Se só pelo título desta crónica não chegaram já ao conteúdo sobre o qual vou aqui divagar um bocadinho, eu dou mais algumas pistas. Vou falar sobre séries (olha que novidade). Sobre três séries, para ser mais precisa. Sobre três séries que curiosamente estrearam o ano passado. Sobre três séries que curiosamente têm duas coisas em comum: A palavra/prefixo Black e o facto de serem, na minha opinião, das melhores séries dos últimos anos.
Se mesmo assim ainda não chegaram lá, estou a falar de Orange Is The New Black, The Blacklist e Orphan Black.
Todas as Fall e Mid Seasons, eu costumo dar uma olhadela aos trailers das novas séries da televisão norte-americana para ver se há qualquer coisa que me agrade, para eu juntar ao meu cardápio. Entre a qualidade das novidades e o “espaço livre” que tenho para essas novas adições à lista, lá junto algumas novas séries às outras tantas que sigo. Das que passam o primeiro teste do “despertar-me o interesse” com o trailer, algumas ficam-se logo pelo pilot (tenho uma certa dificuldade em dar segundas hipóteses a séries que não me agarram com o primeiro episódio) e, das sobreviventes que se tornam “séries para acompanhar”, ainda há um último patamar na minha consideração, onde só algumas das séries que eu acompanho entram. Onde para entrar é preciso cativarem-me, de uma forma especial e diferente. Já fizeram parte desse patamar séries como Prison Break, Veronica Mars e Lie to Me. Até este ano, apenas duas séries tinham o seu lugar lá: Person of Interest e a minha muito amada Criminal Minds. Este ano, juntaram-se-lhes mais três, aquelas três cujo título contém black.
Que coincidência, não?
E porque gosto eu tanto destas 3 séries? Se eu disser que são altamente é um argumento pouco forte, não é? Ainda que seja verdade? Mas também não vou aqui dizer as razões por que cada uma delas vale a pena ser vista especificamente, porque isso encontra-se aos pontapés pela internet fora, basta escreverem no Google qualquer coisa tipo “10 reasons to watch X, Y ou Z”. Vou apenas enumerar 3 motivos que estas 3 séries partilham, para além do black, e que me fazem gostar tanto delas:
1. Personagens principais fortes, imprevisíveis e bem construídas.
Desde o fantástico papel desempenhado por James Spader, enquanto Raymond ‘Red’ Reddington, em The Blacklist, passando por Sarah Manning (já para não mencionar a Cosima e a Alison) interpretada pela magnífica Tatiana Maslany em Orphan Black, ao papelão de Taylor Schilling em OITNB, no papel de Piper Chapman, que tem a dificuldade alargada de a personagem ser baseada numa pessoa real.
2. Momentos dramáticos, de tensão, acção, humor, etc…
Episódios que são uma montanha russa de emoções. Eu adoro isso. Talvez The Blacklist esteja um pontinho mais baixo no último, mas sempre temos os momentos sarcásticos e humorísticos do Red. Quem não se parte a rir com a doida da Alison ou com as cenas do Felix? Quem não desata às gargalhadas com a Taystee? Quem já não chorou, riu e ficou com o coração nas mãos tudo no mesmo episódio de qualquer uma delas?
3. O mistério e a obscuridade da mente humana.
Voltamos ao black. E à exploração daquilo que o ser humano é capaz. O que nos leva a fazer certas coisas. Porque tomamos certas decisões. Tudo questões exploradas nestas séries. Em OITNB deparamo-nos com as histórias de diversas mulheres, percebemos o porquê de elas terem acabado ali, naquela prisão. Em Orphan Black, deparamo-nos com o mistério em volta da origem dos clones. Mas mais que isso, deparamo-nos com os medos, os erros e as decisões que Sarah tem que tomar, principalmente em relação à sua filhota, e cada vez mais para proteger a sua família e as suas “irmãs”. O que levou Reddington a entregar-se ao FBI, o porquê da fixação dele na Agente Keen. A frieza daquele homem, e ao mesmo tempo a rectidão das suas acções. São tudo coisas que me agarram ao ecrã e me deixam interessada por novos episódios, para ver se é no próximo que se descobre mais alguma coisa, mais algum traço na personalidade destes indivíduos.
Há por aí mais alguma série com Black no nome? É que se for esse o segredo das boas séries, eu quero vê-las!