Bem, isto é que foi uma dose de informação nova! Acho que ainda estou a processar tudo de forma baralhada na minha mente, mas vamos ver o que sai daqui. Enquanto Elsie procura incessantemente pelos traficantes de informação do parque, Bernard descobre um segredo de Ford. Teddy e o MiB mais cowboy de sempre deparam-se com um novo obstáculo na sua jornada, ao passo que Lee Sizemore tenta afogar a sua tristeza profissional no álcool. Maeve descobre a verdade sobre si própria e tira proveito disto.

É difícil definir uma sinopse dos episódios de Westworld. A informação dispara por todos os lados, mas não de forma defeituosa. De todos os pequenos defeitos que Westworld poderá ter, a informação nunca é tratada de forma atabalhoada. É encaminhada gradualmente para o espectador com exemplificações particularmente interessantes e que contribuem para que as personagens continuem a enriquecer.

O destaque desta semana vai para Thandie Newton. Uma grande atriz num grande papel, com um grande propósito. As repercussões da sua atual situação na série poderão trazer graves consequências à organização do parque o que, para nós, é música para os ouvidos. A ambiguidade científica continua a ser outro dos pontos fortes. Se Ford confronta os seus trabalhadores ordenando que não se envolvam emocionalmente com eles, o que o leva a ter a sua família recriada com robôs de primeira geração? Claro que isto é justificado, mas o mais extraordinário é que o “líder messiânico” ou o “pioneiro da criação” também é defeituoso e peca, como qualquer humano. O nome de Arnold continua a ser uma constante e torna-se cada vez mais empolgante o seu envolvimento (ainda que apenas teórico) em toda esta conspiração que age como um sidekick de todas as narrativas que temos assistido ao longo dos episódios.

A realização, o argumento, a banda sonora (do mais-que-talentoso Ramin Djawadi) e todos os elementos que compõem a sua criação trazem este universo visual tão rico e tão gigantesco que faz com que os nossos olhos brilhem um pouco mais todas as semanas. Com personagens complexas e densas, torna-se quase evidente que a melhor série do ano chegou.

Westworld é uma montanha-russa de emoções, acontecimentos, teorias, ciência. Uma selva multicultural onde todos se unem em prole da qualidade televisiva. Isto já não surgia há algum tempo, portanto sentem-se e aproveitem a viagem, que vale bem a pena!

Jorge Lestre