Chegar a Casa é uma série luso-espanhola que estreou na RTP em 2021. Já faz algum tempo, é verdade, mas com a chegada do tempo mais frio, voltei a assistir a esta série, à qual continuo a regressar sempre que procuro algum conforto. Por isso, agora deixo-te com 7 razões para veres Chegar a Casa e pode ser que também tu te rendas às peripécias desta família tão portuguesa. A série está disponível na RTP Play e na Prime Video.
1 – Família
A família é o valor central em Chegar a Casa. A narrativa gira em torno de uma família cuja estrutura é abalada quando Cayetano (Miguel Àngel Blanco) revela uma vontade súbita de se divorciar de Marta (Joana Seixas). Com vida na Galiza, Marta decide voltar para Arcos de Valdevez, a sua terra natal, com os filhos e vão morar para a casa-pensão dos seus pais. O amor incondicional é uma constante nesta família que tenta, agora, adaptar-se a uma nova vida. No entanto, com o apoio e amparo que, em especial, os pais de Marta lhe dão e aos netos, juntos tentam superar esta fase conturbada das suas vidas.
2 – Comédia
Esta série tem um grande sentido de humor. Embora Chegar a Casa não seja uma comédia, prenda-nos com momentos tão genuínos que não podiam ser senão cómicos. Cátia (Anabela Moreira) e Luís (Rui Melo) são o casal mais capaz de provocar o riso, por conta do seu caráter cómico. Cátia é a melhor amiga de Marta, a quem dá apoio nesta fase mais frágil. Contudo, o que se sucedeu com a amiga fá-la pensar no seu próprio casamento, o que causa uma certa turbulência entre ela e o marido. Cátia e Luís têm um casamento feliz e, por isso, as inseguranças de Cátia estão todas na sua cabeça. Por esse motivo, muitas das suas ações não têm qualquer nexo, o que provoca momentos muito cómicos na dinâmica do casal.
3 – Interpretações excelentes
Dos traços que mais aprecio na série, o sotaque do Norte é um deles. Muitas são as séries portuguesas que não apostam em diretores de sotaque e é essa a razão para que muitas vezes determinados tipos de sotaques não sejam bem conseguidos. Felizmente, em Chegar a Casa isso não acontece. Os sotaques nortenhos, a meu ver, estão muito bem interpretados e conferem um tom muito genuíno e sincero às atuações.
4 – Simplicidade
A história que a série acompanha não é algo nunca antes visto, a superação de um divórcio. Porém, o que, ironicamente, eleva a série prende-se precisamente com a simplicidade da sua narrativa, que abre espaço para uma exploração de personagens também elas aparentemente simples, mas de uma complexidade e nuances muito ténues que enriquecem e dão força à narrativa.
5 – (Des)amor
É uma história sobre amores e desamores, desde o tema do divórcio, ao amor que provoca borboletas na barriga, à descoberta da sexualidade e à superação de um desgosto amoroso e redescoberta do amor. É um universo muito completo que nos permite, facilmente, render às personagens, identificar com algumas das suas inseguranças e torcer pelo seu sucesso.
6 – Longe da capital
A ação toma lugar na província, em Arcos de Valdevez, o que é visto poucas vezes em produções nacionais, cujas narrativas se passam, habitualmente, em centros urbanos. Acredito que este possa ser um fator diferenciador de Chegar a Casa. Com a ação passada numa vila pacata e tão bonita, no que parece ser o inverno, a atmosfera da série torna-se muito acolhedora e convidativa.
7 – Intemporal
Chegar a Casa é intemporal. Os assuntos com os quais lida serão sempre pertinentes e atuais. É uma carta de amor à família e ao próprio amor, às segundas oportunidades que a vida nos dá e que não sabíamos que precisávamos.
NOTA: Chegar a Casa é a escolha da colaboradora do Séries da TV, Sofia Marçal, para sugestão do mês de novembro de 2023!
Créditos das imagens: Filipe Feio (SPi)