Westworld – 04×03 – Années Folles
| 13 Jul, 2022
7.7

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Escrever sobre cada episódio de Westworld, neste caso Années Folles, é um desafio complicado. Essencialmente, isto acontece por duas razões. A primeira é que é sempre complicado entender o que está a acontecer. É algo que já vem desde a 1.ª temporada e que faz parte da magia da série, mas isso leva-me à segunda conclusão. Sempre que estou a ver um episódio, estou a desconfiar de tudo o que se passa. A mais simples imagem pode ser uma pista e por muito interessante que isso seja, torna cada episódio num puzzle difícil de montar.

Mas vamos lá a este Années Folles de Westworld, expressão que significa Anos Loucos e que está associada à década de 1920 em França. Finalmente tivemos o regresso de Bernard, que acordou da sua passagem pelo sublime após muitos anos. E aqui vou já começar as teorias. Apesar de termos tido um salto temporal da 3.ª para a 4.ª temporada, não acredito que Bernard tenha estado só entre sete a oito anos no sublime. Na minha opinião, passaram-se uns 20 anos e Bernard acorda num mundo onde Dolores/Charlotte já domina a civilização ou então num onde existe uma guerra aberta entre os anfitriões e os humanos. Para além de nunca termos uma referência sobre o ano em que eles estão, existe também o momento em que Bernard e Stubbs encontram uma personagem cujo nome ainda não sabemos e ela parece pertencer a um grupo de rebeldes que estão a lutar contra os anfitriões. Para além de ter anfitriões a persegui-la, sabemos que ela e o seu grupo têm um vasto conhecimento sobre os anfitriões. Atiro já a minha teoria de que esta personagem sem nome é a filha de Caleb e que estamos no futuro, onde existe um domínio dos anfitriões sobre os humanos. Sabemos também que Bernard viu todas as variáveis possíveis sobre o que vai acontecer e que em todas elas morre. À moda de Dr. Strange, ele sabe o que pode dar certo para salvar o mundo, por isso não me admirava se estivéssemos a ver uma realidade onde Dolores vai conseguir, juntamente com Will, dominar os humanos e, numa outra linha temporal, estamos a ver Bernard, Stubbs e os rebeldes a tentar salvar o mundo do domínio das máquinas.

Gostei bastante de ver o parque dos anos 20. Claramente, o parque é uma clara e preguiçosa cópia do de Westworld, mas achei muito engraçado ver os paralelos que foram criados. Por um lado, a crítica às histórias, que são todas iguais; por outra, a forma como Maeve vai contando a Caleb o que acontece e ela realça que a sua interpretação era melhor. Achei que foram momentos de bom humor e bem encaixados. De resto, o parque tem uma nova atração que é o ataque de Dolores. Os convidados podem vivenciar o que aconteceu, mas descobrimos a forma como Dolores está a controlar pessoas. Ela usa moscas para entrarem no corpo dos humanos – possivelmente no cérebro – e assim consegue controlar as suas ações. Achei uma forma interessante de explicar o envolvimento das moscas, que sempre fizeram parte do canon de Westworld. A cena em que a filha de Caleb – neste caso sendo ela um anfitrião – o ataca deixa-me com algumas questões:

  • Porque é que Dolores quer Caleb? Daquilo que sabemos, Caleb não era contra os anfitriões, mas sim contra Rehoboam.
  • Porque é que a versão robótica da filha do Caleb é das antigas? Sabemos que as versões mais recentes dos anfitriões são muito mais humanizadas.
  • Será que a cena em que Maeve salva Caleb é no passado ou futuro? Sabemos, até pelo dialogo dos dois, que Maeve salvou Caleb. Inclusive, temos umas imagens que mostram isso. Mas será que essas imagens são mesmo do salvamento ou são momentos no futuro onde Caleb vai acabar por morrer?

E é isto, com Années Folles, Westworld continua a deixar-nos com várias questões sobre as mais pequenas coisas. Não tivemos o núcleo de Christina neste episódio, mas, mesmo assim, consigo fazer uma avaliação satisfatória. É difícil voltar a ter aqueles episódios da 1.ª temporada, mas consigo avaliar o pouco desta quarta como um upgrade em relação à terceira. Esta temporada ainda não me deixa colado ao ecrã, mas já me deixa mais entusiasmado para o que aí vem. E não seria justo não falar da banda sonora de Ramin Djawadi, com versões ao piano da música dos Metallica, Enter Sandman, e de Bad Guy da Billie Eilish. Simplesmente genial!

Nota: Quando me refiro a Dolores refiro-me à personagem interpretada pela atriz Tessa Thompson, uma vez que, neste momento, é a única Dolores em cena. Até ver, a personagem da atriz Evan Rachel Wood é Christina, para todos os efeitos. Fica o esclarecimento para que isto não fique ainda mais confuso do que já é!

7.7
8
Interpretação
7.5
Argumento
7.5
Realização
8
Banda Sonora

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