[Contém spoilers]
Aquele que passou agora a ser o penúltimo episódio desta temporada de The Walking Dead foi bom, mas podia ter sido muito melhor. Uma das preocupações que tinha quando lançaram de seguida três episódios excelentes, cheios de ação e de desenvolvimento, era que não conseguissem manter o nível até à season finale. Bom, não é que o 13.º e 14.º episódios tenham sido maus, mas senti que houve demasiados momentos para “encher chouriços”, o que retirou um pouco da passada acelerada que a série seguia no momento.
Quando vi o nome deste episódio, a primeira coisa que pensei foi: “Que criança vai Carol matar agora?”. Lembrem-se que no episódio 04×14 Carol mata Lizzie, dizendo-lhe que olhe para as flores. A miúda tinha um fascínio por walkers, achando que eram amigos e claro que a melhor decisão foi pôr-lhe uma bala na cabeça. Contudo, o episódio não teve nada a ver com assassinar crianças, mas esteve ligado a esse evento na vida de Carol. Fui só eu que fiquei surpreendida por o subconsciente de Carol se manifestar na forma de Alpha? Será que, no fundo, ela se sente culpada pela sua morte?
Bom, toda a sequência de Carol a deambular pela floresta até que termina quase esmagada por uma canoa foi um pouco aborrecida. Nós percebemos que te pese na consciência as vidas que se perderam por causa do teu plano de vingança, mas tens de assumir o que fizeste perante todos. Afinal de contas, se não tivesses planeado a morte de Alpha às mãos de Negan muitas mais pessoas teriam morrido. Não vale de nada fugires e refugiares-te na solidão. A guerra ainda não acabou.
Por falar em guerra, isso relembra-me Beta. Podemos admitir que o seu estado psicológico está longe de ser o ideal, certo? Estava à espera que neste episódio víssemos a preparação do derradeiro confronto entre os Whisperers e as comunidades, até porque só falta um episódio para o fim da temporada (mais o especial) e não creio que a produção arrastará esta storyline para o começo da 11.ª. Porém, tivemos um vislumbre do maníaco que Beta é. Claro que o vimos reunir mais uma horda gigante (engraçado como o faz tão facilmente. As comunidades podiam aprender esta técnica), mas o seu plano resume-se a isso? E, afinal, na sua vida passada era um cantor country famoso chamado Half Moon. Que bom para ele. Não creio que tenha lidado bem com o fim da sua carreira e não me parece que cheguemos a saber com toda a certeza o que lhe aconteceu na altura em que o apocalipse rebentou.
Passando à parte do episódio que mais gostei: a interação entre Daryl e Negan. Acho que Daryl, Negan e Carol têm potencial para formar uma tripla muito boa. Poderão e deveriam ser o core da próxima temporada que espero que seja a última. De forma geral, Daryl parece ter ultrapassado o que o ex-vilão fez, mas nota-se que em determinadas situações os traumas regressam, como quando aqueles Whisperers revelaram o micro-plot twist de que agora é Negan o Alpha e este ordenou que amarrassem Daryl e que ele se ajoelhasse. Também para nós, espectadores, é impossível não pensar naquela cena fatídica cada vez que Negan diz a alguém para se ajoelhar. Mas claro que a este ponto já ninguém cai na balela de que ele voltou de repente a ser mau.
E, por fim, a revelação de uma nova personagem. Princess soa a muito boas cenas vindouras. Nada sei sobre o que representa para a história, mas gostei da introdução que fizeram. Só não gostei que tivessem sido três das personagens que menos gosto a levarem à sua descoberta. Por mim Yumiko e Ezekiel podiam ir dar uma volta e nunca mais regressar. Não vejo qualquer utilidade na sua continuação na série. Será que esta opinião pode mudar com a chegada de Princess? Vamos ver.
Beatriz Caetano