Inside No. 9 é uma série de humor negro britânica que surgiu em 2014 e tem cinco temporadas, estando a sexta prevista para 2021. Para quem gosta deste estilo de humor, tem aqui uma verdadeira pérola. Steve Pemberton venceu o Bafta de Best Male Permomance in a Comedy Programme em 2019 pelo trabalho na série. E há, pelo menos, sete razões para ver Inside No. 9!
1. É britânica
A qualidade das séries britânicas é reconhecida por todos, aliás, até já fizemos algumas sugestões numa crónica. Em muitos casos acontecem remakes americanos que ficam muito aquém das séries originais. Fica como exemplo a tentativa americana de The Inbetweeners ou de Fawlty Towers, na versão americana apelidada de Payne, como se John Cleese fosse comparável! O humor britânico é inteligente e não cai em tantos clichés como o americano.
2. Humor negro
Falemos portanto do humor. Os criadores da série, Reece Shearsmith e Steve Pemberton, não são novos nisto, afinal são eles que estão por detrás de The League of Gentlemen (lembram-se de ver na RTP2, quando passava este tipo de séries mais ou menos à hora de jantar?) e de Psychoville, série que decorreu entre 2009 e 2011, mas que não me convenceu tanto com Inside No. 9. Apesar de tudo, até foi quando estavam a produzir um episódio de Psychoville que surgiu a ideia para Inside No. 9. O humor negro está presente, mas existem episódios onde o terror ou o thriller se sobrepõem e algumas punchlines são um verdadeiro murro no estômago.
3. Reece Shearsmith e Steve Pemberton
Que papelões! Não é só esta dupla, mas estes dois são razões suficientes para ver a série. Conseguem ser divertidos, perturbadores, conseguem iludir quem está a ver o episódio. A química entre os dois é perfeita, também porque já lidam um com o outro há muitos anos. São os criadores, são os argumentistas e são os atores principais desta pérola de humor negro.
4. Elenco em geral
Além de Reece Shearsmith e Steve Pemberton, a série tem recebido participações de vários atores diferentes e raramente se repetem. Mas a qualidade está garantida, como por exemplo com Sheridan Smith em The 12 Days of Christine, um dos melhores episódios da série.
5. Argumento
Em Inside No. 9 cada episódio conta uma história diferente, mas vamos começar a perceber que serão sempre histórias em que nada é o que parece e que o mais simples objeto, por exemplo um sapato, pode ser o ponto de partida para uma tragédia. O argumento, que pega em situações simples, como pagar uma conta, e dessa situação específica cria uma história que nos prende durante cerca de 30 minutos, é mais uma razão para que esta série não fique esquecida. Além de tudo, a maior parte dos episódios contém com um twist de que ninguém está à espera. Refira-se também que o número 9 está sempre presente, seja em coisas bastante visíveis como o número de uma porta ou de forma mais subtil.
6. O segundo episódio da 1.ª temporada
E se vos dissesse que um dos meus episódios favoritos tem, provavelmente, duas falas? Falo do segundo episódio da 1.ª temporada, A Quiet Night In, que para mim é um dos mais bem conseguidos da série. Todos os momentos do episódio são feitos pela banda sonora, com a música a contar-nos o que está a acontecer de uma forma sublime, e é por isso o meu favorito. É verdade que não é fácil escolher e há muitos episódios que merecem nota máxima, mas a forma como estes cerca de 30 minutos foram construídos deixou-me sem palavras, tal como o episódio em si.
7. Não se arrasta
A série vai para a 6.ª temporada, porém cada uma tem apenas seis episódios. Porém existem dois especiais: em 2014 foi lançado o episódio interativo The Inventors, que não conta com a participação dos dois atores principais da série, e no intervalo entre a 4.ª e a 5.ª temporadas, em 2018, foi exibido umespecial de seu nome Dead Line, um live de Halloween, onde mais uma vez nada foi o que parecia ser. O episódio começou de uma forma normal, mas as coisas começaram a falhar e as reações no Twitter não se fizeram esperar com vários comentários irónicos, zangados e surpresos porque o live não estava a correr bem, mas o mais engraçado é que foi tudo propositado! Este é mais um dos exemplos de como Inside No. 9 consegue sempre surpreender. Como durante 2019 não saiu nenhum episódio, receei que já tivesse terminado, apesar de acabar da melhor forma. Porém, a série regressou para os seis episódios habituais em 2020 e se os três primeiros não são excecionais, embora sejam bons na mesma, no quarto a série volta a mostrar todo o seu potencial. Tal como Black Mirror, Inside No. 9 parece preferir “poucos, mas bons”. E dos 31 episódios tenho de destacar, além do especial, The 12 Days of Christine, A Quiet Night In, Diddle Diddle Dumping, Zanzibar e The Riddle of the Sphinx como o meu top 5.
E vocês, já viram? Quais são os vossos episódios favoritos?
Bruno Pereira