Há uns valentes anos li o Sabe Tão Bem Ser Mazinha, mais conhecido como o primeiro livro de Gossip Girl, que viria a inspirar a conhecida série da The CW. Confesso que não me lembro de quase nada. Tenho apenas uma recordação vaga de dois personagens (penso que Nate e Serena) a terem sexo ao som de Jennifer Lopez. Mas já foi há muitos anos, por isso posso estar enganada. Quanto à série, conheci-a bem melhor que os livros que a inspiraram, mas também não é de Gossip Girl que vou falar.
Quero sim falar de Bones, Rizzoli & Isles e os livros que as inspiraram. Bem, se sou completamente doida por séries, também o sou por livros e tenho sempre muita curiosidade em relação àqueles que deram origem a adaptações televisivas. Se dizem (e eu própria estou de acordo tantas vezes) que os livros são sempre melhores, enganam-se!
Testemunhas do Silêncio (Déjà Dead no original), de Kathy Reichs, é o primeiro dos livros que inspirou Bones e o único que li ou irei ler. A escrita é um bocado maçuda e pesada, mas o pior é que basicamente aquilo não se assemelha em nada à série que todos conhecemos. Não há Jeffersonian, nem Booth, Angela, Hodgins, Cam ou estagiários! A Bones nem sequer é a Bones, uma vez que ninguém lhe chama isso! É simplesmente Temperance Brennan, uma mulher divorciada, com uma filha em idade universitária e sem qualquer das características que tornam a pessoa aquilo que conhecemos da série. Brennan sem aquela mente completamente focada na ciência, que parece fria (embora não o seja)… Confesso que nada disto me agradou, porque lhe falta tudo aquilo de que mais gosto na série.
Quanto aos livros de Tess Gerritsen, tenho uma opinião BEM mais positiva. Li A Pecadora (The Sinner) e Duplo Crime (Body Double) – terceiro e quarto na saga sobre Jane e Maura – porque não consegui encontrar antes destes os dois primeiros. Apesar disso, dá perfeitamente para seguir as histórias.
Também aqui há bastantes diferenças no que às personagens diz respeito, mas isso não impede que a coisa funcione bastante bem. Fisicamente, Jane e Maura são diferentes do que conhecemos da série. O interior das personagens também, mas alguns dos traços estão lá, embora talvez de forma menos subtil. É certo que nos livros não temos uma Maura tão croma, temos sim uma pessoa mais séria, instrospectiva e solitária. Já Jane é uma valente cabeça dura que esconde os sentimentos e não suporta os irmãos… A amizade das duas também é aqui bem mais formal e certamente muito menos próxima. Mas os livros têm uma coisa muito a seu favor: os casos policiais, que são tão mais interessantes do que os da série. São casos que agarram completamente à leitura e dão sempre vontade de descobrirmos mais. A mestria de Gerritsen como autora é evidente e os seus conhecimentos da área médica também.
Apesar de, por falta de tempo, ter deixado de ver tanto Bones como Rizzoli & Isles, terei sempre todo o prazer em ler mais da saga de Maura e Jane.