Nunca é fácil de falar daquilo que consideramos como o melhor, seja no que for. O melhor depende de cada um e de como cada um o vê ou sente. O que para mim pode ser o melhor, para outro pode ser o pior ou vice-versa. Nesta edição das Crónicas da TV, pretendo falar um pouco das sete melhores séries que já vi até hoje. Porquê sete e hoje? Porque amanhã podem ser oito, nove ou talvez dez!
24: Até há bem pouco tempo, dizia que 24 era a melhor série que vi até hoje. Talvez por viver o dia como na série, graças às fantásticas maratonas que a RTP2 fazia e que eu e a minha mãe acompanhávamos afincadamente, ainda te recordas? A par disso, 24 não é apenas uma série de ação e policial, é mais que isso, uma série que conquista e agarra a cada momento, deixando o desejo enorme de ver o próximo episódio. Aquele relógio e aqueles sons não deixam ninguém indiferente. Saber que algo vai acontecer, mas o quê é muitas das vezes imprevisível. A juntar a tudo isso, um elenco fantástico, histórias bem desenvolvidas, misturadas com níveis elevados de ação, emoção, amor e amizade. Até podia enumerar aqui 24 razões para se ver a série, mas basta apenas uma: Jack Bauer/Kiefer Sutherland. Está tudo dito.
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Lost: Se, por um lado, foi graças às muitas temporadas de 24 que passaram na RTP2 que esta se tornou a melhor série que tinha visto até à data, a dúvida, que eu já esperava, começou a instalar-se quando fiz uma maratona de 18 dias de Lost. Quem me conhece, sabia do meu desejo inigualável de a devorar desde que estreou, mas o dia teimava em não chegar, até que, finalmente, chegou o ano passado. Parece que foi ontem, nunca tinha vivido tão intensamente uma série como vivi com Lost, criando assim uma nostalgia ainda maior perante o que estava a ver. Ri e chorei. Já o disse antes, mas sim, ‘chorei baba e ranho’ com aquele final. E a questão continua: terá sido o melhor ou pior final de sempre? Uma coisa é certa, foi das melhores séries que vi até hoje e tenho grandes dúvidas que alguma me consiga atingir como Lost conseguiu. A proeza será difícil, mas não impossível.
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Friends: É preciso dizer alguma coisa? É das maiores e melhores séries que já alguma vez fizeram e, para mim, nem daqui a mil anos vão conseguir juntar seis elementos como os amigos que todos conhecemos! Nunca fui grande fã de séries de comédia, confesso, mas existe sempre alguma que quebra essa barreira e Friends foi a prova disso. Que manhãs, tardes e noites tão bem passadas a ver episódios da série e depois regalar-me a rever novamente através da televisão portuguesa. Ainda hoje dou por mim a rever momentos, correr à estilo Phoebe ou ouvir Smelly Cat. Que saudades! Haverá algo mais importante nesta vida que amizade? Até pode existir, mas sem ela não seríamos nada e esta série retrata tudo isso na perfeição. Simplesmente e unicamente fenomenal.
Daredevil: Como fã de filmes e séries da Marvel, existem momentos que não nos podem passar ao lado. A juntar a isso, temos a Netflix, que também aqui tem muita culpa que, de momento, Daredevil seja a minha série de eleição. Se a primeira temporada foi o que foi, esta segunda nem vou comentar, simplesmente porque não é preciso. Quando crias uma ligação com algo e não sabes bem como isso aconteceu, torna-se estranho, certo? De facto é. A história e aventuras já muitos conhecem, bem como o elenco, mas existe algo nesta série que se torna difícil de explicar, algo que consegue concentrar todas as tuas atenções, obrigando-te a ‘cometer loucuras’, como ver a segunda temporada toda no dia da estreia. Episódio atrás de episódio, emoção atrás de emoção. Foi a primeira maratona deste ano e o único defeito que tenho a apontar é simples: falta muito para a terceira temporada?
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Jericho: Lembram-se desta série? Da minha pequena lista, poderá ser a mais ‘complicada’ de associar, mas para mim foi uma das que mais facilmente me conquistou. Além de uma premissa à qual não estava habituado, todos os episódios conseguem uma qualidade elevada que merecem o nosso respeito e atenção. Os personagens em si não nos deixam criar preferências, pelo menos não aconteceu comigo, mas todo o conjunto e envolvência da série conquistou-me de tal maneira que dava por mim a desesperar para que chegasse o próximo episódio, pois queria saber o que raio se passava ali. Apesar de curta, só com duas temporadas, é daquelas séries que conquista e reconquista.
Mr. Robot: Como dizia o meu colega e amigo Jorge, “Mr. Robot é um visceral exercício de televisão contemporâneo que aborda uma temática atual e é executado com pormenor e ambição”. Por outras palavras, foi provavelmente, a melhor estreia do ano passado. Cada episódio é uma espécie de injeção que nos obriga a interpretar os momentos de todas as maneiras possíveis, um exercício ao nosso cérebro para que possamos entender o que realmente ali se passa, chegando mesmo ao ponto de questionar: estarei louco? Se fosse apenas a tecnologia e o mundo hacker, estaríamos sempre lúcidos, mas a série ultrapassa os níveis normais, conseguindo um estrondoso impacto social em quem a vê. É imperativo que esteja nesta lista, mesmo só estando na primeira temporada.
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Sense8: E se, de um momento para o outro, oito desconhecidos estivessem interligados entre si? A premissa parece simples, mas poderá ser um pouco mais complexa do que aquilo que inicialmente se pensa. A diversidade cultural desta série é única, não se encontrando essa essência em mais nenhuma das que vi até hoje. Se não bastasse isso, viajamos por inúmeros países sem sair do ecrã, somos abalroados pela realidade de temas como a homossexualidade com uma pitada de ficção cientifica, uma mistura praticamente perfeita para uma série que promete conquistar quem menos espera. A juntar a tudo isto, oito personagens bem pensados e conseguidos que provam que, no fundo, a união faz e sempre fará a força.
Propus a mim mesmo fazer um top com apenas sete séries, mas existem outras tantas que lutam por entrar nele e, quem sabe no futuro não consigam, pois falta de qualidades nenhuma delas tem. Séries como Nikita, How To Get Away With Murder, Jessica Jones e Orphan Black marcam a minha vida e conseguem transportar-me para um mundo em que acreditamos que tudo é possível, custe o que custar. Todas merecem ser vistas e vividas, todas elas apresentam poderosos argumentos e performances, criando sentimentos capazes de mudar a maneira de ver e viver as coisas. *Ps: Esta crónica foi escrita antes da estreia da nova temporada de Orphan Black , se a tivesse feito hoje, certamente estaria no top, uma vez que a qualidade deste regresso é assombrosa!
Para terminar, tal como já disse acima, tenho a certeza que ao longo do tempo a minha lista vai mudar e crescer, pois existe tanta, mas tanta série e outras tantas que estão por estrear, que nem sempre conseguirei ver. Quer seja por falta de tempo ou por não me despertarem o interesse naquele momento. No entanto, estas merecem ser consideradas as melhores que já vi. Pode dizer-se que estas são as sortudas, pelo menos para mim, pois foram as melhores que vi até hoje e estou grato por isso, sinto-me enriquecido com todas elas e preparado para receber o que ainda está por chegar. Que, no mínimo, sejam tão boas quanto estas.
E tu, quais as melhores séries que já viste?
Ricardo Santos