Se muitas vezes devo agradecimentos às minhas amigas por me terem apresentado a determinada série, o facto de ver The Good Wife devo-o a mim mesma. O drama político/legal tem vindo a conquistar-me de uma maneira que não esperava numa série destas. De alguma forma, a série faz-me lembrar muitas vezes da própria relação Bill/Hillary Clinton, mas isto foi só um desabafo.
Será que consigo convencer alguém a ver? Vou tentar:
1. As muitas nomeações (e alguns prémios):
Aclamada pela crítica, The Good Wife teve inúmeras nomeações a prémios tão importantes como os Emmys e os Golden Globes. Julianna Margulies já levou prémios para casa e o mesmo aconteceu com alguns actores convidados e com Archie Panjabi, premiada como Actriz Secundária nos Emmys de 2010. Nunca recomendaria a série apenas pelas críticas ou prémios, mas é inegável que é sempre de valorizar. Como curiosidade, TGW tem uma classificação de 8,2 no IMDB.
2. Os casos defendidos e os julgamentos no tribunal:
Ainda eu era miúda e já achava que seria giro ser advogada por causa do que via nas séries. Não me tornei advogada, mas se as coisas fossem como o que vemos na série, adoraria sê-lo. Se muitas vezes o defeito de uma série é que os casos não prendam, não correm esse risco com The Good Wife. Os casos envolvem-nos, fazem-nos escolher lados e, não raras vezes, deixam-nos a reflectir em dilemas morais ou éticos. Mas confesso que a minha parte preferida é quando os casos vão a tribunal. Quando os advogados jogam sujo para ganharem, quando levantam objecções, quando as coisas fiquem mesmo ‘feias’. E não tenho um advogado preferido, gosto de ver qualquer um deles é tribunal, são todos fantásticos.
3. Will, Diane e a amizade dos dois:
Diane é ‘a’ personagem ‘forte’ feminina. Não que Alicia ou Kalinda não o sejam, mas… Pronto, eu gosto muito da Diane. Ela é democrata, não gosta de armas (tal como eu, embora num apocalipse esquecesse essa ideia 😛 ) e é uma mulher bem sucedida. O Will é o meu personagem preferido da série e eu raramente escolho um personagem masculino em detrimento de uma feminina, mas o Will tem piada. A Diane também e os dois têm uma química bestial como amigos e colegas de trabalho. É a minha relação preferida da série, embora às vezes eles se tenham esquecido de honrar essa amizade, embora acabem sempre por resolver as coisas. E é bom ver uma amizade entre um homem e uma mulher numa série que não se torne numa relação amorosa. Aqui podemos ter a certeza em relação a isso.
4. Os melhores convidados especiais da televisão em grandes papéis:
Este item alia duas coisas fantásticas. A primeira, excelentes personagens – interpretadas por actores de quem já era fã por outros trabalhos, na sua maioria, e outros que passei a admirar – e a segunda, papéis igualmente brilhantes. Ora bem, destaco sobretudo Martha Plimpton (a minha fantástica croma de Raising Hope) e o grande Michael J. Fox (de Family Ties, uma série que vi durante a minha infância e adolescência). A Martha tem um registo fantástico e Michael ‘encorpora’ no seu personagem a doença de Parkinson, de que sofre na vida real. Também adorei as participações de Maura Tierney (a Abby de E.R.), da Lisa Edelstein (House), da Amanda Peet e da Mamie Gummer, uma das filhas de Meryl Streep e que sem dúvida herdou o talento da mãe para a representação. Sem dúvida que as guest stars desta série estão à altura. Não há para mim série nenhuma que tenha melhores convidados.
5. O despique Lockhart/Gardner e Florrick/Agos & Associates:
Gosto muito desta storyline da saída da Alicia e do Cary da Lockhart/Gardner para formar uma firma deles. Desde o início que me agradou e cada vez mais, devo dizê-lo. Eles são o novo Will e Diane, estão a tentar traçar o seu próprio caminho e a arriscar. Tudo isto se tornou ainda mais interessante quando eles começaram a ser descobertos e começou o ataque mútuo entre as firmas. Tornou-se pessoal, com o Will a sentir-se ‘traído’ pela Alicia, com a Alicia a retaliar as sacanices dele… Quanto mais pessoas se metem ao barulho, mais interessante se torna. David Lee, Diane, Cary, o outro Carey… Kalinda, Robyn… Cada um escolheu lados. Alguns foram mais óbvios acerca disso, outros jogaram dos dois lados do campo enquanto puderam… E o melhor é que tentam derrotar-se uns aos outros com base nos truques ‘legais’ que conhecem. Esta série é um verdadeiro curso sobre como é possível usar a lei para a contornar a nosso favor.
6. Cada temporada é melhor do que a anterior:
Não vou durar a pílula e vou confessar que as duas primeiras temporadas da série demoraram um bocadinho a passar e que pensei em desistir. Mas a partir da 3.ª temporada, as coisas começaram a aquecer. Em termos da história pessoal dos personagens e suas relações, os próprios casos passaram a prender muito mais a minha atenção… E chegou a um ponto em que a série se tornou uma das minhas preferidas e estou muito contente comigo própria por nunca ter desistido de a ver.
7. Os momentos divertidos:
O facto de ser uma série dramática não quer dizer que não possa ter excelentes momentos cómicos. Kalinda é mestre nisso, com a sua personalidade particular. Will também, quando se lembra de arranjar namoradas meias reles (mas eu gosto que tenha namoradas reles. Ele tem um ar muito certinho, mas é um rebelde de coração :P) Todos os personagens têm os seus momentos cómicos, inclusivé Alicia quando já bebeu uns copos a mais; a investigadora Robyn, que procura a ‘aprovação’ de Kalinda. Já não me lembro exactamente das cenas, mas confesso que hoje já me ri como uma perdida a ver um episódio desta 5.ª temporada.
Resta-me esperar ter deixado algum de vocês curioso!