Jessica Jones: uma heroína invulgar
| 01 Abr, 2017

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Eu nunca percebi o apelo dos super-heróis, a sério que não! Não sou fã da Marvel nem da DC e as únicas bandas desenhadas que li foram as da Turma da Mônica e do Tio Patinhas quando era pequena. No entanto, no geral também não gosto muito de séries de adolescentes, mas One Tree Hill é a minha série preferida e Friday Night Lights também terá sempre um lugar especial na minha memória. Com isto, o que quero dizer é que às vezes experimento coisas diferentes e realmente pensei que poderia haver algo diferente em Jessica Jones que me conquistasse.

Não desgostei do piloto, mas também não fiquei muito entusiasmada e o mesmo aconteceu com o segundo episódio, mas não sei bem porquê não quis desistir e ao fim do terceiro comecei a pensar em Jessica Jones como o meu novo vício televisivo. Há sempre um episódio numa série que é essencial para determinar o que achamos dela e para mim foi este que definiu uma excelente viagem. Jessica Jones é tudo o que eu gosto numa personagem e contraria aquela ideia do super-herói certinho e aborrecido que sabe sempre a coisa certa a fazer. Krysten Ritter é fantástica no papel (onde claramente se afasta da sua personagem em Don’t Trust the B—- in Apartment 23) e não é apenas o ponto forte da série: Jessica Jones é a série e é muito mais do que aquilo que aparenta!

Jessica: “I’m still not the hero you wanted me to be.”

Trish: “You’re exactly the hero I wanted you to be”.

Trish tem razão. Jessica pode não ser a típica heroína, mas é-o à sua maneira. Para alguém que não se preocupa, Jessica preocupa-se e muito. Quando Kilgrave apareceu ela podia ter-se afastado para não reviver os fantasmas do passado, mas fez de tudo para tentar provar a inocência de Hope no assassinato dos pais e para evitar que mais pessoas se magoassem, pondo a sua própria segurança em risco. Lutar contra alguém que pode obrigar-nos (e a outros) a fazermos coisas que seríamos incapazes de fazer se estivéssemos a ser nós próprios… Não mata fisicamente, mas certamente mata algo em nós. Isto de enfrentar um vilão com poderes de controlo tem que se lhe diga!

Jessica Jones consegue sempre surpreender, já que as coisas nunca aconteceram da forma como eu pensava. Isso é muito bom, uma vez que grande parte das séries tem uma enorme previsibilidade. Melhor do que a capacidade de me surpreender é ainda a sensação de adrenalina que a série transmite nas suas cenas de luta. Isso e o choque, o quase-medo, elementos em que o episódio 10, em especial, foi magistral. Kilgrave prisioneiro de Jessica, a sua fuga, Trish desesperada por seguir as ordens de colocar uma bala na cabeça, Hogarth a ser esfaqueada vezes sem conta por Wendy a mando do vilão, Pam a matar Wendy… Adormeci a pensar no episódio, acordei com ele ainda na cabeça e tive que terminar a série no dia seguinte.

Adorei a relação de Jessica com Trish (esta foi mesmo a minha favorita), com Malcolm, com Luke. Detestei Hogarth com todas as minhas forças, mas adorei todos os minutos de ecrã que ela teve. Diverti-me com Reuben, com a sua louca irmã e com a relação a roçar o incestuosa que os dois partilhavam. Gostei imenso dos flashbacks apresentados, que foram sempre relevantes e ajudaram a conhecer o passado das personagens e a compreender melhor alguns eventos mais recentes. A escolha da atriz para interpretar a versão mais nova de Jessica também foi excelente. Acho que as duas não podiam ser mais parecidas!

Mal posso esperar pela próxima temporada. Eu, que não gostava de super-heróis, mas adoro Jessica Jones. A série foi muito mais do que podia ter esperado. Muito mais!

Diana Sampaio

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