Michael mal se conheciam. Como é que ela podia ter a certeza, principalmente depois de descobrir que ele afinal estava vivo, que a tinha amado e que não se limitara a usá-la todo aquele tempo? Jacob foi o homem com quem ela esteve vários anos, com quem criou o filho. Foi preguiçoso por parte dos produtores e dos argumentistas fazerem dele o vilão, porque assim Sara não teve de fazer nenhuma escolha. Mark Feuerstein não me parece ter sido, de todo, uma boa escolha para o papel. Tem um ar demasiado simpático e o personagem não consegue ser intimidante em nenhuma altura. Ele é a prova de que Prison Break estava bem guardada na gaveta da FOX, sem necessidade de regressar.

Joe Carroll (The Following) – Joe Carroll, interpretado por James Purefoy, no que não foi uma das suas melhores prestações, é o vilão da série The Following, cujo protagonista é Ryan Hardy (Kevin Bacon).  Apesar de a 1.ª temporada ter corrido bem, Joe mostrou não ter carisma suficiente para ser um adversário à altura de Ryan, levando a série a descer a sua prestação temporada após temporada, até chegar à fatídica terceira, onde se depararam com o cancelamento. Se na 1.ª temporada a ideia de um professor universitário com uma grande paixão pela obra de Edgar Allen Poe, e que conseguiu encontrar um grupo de seguidores que matava utilizando máscaras de Poe, conseguiu resultar, o que se seguiu nas outras duas já não. Joe perde rapidamente o seu rumo e deixa de ser credível. Afinal o propósito já não era aquele com que tinha começado, mas continuava a ter influência sobre o seu culto. Parece-me que tentaram recriar uma história semelhante à de Charles Manson, mas acabaram por falhar redondamente.

Maximus (Inhumans) – Maximus é interpretado por Iwan Rheon, portanto sabemos que não foi falta de qualidade que o deixou aquém do seu potencial, mas, numa série que andava a preparar a sua entrada no mundo há muito tempo e que foi uma desilusão tremenda, um dos culpados foi o pobre vilão que ofereceram como antagonista. Maximus vivia na sombra do seu irmão e culpava-o pelo que tinha acontecido aos pais, ao mesmo tempo que lidava com o facto de não ter nenhuma habilidade apesar de ter descendência de Inhuman. Isto tudo colmatado, levou-o a criar um enorme rancor ao seu irmão e a tentar um golpe de estado, mas, em vez de parecer um líder carismático, parecia apenas mesquinho e vingativo, sem um grande plano, não deixando entender porque é que as pessoas o seguiam. Atenção, não foi nem de perto a única coisa que correu mal com a série, foi apenas mais uma, mas tudo junto garantiu-lhe uma entrada nesta lista.

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The Skinner (Dexter) – The Skinner era um assassino em série que teve pouco impacto e relevância na série, ganhou o seu nome porque retirava a pele das vítimas, algo com potencial para ter tido muito mais importância do que acabou por ter. O seu primeiro “encontro” com o protagonista foi quando Dexter matou alguém que lhe devia dinheiro e então começa à procura dele, sem saber quem Dexter era. Este acaba por ser posto no seu caminho a mando de um dos melhores vilões da série, Miguel Prado. O desfecho é que acabam os dois mortos por Dexter, mas Skinner ainda o conseguiu raptar antes de o ter deixado libertar-se e deixar-se ser morto. Entra nesta lista por dois motivos, o primeiro porque acho mesmo que um assassino que esfolava a pele das vítimas tinha potencial para muito mais, sendo que quase não teve impacto nenhum, e, segundo, por um motivo que se torna recorrente nesta lista: a motivação que o leva a tornar-se um antagonista. Só porque Dexter matou um homem que devia dinheiro a Skinner não me parece que isso criasse motivação suficiente para começar uma vendetta.

Victoria Belfrey/Lady Tremaine (Once Upon a Time) – Os responsáveis pelo casting nas mais variadas séries parecem não estar a fazer bem o seu trabalho, porque Gabrielle Anwar foi outra péssima opção para o papel de uma das vilãs da 7.ª e última temporada de Once Upon a Time. Mais uma vez, que raio de sotaque é aquele? Tudo em Victoria e na sua counterpart dos contos de fadas é tão falso que dói. Tudo na personagem é exagerado. A sua arrogância, a sua antipatia, a sua malvadez, o modo desprezível como trata a filha… Regina teve sempre muitos defeitos, mas foi uma personagem capaz de fazer sentir empatia e cuja presença no ecrã nunca era demais. Ver e ouvir Victoria era nada menos do que uma verdadeira tortura. Conhecer o seu passado não ajudou a melhorar a imagem da personagem. Aliás, só piorou. Era suposto sentirmos alguma pena ou empatia por ela? Achei que era ridículo o ressentimento dela para com Ivy, que começou quando a filha era ainda uma menina. Que mãe é aquela que humilha a filha de todas as formas possíveis e imaginárias, ainda para mais quando a filha tenta fazer tudo para lhe agradar? O facto de Victoria ter acabado por morrer para salvar Ivy não a faz redimir-se, na minha opinião. Acho que só mostra o quanto Once Upon a Time tem uma obsessão por nos mostrar que todos os vilões podem encontrar o caminho da redenção. Uma boa ação final não apaga toda uma vida de enormes erros.

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