Não sei como é para os restantes viciados, mas a minha vida como viciada em séries não é pera doce. Desde um irmão que acha que eu devia ser internada, a uma melhor amiga que me considera uma ‘croma’ (coisa que eu admito com todo o gosto que sou), passando por tantas pessoas que não compreendem este vício…
Toda a vida fui vendo séries, acompanhando o meu irmão mais velho ou por minha iniciativa, mas o vício só se alojou verdadeiramente em mim há uns quatro ou cinco anos, mas que bateu forte, bateu. Ser viciada em séries é deprimir porque não há tempo para ver todas as quero, é invejar os amigos que conseguem ter tempo para ver mais que nós (e que conseguem ver sempre os episódios antes) e gozar (carinhosamente) com os amigos que vêem apenas três ou quatro.
É acordar cedo antes de ir trabalhar para ver Once Upon a Time e Grey’s Anatomy, porque não aguento nove horas de trabalho a pensar no que poderá ter acontecido àquela gente de quem eu tanto gosto.
É recomendar aos amigos as séries que eu adoro, é deixar-me convencer a ver as que eles adoram e eu nunca vi. Obrigada Sara por One Tree Hill e Once Upon a Time e obrigada Joana por Orange Is the New Black.
É, quando a disponibilidade o permite, arranjar novos vícios para me entreter durante os hiatos e ver tudo de enfiada, como fiz com L-Word, One Tree Hill e Once Upon a Time.
Para mim, é sofrer com aquelas pessoas quase como se das minhas melhores amigas se tratassem, sentir apertos fofinhos e menos fofinhos quando as coisas correm mal, os casais se separam (Callie e Arizona estou a olhar para vocês! E Regina, para de me fazer chorar também!).
É sofrer com os hiatos, é escrever fan-fics ou discutir os episódios até à exaustão com quatro ou cinco pessoas diferentes que estão tão chateadas como nós.
E depois é o cúmulo da palermice. Que é o eu estar à espera de consulta no dentista, olhar para o quadro das especialidades médicas e fazer qualquer coisa como associá-las aos médicos das minhas séries. Qualquer coisa como olhar para Neurologia e pensar no Derek e na Amelia Shepherd, em Ortopedia e pensar na Callie, em Obstetrícia e pensar na Addison e por aí sucessivamente 😛 Ah, e há sempre a minha piada de que vou chamar Brooke Calliope à primeira filha que tiver por causa da Brooke Davis e da Callie Torres. Estou só a brincar, mas só a sugestão é de me internar.
É fazer piadas com as amigas em que temos a mania que somos a Brooke, a Haley e a Peyton, mas todas queremos casar com o Nathan.
É sentir-me uma traidora quando outra série e outra personagem substituem aquelas que eram as minhas preferidas há muito tempo e depois ter um top de séries e personagens preferidas em constante mudança porque tenho muito amor para dar no que a séries diz respeito.
Ah, e é ouvir as versões originais das músicas que deram no episódio musical de Grey’s Anatomy e pensar ‘aqui é a parte em que entra a Callie, a parte da Arizona’ e por aí fora.
Basicamente, é pensar nisso a toda a hora e desejar ter mais tempo para pensar nelas e vê-las.