Os spin-offs existem desde sempre mas parece que ultimamente se tornou moda. Devido à grande variedade de séries tanto na televisão americana como na inglesa, a competição é grande. Ser original é cada vez mais difícil e são muitas as séries que caem logo nas primeiras semanas de exibição.
Como tal, os canais optam agora por fazer séries a partir de outras, normalmente séries que já têm um número considerável de temporadas e bastante sucesso.
O primeiro spin-off que vi foi 90210, se é que se pode chamar isso àquela série. Beverly Hills 90210 foi uma série dos anos 90 que durou dez anos e foi um dos maiores fenómenos televisivos na América. Como tal, a The CW resolveu ‘ressuscitar’ a série com novas personagens. Aquilo ainda durou cinco temporadas mas, sinceramente, nunca achei piada nenhuma. Se calhar se a outra não tivesse existido não me sentiria assim. As personagens não me diziam o mesmo que as originais. Já não havia nenhuma Kelly Taylor (havia, mas vocês percebem), nem uma Donna Martin. A única de quem gostava era Naomi Clark mas uma personagem não consegue carregar uma série às costas. O mesmo destino teve Melrose Place, que só sobreviveu a uma temporada.
O produtor Hart Hanson, de Bones, resolveu criar The Finder para a FOX. Nunca percebi bem como é que eles criaram a ideia. Não havia muitas semelhanças entre as séries e a própria história não era muito aliciante, por isso não me surpreendi pelo seu cancelamento.
Adoro Once Upon a Time mas o seu spin off, Once Upon a Time in Wonderland foi das piores estreias da fall season do ano passado. Só vi um episódio e não tive saudades. Os cenários CGI magoavam-me os olhos (apesar de a da série original não ser melhor) e a história era fraquita. Ficou-se Will Scarlett, que passou para OUaT. Nem tudo se perdeu!
Outras maneiras de se arranjar um belo spin-off é ‘arrancar’ uma das personagens mais populares da série-mãe e pô-la à frente da nova. O que poderá ‘correr mal’?
Pretty Little Liars é a série sensação da ABC Family. É daquelas séries que eu adoro odiar e quanto mais episódios vejo, mais o nó no meu cérebro aumenta. Mas deve ser isso a piada da coisa. Como tal, I. Marlene King tirou-nos Caleb e colocou-o à frente de Ravenswood. Má ideia. Caleb pertencia a Rosewood e a Hanna e a historiazinha dele com Miranda não vendeu. Nem a série. Não percebi porque é que chamaram spin-off àquilo. Não tinha nada a ver e a qualidade era claramente inferior. E sinceramente uma série como PLL chega-me.
Já Shonda Rhimes aproveitou-se do sucesso de Grey’s Anatomy e levou Addison para Los Angeles e criou Private Practice. Sempre adorei Addison, daí ter assistido. Não era uma série perfeita, longe disso, mas chegou a ser mais suportável do que Grey’s. Além disso, deu para aproveitar Addison por mais uns anos.
The Vampire Diaries é dos maiores sucessos que a The CW teve nos últimos anos. Criada numa altura em que os vampiros estavam na moda, a série já conta com seis temporadas de sucesso. À conta disso, resolveu criar The Originals, cujos protagonistas são antigas personagens de TVD. Já desisti do eterno triângulo amoroso Elena-Damon-Stefan há algumas temporadas, mas ainda espreitei a nova série. Perdi a paciência com vampiros e, como sou muito seletiva com séries, não continuei, mas fiquei agradavelmente surpreendida. Os vampiros originais reinam por completo a cidade de New Orleans e há quem diga que a saída destes vampiros baixou a qualidade da série-mãe. Quem diria!
Outros casos de sucesso são séries como CSI e NCIS. CSI: Miami e CSI: New York estiveram muitos no ar mas como as séries policiais não têm uma história tão continuada, é mais fácil gerar sucesso. Ambas as séries estiveram quase dez anos no ar e foram consideradas durante vários anos um grande sucesso. NCIS: Los Angeles e a mais recente NCIS: New Orleans vieram à boleia da série com mais sucesso da atualidade nos Estados Unidos. Mudou-se o cenário e os actores e voilà: uma série de sucesso!
Chicago Fire e Chicago PD são séries que têm muito mais em comum do que o nome. As personagens interagem muito mais. Os crossovers são constantes e chega a um ponto em que temos que ver uma série para percebemos a outra.
Portanto, respondendo à pergunta do título, a qualidade dos spin-offs depende muito. Creio que há mais expectativa e mais pressão para que corra bem. Sinto que por vezes os produtores não se esforçam tanto na nova série porque têm a ‘segurança’ da original. Posso estar enganada, mas atrevo-me a dizer que pode ser um dos motivos pelos quais muitos spin-offs caem como castelos de cartas. Espero que essa tendência mude e sinto que está a conseguir.