Amy Adams, Anthony Hopkins, Emma Stone, John Travolta, Maggie Gyllenhaal, Nicole Kidman, Orlando Bloom, Reese Witherspoon e Winona Ryder são alguns dos mais recentes nomes a seguirem a tendência de estrelas do mundo do cinema que deram o salto (ou estão prestes a dar) para o pequeno ecrã. Há mais de dois anos, eu e um colega do staff escrevemos uma crónica sobre alguns dos nomes que gostávamos de ver no mundo das séries, mas muitos tiveram que ficar de fora. Assim sendo, desta vez sozinha, achei que estava na altura de fazer uma segunda edição, com mais alguns dos meus favoritos da 7.ª arte.
Cate Blanchett: Nome recorrente na lista de nomeados dos Óscares e dos Globos de Ouro, Blanchett ganhou o principal prémio da sua carreira precisamente com um filme de que não gostei, Blue Jasmine, e recebeu novamente grandes atenções com Carol, do qual também não fiquei muito fã, embora o livro seja fantástico. Blue Jasmine é o típico filme que, se já viram muitos de Woody Allen, começam a achar que não traz nada de novo, e Carol é demasiado parado. No entanto, o talento de Cate não está em causa, as personagens e o próprio argumento é que não conseguiram conquistar-me. Poucos filmes me conquistaram como The Curious Case of Benjamin Button, que é uma delícia de se ver mesmo à terceira ou quarta vez. Blanchett está fantástica no seu papel, onde contracena com Brad Pitt novamente depois de Babel, outro filme que merece ser visto. Blanchett é daquelas pessoas que quando está no ecrã não se consegue desviar a atenção. Adorei também vê-la em Notes on a Scandal e em Elizabeth e Elizabeth: The Golden Age, os dois filmes que contam a história da Rainha Isabel I de Inglaterra, a filha de Henrique VIII e Ana Bolena. Cate é extraordinária no papel de personagens fortes.
Ezra Miller: Sabem quando um único papel é o suficiente para se tornaram fãs de um ator? Aconteceu-me isso com Miller assim que o vi em The Perks of Being a Wallflower. Ele pode não ser o protagonista, mas cá para mim é a verdadeira estrela do filme. Patrick é daqueles personagens inesquecíveis, cheios de carisma, de piada, de quem dá vontade de ser amigo. Totalmente o oposto do seu papel em We Need to Talk About Kevin, aquele tipo de filme que nos deixa traumatizados com a possibilidade de um dia termos um filho psicopata apesar de termos feito tudo da forma certa. Miller é brilhante tanto num registo mais cómico como num registo pesado. Confesso que estes dois são os únicos papéis que lhe conheço, mas sinto-me confiante para dizer que Miller daria um excelente vilão da mesma forma que se daria bem num papel de bom rapaz.
James McAvoy: O facto de ser um dos protagonistas de um dos meus filmes preferidos, Atonement, inspirado num dos meus livros de eleição, abona muito a favor de McAvoy, é certo. Robbie Turner é um daqueles casos raros em que adoro um personagem masculino! Os filmes de época assentam-lhe bem, é certo, como acontece também em Becoming Jane, centrado na vida da autora Jane Austen. No entanto, é nos três filmes que constituem a história de The Disappearance of Eleanor Rigby que me voltei a apaixonar por McAvoy enquanto ator, no papel de um homem a tentar ajudar a mulher a recuperar do torpor a que se reservou depois de terem perdido o filho. A história é bastante deprimente, mas é daqueles filmes lindos e que vale a pena ver se gostam de um bom drama sobre temas humanos. Adoraria ver McAvoy numa produção britânica, em especial numa minissérie de época.
