Downton Abbey: o fim de uma época e de uma série
| 02 Jan, 2016

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Quando comecei, muito por acaso, a ver Downton Abbey estava longe de imaginar que, com o tempo, se tornaria uma série tão querida para mim. As duas primeiras temporadas já estão muito distantes e esquecidas na minha memória, até porque foram as que segui com menos atenção, mas depois deixei-me conquistar completamente.

Downton Abbey é muito mais do que uma série que mostra o dia a dia de uma família e dos seus criados. É um retrato dos grandes acontecimentos que marcaram as primeiras décadas do século XX e onde não faltam mulheres fortes, numa época em que elas ainda não tinham conquistado grande peso na sociedade. Mary e Edith, embora muito diferentes, são verdadeiros exemplo disso.

Também é um hino à família e ao amor! Adoro a história de Cora e Robert, que se casaram por conveniência, mas se apaixonaram e são felizes! Das suas três filhas, a do meio, Edith, é a minha preferida. De personagem que quase passava despercebida no início, ela passou por uma grande mudança e tornou-se uma mulher independente que construiu nome no mundo editorial, ultrapassando barreiras de género, mas também de idade.

Nem me façam falar de Mary! Não sou capaz de dizer que não gosto dela, porque até tem muitos dos traços que aprecio numa personagem, mas a forma como ela estraga a vida dos outros quando se sente miserável é muito frustrante, embora ela se tenha conseguido redimir perante Edith. A dinâmica de toda a família é fantástica e Maggie Smith no papel da matriarca Violet Crawley é formidável. As suas ‘tiradas’ certeiras são um dos pontos altos da série.

Não menos interessante do que a família principal são os seus empregados, onde também vemos de tudo. Pessoas a lutarem por uma vida melhor apostando na escolaridade, um a lutar para se manter à tona numa altura em que a homossexualidade era um completo tabu.

E as tragédias! A morte de Sybil e de Matthew marcaram a série, como é comum quando personagens principais e queridos se vão, mas nem tudo acaba sempre bem.

Muitos fãs pediram o fim da série numa altura em que começavam a cansar-se da história, mas eu queria mais! A série termina e, com ela, acaba também uma época na história inglesa em que a nobreza perde a importância de outros tempos, as grandes casas deixam de existir e deixa de haver empregados para todo o tipo de funções. Mesmo aqueles que têm a possibilidade financeira de manter um certo estilo de vida escolhem não o fazer. São os sinais do tempo moderno, por muito que Carson não esteja preparado para ele.

Na minha memória ficarão, sobretudo, os épicos especiais de Natal que elevam sempre a magia da série a um nível incrível! Fico então à espera que se concretize um filme que prolongue por mais um pouco a história de Downton Abbey ou uma prequela, ambas hipóteses que já foram colocadas. Esta foi a série que me deu vontade de explorar mais o mundo das séries britânicas.

A série despediu-se da mesma forma consistente como se portou ao longo dos anos, de forma irrepreensível. Porque numa série destas tudo o que se pedia era um final feliz. Mesmo nas partes em que as coisas correram menos bem, foi encontrada a melhor solução possível. Vou ter saudades, muitas saudades, desta série que tanto me conseguiu emocionar.

Diana Sampaio

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