7 Razões Para Ver… The Kominsky Method
| 04 Nov, 2020

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The Kominsky Method era uma das séries que estava na minha lista da Netflix para espreitar, mas em relação à qual não tinha grandes expectativas. Há sempre séries que penso que não irão muito de encontro aos meus gostos, mas às quais, ainda assim, quero dar uma oportunidade. Ao fim de uns três ou quatro episódios dei por mim já bastante convencida de que tinha sido uma boa ideia ver The Kominsky Method. Para quem não conhece, a série acompanha dois amigos de longa data, Sandy (Michael Douglas) e Norman (Alan Arkin), que têm que lidar com os altos e baixos nas suas vidas e com o facto de estarem a envelhecer.

1 – Foco em personagens mais velhos do que o habitual

Isto é bom porque traz um pouco de diversidade ao mundo das séries e mostra que a terceira idade pode ser uma fase tão interessante como qualquer outra. Na indústria televisiva e cinematográfica, ainda parece um pouco que a idade é um tema sensível, mas The Kominsky Method pega em Michael Douglas e Alan Arkin, atualmente com 76 e 86 anos, e faz deles os protagonistas de uma série que aborda com humor e mestria o que é estar nesta fase da vida. Os seus personagens, Sandy Kominsky e Norman Newlander, não são os pais ou os avós da história. Quer dizer, também o são, mas ao contrário do que acontece em tantas séries do género, são muito mais do que isso. Têm os seus problemas pessoais, de saúde, amorosos, de consciência, e são eles o centro da trama. Também, verdade seja dita, alguém ainda tem paciência para adolescentes ou para séries familiares que parecem versões ligeiramente diferentes umas das outras?

2 – Comédia e drama em doses equilibradas

Esta série tanto tem muito de engraçada como de comovente. Quando dois géneros são bem executados têm tudo para funcionar bem juntos, mas acho que o facto de a série não ser apenas uma comédia funciona muito a seu favor. Nas comédias parece que há um esforço exagerado para fazer rir, muitas vezes à custa de piadas que não são naturais e que apenas estão ali para cumprir a sua quota. Aqui as piadas não soam forçadas, vêm da peculiaridade de algumas situações, das características dos personagens e das suas relações com os outros e surgem nos momentos mais inesperados, nem que seja num funeral. Alguns dos momentos mais engraçados são cortesia de Danny DeVito, que interpreta o urologista de Sandy e Norman, e de Alex, o pobre empregado de mesa que provavelmente já se devia ter reformado há 20 anos. Depois temos então bom drama, derivado daquilo que é também feito o drama na vida real: a perda de pessoas que amamos, a saúde que já viu melhores dias, as pessoas de quem gostamos, mas que nos desiludem, o medo de tentarmos uma coisa boa porque não queremos falhar…

3 – As aulas de representação de Sandy

Sandy Kominsky já foi um ator de sucesso, mas agora dá aulas de representação no seu próprio estúdio. É precisamente esta parte que dá o nome à série. Vemos então Sandy pegar nos seus conhecimentos e partilhá-los com uma turma que tem tanto de sem noção, como de interessante. Os alunos mostram as suas capacidades, seja sozinhos, seja com parceiros de cena, e permitem-nos conhecê-los melhor. Alguns deles são bastante bons a representar, outros parecem servir-se demasiado da sua aparência, mas são momentos sempre muito cativantes que nos deixam conhecer um pouco melhor esta arte da qual nem sempre conhecemos o trabalho que está por detrás.

4 – A relação de Sandy com a filha

A relação de Sandy com Mindy, a sua única filha, é bastante engraçada. Os dois têm uma certa cumplicidade, mas são muitas as vezes em que o papel de pai e filha parece ser invertido. Como muitos dos homens adultos solteiros das séries nos habituaram, Sandy é um bocado… irresponsável. Assim, cabe a Mindy mantê-lo na linha e podem crer que ela o faz quando é mesmo preciso. No entanto, não é só um laço familiar que estes dois partilham, pois Mindy ajuda a gerir o estúdio do pai. Gostei bastante de ver a relação deles ao longo da série, mas as minhas partes preferidas acho que foram as interações a três com o namorado de Mindy. Mais não digo!

The Kominsky Method

5 – As aparições de Eileen

Não posso revelar muito aqui, porque não quero dar spoilers, mas a verdade é que esperava que Eileen, a mulher de Norman, tivesse desaparecido da série após o primeiro episódio. Estava enganada, mas fico contente que a personagem se tenha mantido por perto. Eileen é uma verdadeira senhora, aquele tipo de pessoa de quem é fácil gostar-se. Ao contrário de Norman, por exemplo, que é um bocado chato. Eileen é sempre uma espécie de presença calma que transmite sabedoria e bom senso. E o quanto o marido e a filha dela precisam de uma boa dose disso!

The Kominsky Method

6 – Lisa Edelstein

Confesso que quando nos foi dada a conhecer Phoebe, a filha de Norman e Eileen, a primeira sensação com que fiquei foi de que seria um desastre. A personagem parecia péssima, à primeira vista. No entanto, foi-lhe dada profundidade e Lisa Edelstein conseguiu conquistar-me completamente no papel. Já a adorava como Cuddy em House M.D.. Ora, sobre Phoebe precisam de saber que ela tem problemas de dependência, que esteve uma série de vezes em clínicas de reabilitação e que o pai basicamente já perdeu toda a fé de que algum dia ela possa endireitar-se. Só que Phoebe é mais do que o desastre que parece e a própria consegue despir-se da imagem de party girl e mostrar-se vulnerável, alguém de quem também é fácil gostar, à semelhança do que acontece com a sua mãe. Phoebe tem problemas, é certo, mas talvez ajudasse que parassem de esperar sempre o pior dela. Ou que, pelo menos, parassem de lho dizer em voz alta. Foi, sem dúvida, a personagem com maior evolução ao longo das duas temporadas.

The Kominsky Method

7 – Temporadas curtas

Há montes de séries com uma infinidade de temporadas, ainda por cima longas. The Kominsky Method vê-se perfeitamente num fim de semana, pois ainda só tem duas temporadas (já está confirmada uma terceira, que vai ser a última), com oito episódios cada. A trama não se arrasta e também não fica aquela sensação de que há ali histórias só para preencher tempo de ecrã. Os episódios são viciantes e vai dar jeito o botão de avançar para o próximo, garanto!

Aceitas estas razões para ver The Kominsky Method?

Diana Sampaio

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