Jessica Chastain: Indubitavelmente a minha eleita desta lista e também a minha atriz favorita desde há uns tempos para trás. Não vi todos os trabalhos do currículo de Jessica, mas não há um filme com ela que tenha visto e que seja mau! Pelo contrário, são quase todos bastante bons e os papéis dela são sempre muito interessantes. Se começasse a falar do quanto Celia Foote de The Help (As Serviçais) é fantástica podia ficar aqui a noite inteira. Não sou fã de ficção científica no geral e adivinhem dois filmes do género que adorei? Interstellar e The Martian! O que têm eles em comum para além de uma trama envolvente? Jessica Chastain! Tanto em The Huntsman: Winter’s War, como em Miss Sloane e The Zookeeper’s Wife (O Jardim da Esperança), dá vida a mulheres incríveis, todas muito diferentes, mas cada uma delas extraordinária. Em Zero Dark Thirty não tem tanto destaque, mas é outro filme onde gostei imenso de a ver, e depois não podia faltar a menção a The Disappearance of Eleanor Rigby, de que já falei acima. Só faltava ver Jessica num papel de vilã, onde tenho a certeza que se serviria do carisma que já reservou a algumas das suas personagens.
Omar Sy: Se o filme francês Rouille et d’Os é fantástico, Intouchables (Amigos Improváveis) não lhe fica nada atrás. Pertencem a géneros muito diferentes, mas cada um deles é merecedor dos maiores elogios. Intouchables tinha tudo para em teoria ser uma aposta ganha, mas a coisa podia não ter corrido tão bem se a escolha de elenco não tivesse estado à altura. No entanto, não podia ter sido melhor! Omar dá vida ao filme, é o personagem que desejamos ver em todas as cenas porque quando não está sente-se a falta da sua presença. O seu personagem é carismático, deliciosamente inconveniente e genuíno. Em Samba, Omar interpreta um personagem muito diferente, mas uma coisa não muda, a satisfação de o ver no ecrã. Sempre que um filme ou uma série tiver Omar no elenco é garantido que vou querer ver.
Kristen Stewart: Estou certa de que esta será a minha escolha menos consensual. Kristen Stewart tem sido duramente criticada como atriz desde o seu papel na saga Twilight. No entanto, quando o material de origem – os livros de Stephenie Meyer – não é bom não se podem esperar milagres na adaptação. A escrita de Meyer está longe de ser brilhante, cheia de clichés e personagens pouco interessantes. Stewart pode fazer uma interpretação enfadonha e sofrida de Bella, mas é assim a Bella dos livros. No entanto, ok, a crítica é legítima se não se tiver visto mais nenhum filme com Kristen. De certa forma até concordava com a apreciação geral, mas depois vi Clouds of Sils Maria. Adorei o filme e gostei imenso do papel e da interpretação de Kristen, que gravitava à volta da personagem principal. Num espaço temporal próximo, onde também gostei de ver a atriz foi em Camp X-Ray, este protagonizado por Kristen, e Still Alice. Kristen pode estar longe de ser uma Meryl Streep, as probabilidades de alguma vez vir a ganhar um Óscar roçam o extremamente improvável, mas acho que está longe de ser péssima como afirmam. É certo que não senti a falta dela na prequela Snow White and the Huntsman, mas a história do segundo filme é muito mais interessante e junta uma série de atrizes extremamente competentes. Recuando um pouco, quando era ainda bastante novinha, Kristen já tinha dado o ar da sua graça em Panic Room e dado vida a uma personagem muito interessante em Speak. Vale também a pena vê-la em Welcome to the Rileys (Corações Perdidos) e, para os fãs de rock, em The Runaways, no papel de Joan Jett.
Marion Cotillard: Até há uns anos atrás, a verdade é que não era muito fã do cinema francês, mas acabei por me render à capacidade extraordinária que têm de contar histórias de uma forma tão diferente da cultura anglo-saxónica. Cotillard será uma das mais conhecidas atrizes francesas, quer no próprio país, quer internacionalmente, e é para mim aquela que mais se destaca. Tenho que ver La Vie en Rose, que tem críticas excelentes! Dos trabalhos em produções francesas de Marion há que destacar o adorável Jeux d’Enfants (Amor ou Consequência), que em certa medida me fez lembrar Pushing Daisies; Deux Jours, Une Nuit e, em especial, De Rouille et d’Os (Ferrugem e Osso). Este último foi um dos principais responsáveis por me ter apaixonado pelo cinema francês. A história é dramática e brilhantemente protagonizada por Marion. Do outro lado do oceano, já em Hollywood, a atriz marcou também presença em filmes como A Good Year, Inception e Big Fish, sendo que este último também recomendo vivamente. Marion é extraordinária, mas gosto especialmente de a ver em produções francesas, por isso seria ótimo vê-la numa série ao lado de Audrey Fleurot, por exemplo.
