Lip Service: The L Word à escocesa
| 03 Dez, 2016

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Numa altura em que andava quase a desesperar por arranjar uma série já terminada para me entreter nos tempos livres, depois de ver infinitos episódios pilotos que não me conquistaram, lembrei-me de ‘pegar’ em Lip Service. A série foi recomendação de uma amiga e já tinha sido aqui falada no site, além disso enquadrava-se na temática LGBT, que sempre me agradou muito, por isso avancei. Finalmente, em muito tempo, encontrei um episódio piloto que me agradou e percebi que tinha mesmo arranjado a minha próxima série.

Foi numa semana (de domingo a domingo) que vi os doze episódios que constituem as duas curtas temporadas de Lip Service, que não se pode livrar de comparações com outra série de que gostei imenso, The L Word. Ambas são centradas num grupo de amigas lésbicas e repletas de drama. Apesar de as histórias serem bastante diferentes há certos comportamentos de personagens que parecem imitar-se nas duas séries, mas em nenhuma altura fico com a sensação de que estou apenas a ver uma versão escocesa de The L Word. Além disso, a série apresentou uma parte inovadora ao trazer algum mistério e uma certa componente policial, presentes na dose certa.

Mas agora apresento-vos Frankie, Tess e Cat, as três protagonistas iniciais:

Frankie é uma fotógrafa a viver em Nova Iorque e que volta à Escócia depois de receber a notícia da morte da tia, que a criou; Tess é uma atriz que se debate com a sua vida amorosa e profissional; e Cat é a arquiteta com quem Frankie teve uma relação durante muito tempo. O regresso de Frankie à Escócia vem ‘perturbar’ a paz da vida de Cat, ao reacender sentimentos que nunca se perderam. No entanto, Frankie também enfrenta momentos difíceis ao perceber que tudo aquilo que julgava saber sobre o seu passado se revela mentira. Depois começa um jogo entre Frankie e Cat, que não sabem estar longe uma da outra, mas também parecem não ser capazes de estar juntas numa relação (e também não ajuda o facto de uma delas estar envolvida com outra pessoa!).

A segunda temporada traz um acontecimento chocante que leva duas personagens a saírem da série (e não, não revelarei pormenores porque se quiserem ver a série perde a piada toda se já souberem!), e novas protagonistas se juntam a Tess. Pensei que seria nesta altura que Lip Service perderia o bom rumo que tinha levado até ali, mas para ser sincera gostei muito mais da dinâmica deste grupinho que se seguiu.

Temos então Sadie, uma das antigas sex budies de Frankie, uma personagem que tem tanto de louca como de divertida e amorosa à sua maneira e que se tornou uma das minhas favoritas. Finalmente, temos outra das minhas preferidas, Lexy, uma médica amorosa. No entanto, o quadro não fica completo sem Ed, o irmão mais novo de Cat, um jovem amoroso que se torna escritor; Sam, de quem eu não consegui gostar mesmo nada, e Jay, cuja presença se viu sobretudo na temporada de estreia, mas que também não fez falta.

Não vou dizer que Lip Service entrou para o meu top de séries preferidas, mas gostei imenso de todos os episódios e da trama em si. Para quem gostar de séries com protagonistas femininas fortes e com muito drama à mistura, é uma boa aposta e que prometo que vai entreter na perfeição; apesar de os episódios terem quase uma hora de duração passam num instante. Só lamento a forma como a série acabou, com o casal de quem eu gostava a não acontecer, em detrimento de se ter concretizado aquele que eu não queria ver nem por nada. Se bem que a série foi cancelada após a 2.ª temporada e pode ter ficado por contar alguma parte da história, mas é aquele tipo de final perfeitamente satisfatório, porque não há propriamente nenhuma questão importante que tenha ficado em suspenso.

Estou contente com a viagem que foi ver esta série. Só tenho pena que a produção não tenha aproveitado as lindíssimas paisagens escocesas para filmar cenas de exteriores. Pelo que se vê em postais, é um país de uma beleza extraordinária!

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