[Contém spoilers!]
Voltou! The Walking Dead está de regresso com a 7.ª temporada, que nos promete fazer sofrer bastante, estar sempre à espera de uma morte a cada episódio que passa, porque com o Negan, oh… Com o Negan ninguém está nunca mais a salvo!
Para muitos este foi um episódio completamente chocante, extremamente emotivo, de fazer ceder às emoções facilmente. Não discordo que tenha sido um grande episódio, porque este foi sem dúvida um grande episódio! Andrew Lincoln e Jeffrey Dean Morgan estão de parabéns pelo excelente trabalho que desempenharam neste episódio.
Passados seis meses de espera, muita especulação, muito debate, discussões por essa internet fora, já todos sabíamos ou tínhamos ideia de quem iria morrer, não era preciso andar à procura de spoilers para se saber quem iria ficar pelo caminho… A primeira morte, a do Abraham, foi uma morte que, de certo modo, nos deixou um certo alívio. O Glenn está vivo, o Daryl está vivo, Rick, Carl, Michonne… as personagens preferidas da maioria dos fãs estão vivas. Após levar com a primeira tacada, Ab ergue a cabeça e ainda responde a Negan: “Suck… my… nuts!”. Mesmo de caras com a morte, Abraham continua forte, firme e sem medo do que vai acontecer. Para muitos sempre foi uma personagem dispensável, mas na minha opinião esta era uma das personagens mais firmes e fortes do grupo.
O grupo fica em choque, sendo que Rosita é a que mais abalada fica. Daryl não resiste e mesmo sem se conseguir aguentar em pé, levanta-se e dá um murro em Negan. Rapidamente é domado pelos homens do vilão e graças a este ato mais alguém vai levar com a Lucile. O lógico seria Daryl, uma vez que foi ele que deu o murro ao Negan, mas como os produtores não têm a coragem que o Abraham tem, decidem fazer a vontade aos fãs, e deixam o Daryl vivo, matando Glenn! Tal como Ab, Glenn ergue-se após levar duas tacadas, com a cabeça aberta e a cara desfigurada. Este ainda tem forças para conseguir dizer umas últimas palavras: “Maggie, I’ll find you.” Palavras estas que deixam o resto do grupo de rastos, ao que Negan pede desculpa com sarcasmo e de sorriso na cara volta-se para Glenn e acaba-lhe com o sofrimento.
Para mim, o ponto alto do episódio não foram estas mortes. É claro que tenho pena de ver Glenn e Abraham partirem, no entanto, o jogo psicológico que os produtores criaram neste episódio foi algo de notável. Aqueles flashbacks que Rick ia tendo enquanto tentava apanhar o machado que Negan havia atirado para o meio dos walkers, o imaginar dos outros membros do grupo a morrerem… chegando ao momento em que Negan deita Carl no chão, com os braços abertos, e dá o machado a Rick, para que este cortasse a mão do próprio filho. Foi algo de arrepiante e ao mesmo tempo espetacular a forma como Rick, o líder que todos nós conhecemos, estar ali, de joelhos, sem nenhuma outra opção a não ser amputar a mão do seu próprio filho. No exato momento em que Rick levanta o machado e se prepara para o fazer, Negan impede-o. Ainda pensei que apenas o estava a impedir para o massacrar um pouco mais antes de o obrigar a cortar a mão de Carl, mas não, Negan impede Rick porque já conseguiu o que queria, que Rick se ajoelhasse perante ele, se apercebesse que já não é nada, já não tem poder, já não manda, agora quem manda é Negan!
Já a terminar o episódio, Negan volta a dizer a todos que agora lhe pertencem, que é ele quem manda e que o grupo vai ter de trabalhar para ele. Já sozinhos, Rick e o seu grupo colocam os mortos numa carrinha e seguem viagem de volta até Alexandria, quando os produtores decidem uma vez mais atingir-nos emocionalmente, com o Rick a lembrar-se daquilo que o Negan lhe disse “Bet you thought you were all gonna grow old together, sittin’ around the table at Sunday dinner and the happily ever after. No. Doesn’t work like that, Rick. Not anymore.” e a imaginar todo o grupo, sentado à mesa em Alexandria, a rirem-se, as crianças já crescidas… algo que não irá acontecer.
Este foi um episódio que foi muito bem conseguido por parte da produção a nível emocional e nostálgico, com um grande desempenho por parte de Andrew Lincoln e Jeffrey Dean Morgan. Finalmente temos um vilão a sério na série! Por outro lado, foi um episódio bastante previsível. Estas duas mortes, principalmente a de Glenn, já era de esperar, o que começa a tirar um pouco a piada à série. Na tentativa de colocarem a série o mais fiel possível às comics, os produtores estão a tirar toda a surpresa e imprevisibilidade que a série tinha algumas temporadas atrás. Também o medo de perder fãs está a levar a que as personagens preferidas se tornem protegidas de mais, como é o caso de Daryl.
NOTAS:
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João Montez
Ricardo Jorge