[Pode conter pormenores considerados spoiler]
Criada por Adrian Hodges para a BBC One, The Musketeers é uma série britânica que estreou em 2014 e terminou em Março a sua segunda temporada (não se preocupem que a terceira já está garantida!). Com Santiago Cabrera, Howard Charles, Tom Burke e Luke Pasqualino nos papéis dos mosqueteiros Aramis, Porthos, Athos e d’Artagnan, a série retrata as aventuras dos amigos na defesa do rei enquanto lidam com os dramas das próprias vidas privadas.
Não sendo uma série violenta nem muito pesada, The Musketeers é uma adaptação com bastante qualidade da obra de Alexandre Dumas e é logo o primeiro motivo deste sete para ver…
1- Boa adaptação do clássico francês
Os Três Mosqueteiros é um dos romances mais famosos e aclamados da literatura francesa e universal. Já foram feitas mil e uma adaptações da obra e desta vez a BBC One presentou-nos com uma série baseada nas personagens e na história. Claro que há muita coisa diferente, daí chamar-se ‘adaptação’. No entanto, a essência da história está toda lá. Os mosqueteiros lutam sem olhar para trás pelo bem de França.
2- Os mosqueteiros
Um por todos e todos por um!
OK, admito que esta é bastante óbvia. Afinal, eles dão o nome à série e basicamente tudo gira à volta deles. Athos, Aramis, Porthos e d’Artagnan fazem parte dos mosqueteiros do rei e defendem a coroa com unhas e dentes. É bastante óbvio que são os homens em quem o rei, a rainha e o capitão Treville mais confiam. Para além de serem uma equipa unida e bem oleada, os mosqueteiros são amigos e apoiam-se incondicionalmente. Perco a conta a quantidade de vezes que arriscaram a vida para salvar a pele uns dos outros. Os quatro têm personalidades muito distintas, visto d’Artagnan ainda ser imaturo e impulsivo; Athos um homem amargurado e líder nato; Aramis é profundamente religioso e um sedutor nato; e Porthos nunca foge uma batalha e tem o punho sempre preparado para o que der e vier. França não podia ter um grupo mais homogéneo e heterogéneo de mosqueteiros!
3- Fortes personagens femininas
No meio de tantos homens, Hodges ofereceu-nos três fantásticas protagonistas. Milady de Winter, Anne de Áustria e Constance Bonacieux. A primeira é uma das vilãs da história, a ex-mulher de Athos e empregada do Cardeal que não hesita a disparar o gatilho. Os próprios mosqueteiros sabem que têm que ter cuidado com ela. A rainha é uma mulher que levou uma vida de obrigações e nunca foi totalmente livre. Casou com o rei ainda era uma criança e sempre viveu na sombra do marido e com as más línguas devido à sua nacionalidade espanhola. Todavia, isso não impede Anne de ter pensamento próprio e uma personalidade forte. Já Constance vê a sua vida mudar quando o aspirante a mosqueteiro d’Artagnan se instala em sua casa. Não são poucas as vezes que ajuda os mosqueteiros nas suas missões (muitas vezes quase suicidas) e ganha o respeito deles devido à sua atitude pouco usual para uma mulher casado do século XVII.
4- Peter Capaldi
Capaldi deve ser o nome mais sonante deste elenco. Com uma vasta experiência na área de representação, o ator dá vida a uma das personagens mais icónicas da obra e dos vilões mais célebres da literatura. O Cardeal Richelieu é o primeiro ministro de França e o braço direito do rei Louis. Tem um ódio especial pelos mosqueteiros e balança os esquemas para os derrubar com o amor por França, o que o leva muitas vezes a aliar-se com o inimigo. Todavia, meia volta as quezílias com eles voltam e temos um frente a frente.
5- Os casalinhos
Série que se preze tem que ter a sua quota parte de romance e The Musketeers não desilude. Temos Constance e d’Artagnan, um casal que tomou um rumo diferente e muito mais interessante nesta versão, muito pelo caráter dela. Depois temos os famosos Athos e Milady de Winter e o seu trágico passado que ainda nos faz derramar uma ou duas lágrimas. Por fim, o mulherengo Aramis vê a sua vida mudar quando se envolve com a pessoa errada por todos os motivos e mais algum e nós continuamos a torcer por eles! O coração de um fã sofre tanto…
É sabido que nenhum dos mosqueteiros tem sorte no amor na pena de Alexandre Dumas, mas Hodges fez alterações que nos levam a crer que se calhar não vamos ficar com o coração tão partido como pensávamos… Mas só o tempo o dirá.
6- Os casos dos episódios
Todos os episódios os nossos mosqueteiros têm um caso para resolver, seja andar às turras com o Cardeal, seja para salvar a coroa ou uns aos outros. As histórias são bastante interessantes e muitas das vezes têm desenvolvimentos inesperados. Em certos episódios conhecemos mais do passado das personagens. Apesar de Athos, Portos, Aramis e d’Artagnan serem os salvadores de serviço, por vezes não há mal nenhum em pedir uma ajuda feminina…
7- O rei Louis XIII
Supostamente, Louis seria a personagem mais poderosa da série, visto que é o rei. Todavia, Louis não seria nada sem Anne, o Cardeal e os mosqueteiros. É recorrente o rei ser a parte cómica das adaptações de Os Três Mosqueteiros e aqui não foge à regra. Para além disso, Louis aqui também representa o ridículo da nobreza. É um homem supérfluo, infantil e mimado que se limita a dar a cara enquanto as pessoas à sua volta lutam por França. Fora disso, tem bastante piada.
Maria Sofia Santos