Este artigo contém spoilers!
Westworld continua a sua epopeia de tramas impressionantes e que nos deixam de boca aberta. Em mais um episódio sensacional, a história revela-nos o plano da Delos, a dor de Dolores e a terrível verdade, ou não, sobre William, mas vamos por partes.
Charlotte tem um novo plano, quer destruir todos os anfitriões de vez. Para tal, manda programar Clementine, que tinha morrido, com as informações retiradas a Maeve. Isto permite que Clementine consiga comunicar através da teia invisível que serve de comunicação entre todos os anfitriões. O objetivo da Delos, liderada neste caso por Charlotte, é lançar Clementine no parque para que ela controle todos os anfitriões e os leve para a destruição definitiva.
Enquanto isso, Bernard continua a ser assombrado por Ford dentro da sua cabeça. Ele vai até Maeve, que conversa com Ford. Nessa conversa, descobrimos que Maeve é a favorita de Ford, quase como uma filha. Foi ele quem a programou para sair do parque no final da 1.ª temporada, o que levou ao “acordar” da protagonista. Mais tarde, Bernard encontra Elsie e Ford ordena que a mate. Mas Bernard consegue ganhar controlo sobre si e deixa a amiga sozinha e longe dele para que os militares a venham buscar.
Dolores e os seus seguidores querem ir para além do vale, mas nisso aparecem membros da nação fantasma. Estes não deixam Dolores seguir, pois acham que ela não é digna dessa realidade e gera-se uma luta cheia de mortes de ambas as partes. A dada altura, Teddy tem a oportunidade de matar um dos membros da nação fantasma que está a fugir, mas não o faz. A sua expressão parece querer dizer que não percebe o porquê de aquilo estar a acontecer. Não faz sentido na sua cabeça. Só ele e Dolores é que se salvam e, numa cena espetacular, Teddy diz a Dolores que a vai proteger até ao fim da vida, que isso está na sua essência, mas que já não a pode proteger mais. Teddy mata-se, deixando Dolores em estado de choque, uma vez que, com a destruição do berço, não existe um backup para trazer Teddy de volta.
Mas o episódio revelou-nos muito sobre o eterno homem de preto. William é um homem marcado pela dor, mas ficamos a perceber que ele é bem mais do que isso. É um homem perturbado, que vive em realidades alternativas. William e Emily recordam a morte da mulher dele. A mulher já havia sido internada uma vez pela filha devido ao seu problema com o álcool e depois de uma cena num evento, William pede a Emily que interne a mãe outra vez. Para além disso, ela descobre um cartão de William com as informações dele no parque. Lá diz que ele é louco e obsessivo, definindo-o como raro. Depois de ver isso e provavelmente perceber algo que para nós não foi tão percetível, a mulher mata-se.
William diz a Emily a verdade sobre o parque, que ele serve para retirar informações dos anfitriões e clonar os mesmos, uma espécie de imortalidade construída pelo homem. Emily diz que quer participar, muito provavelmente porque, tendo a sua mãe visitado o parque, ela acredita que a pode trazer de volta. Embora Emily pareça muito racional, a verdade é que ela se culpa pela morte da mãe, como se a tivesse traído e esse desejo de recompensa pode levar a que ela queira chegar à fenda ou para além do vale e encontrar o backup da mãe dela.
Não dá para perceber muito bem o que é a fenda. A ideia com que fico é que será um sitio, para além do vale, onde estão os cristais com as informações sobre os visitantes do parque.
Após essa discussão com Emily, William acusa-a de ser Ford a tentar enganá-lo. Neste ponto, já percebemos que William não está bem mentalmente e pior fica quando uns militares da Delos chegam. Usam uma máquina que diz que tanto Emily como William são humanos. Nesse momento, William mata todos os militares, achando que é Ford a tentar distraí-lo do seu objetivo. Emily fica chocada por o pai ter assassinado pessoas reais e nisso William acusa, mais uma vez, Emily de ser Ford e, desta vez, dispara sem piedade, matando-a. Depois de a matar, percebe que ela é mesmo Emily e tenta suicidar-se, mas não o faz.
A questão se William é ou não um anfitrião mantém-se. Tudo ao longo do episódio aponta nesse sentido, por isso acho que não é um anfitrião, mas acredito que esconde algum segredo. Talvez seja híbrido, mas não sei. É o grande mistério do momento. O próximo episódio promete ser épico numa temporada que tem sido deliciosa de ver.
E, por fim, que momento delicioso ver Ed Harris e Anthony Hopkins a contracenarem juntos. Um hino para a arte!
Carlos Real