Esta semana, This Is Us presenteou-nos com The Train, mostrando mais uma vez o porquê de adorarmos esta série.
“The way I see it, if something makes you sad when it ends, it must have been pretty wonderful when it was happening”
Chegou, finalmente, o momento de dizer adeus a Rebecca e não poderia ter sido feito de uma melhor forma. Conectando pequenas peças que nos foram dadas ao longo dos anos, trazendo de volta caras familiares, Rebecca caminha ao longo do comboio, despedindo-se das pessoas que mais marcaram a sua vida, para se reunir com o seu derradeiro amor, Jack. Na minha opinião, esta abordagem fez todo o sentido na medida em que dá às pessoas a possibilidade de projetarem nesta metáfora do comboio aquilo em que elas próprias acreditam. Para mim, a protagonista estava a sonhar e conseguia ouvir os seus familiares a falarem com ela – para outras pessoas, provavelmente, esta foi a chegada de Rebecca ao paraíso. Embora emotivo, não achei um episódio triste, mas sim muito aconchegante. Se o Big Three não sabia se a mãe os conseguia ouvir ou não, aqueceu o coração dos espectadores ter a certeza de que sim, conseguia. Podemos rever momentos e despedirmo-nos de Rebecca pela heroína que esta foi até ao final da sua vida. Uma heroína da qual sentiremos falta, mas que merece descansar.
Se, por um lado, foi fantástico assistir a esta reunião gigante de personagens, por outro lado, houve aspetos que ficaram aquém do esperado. Primeiro, a interação de Rebecca com Miguel no comboio, depois da montanha-russa que passamos para aceitar e adorar a relação dos dois, foi um pouco anticlimática. Descreveria a mesma nas linhas de: “Olá, Miguel! Podes sair do caminho, que o Jack está à minha espera?”. Não me agradou de todo. Seria fácil de contornar se quem guiasse Rebecca pelo comboio fosse Miguel e não William, por exemplo. Segundo, de novo a falta de ligação entre netos e avó choca-me. Na vida real não me chocaria de todo, mas no universo This Is Us em que a família é a prioridade é estranho que nunca se tenham focado nessa relação, que pode ser das relações familiares mais especiais.
Paralela à história dos Pearson, tivemos também outra história que, novamente, ilustra o quão impactante pode ser uma conversa com um estranho no hospital (realmente o mote da limonada irá connosco até ao fim das nossas vidas). Adicionalmente, este enredo secundário procura ajudar o espectador a colocar os acontecimentos em perspetiva, pois no dia em que Jack morreu, sobreviveu uma criança que se veio a tornar indispensável para a longevidade de Rebecca enquanto doente de Alzheimer.
Na próxima semana dizemos adeus aos Pearson e custa-me a crer que nunca mais vou poder teorizar sobre os acontecimentos desta série. Já todos os flashforwards nos apanharam e são agora o presente. Ainda não é o adeus, mas posso já dizer que foi uma viagem inesquecível.