Morgan Freeman: Este homem tem uma das vozes mais marcantes e impressionantes do mundo do entretenimento. Não é à toa que já foi narrador em documentários! Também há qualquer coisa de bastante carismática no ator que me faz pensar que parece um tipo porreiro com quem tomar um café. O seu currículo é extenso, mas confesso que não sou uma grande conhecedora. Sempre explorei mais a fundo o trabalho das minhas atrizes preferidas do que dos atores, mas The Shawshank Redemption é daqueles filmes inesquecíveis e que toda a gente devia ver. Million Dollar Baby é outra pérola, The Bucket List (Nunca é Tarde Demais) é um filme inspirador e An Unfinished Life faz-me recordar os velhos tempos em que fui a maior fã de Jennifer Lopez. No entanto, foi com um filme que vi este ano, Lucy, que decidi que tinha de incluir Freeman nesta lista. Adorei o seu papel e gostei também imenso da história e da teoria apresentada acerca das potencialidades do ser humano se usássemos 100% da nossa capacidade cerebral. No entanto, na realidade, o mito de que usamos apenas 10% do nosso cérebro parece ter sido completamente desconstruído, mas como trama de um filme resultou muito bem, ainda para mais tratando-se de um género que habitualmente não aprecio. Freeman seria perfeito como uma figura misteriosa numa série e onde narrasse a história.
Rosamund Pike: Depois de Gone Girl (Em Parte Incerta), Rosamund vai ser, para sempre, a Amy psicopata! O filme é fantástico, o livro que o inspirou também e a interpretação da atriz é tão perfeita que até me custa que não tenha sido recompensada com um Óscar. Antes e depois disso já a tinha visto noutros papéis, mas nenhum demonstra tão bem as capacidades de Rosamund. Ela é aquela vilã que se odeia com toda a força, mas que, de certo modo, se admira pela inteligência, pela atenção ao pormenor, pela persistência. Em Pride & Prejudice interpreta uma personagem mais apagada, o de irmã mais velha de Elizabeth Bennet, mas volta a dar vida a personagens fortes em Made in Dagenham (Igualdade de Sexos), um filme muito atual e que também merece atenções, e em A United Kingdom. Rosamund tem precisamente um talento nato para personagens fortes, mas sou especialmente fã do seu trabalho como vilã, portanto adoraria voltar a vê-la nesses termos e, quem sabe, a superar a genialidade que entregou a Gone Girl.
Tom Hanks: Se Meryl Streep é a grande senhora do cinema, Tom Hanks provavelmente é o seu corresponde no masculino. Forrest Gump é mais um daqueles filmes que se veem vezes e vezes sem conta, encontrando-lhe sempre a mesma magia que Hanks ajudou a garantir com a sua interpretação; The Green Mile (À Espera de um Milagre) é outro que todos deviam ver pela lição de humanidade que transmite; Cast Away (O Náufrago) mostra como é possível que um filme que praticamente só tem um personagem resulte bem sem cansar o espectador e The Terminal ajuda a comprovar a veia cómica que Hanks já tinha dado a conhecer em outros filmes como Big ou The Money Pit (Um Dia a Casa Vem Abaixo), trabalhos não tão interessantes do ator. Toy Story emprestou-lhe um papel icónico dos filmes de animação; já Extremely Loud & Incredibly Close foi o seu filme mais recente que vi. As premissas dos que se seguiram não me têm despertado a curiosidade, tal como acontece com a saga do Professor Robert Langdon, e já me deixei de ver filmes exclusivamente por terem no elenco artistas de quem gosto. No entanto, o nome de Hanks é sempre um incentivo mais do que positivo para ver um filme. O próximo dele a ver será certamente The Post!
Quanto a vocês, quais são aqueles nomes do cinema que gostavam de ver na televisão?