Depois de cinco temporadas, finalmente This Is Us entrega-nos um episódio completamente dedicado a Miguel e não falha. Aliás, na minha opinião, entrega-nos o melhor episódio da 6.ª temporada até agora.
Tudo bem que a minha forma de avaliar os episódios não é a mais objetiva nem mais científica. Afinal de contas, quanto mais eu chorar num episódio, mais alta será a sua pontuação (generalizando) e, finalmente, This Is Us voltou a puxar os cordelinhos que tanto puxava em temporadas anteriores e esmerou-se para entregar a história de Miguel, a personagem mais “detestada” ao longo da série. Este episódio foi um derradeiro culminar. Se na primeira metade desta última temporada, quando estávamos a descobrir o desfecho do Big Three, eu achei que estava a ser lento e desinteressante, com Miguel é totalmente o contrário. Como a série sempre o apresentou como secundário dos secundários (sim, porque até Beth teve mais foco do que Miguel), fomos recebendo pequenos detalhes da personagem, mas nunca suficientes, pelo que este clímax era necessário e foi muito bem executado.
Desde as escolhas musicais às intercalações entre os diferentes passados e o presente, com cenas novas e cenas já nossas conhecidas, a história de vida de Miguel desenrola-se no ecrã brilhantemente e toca-nos verdadeiramente. A série caminhou nesta direção para que uma personagem não tão querida pelos fãs passasse a ser tão acarinhada como os protagonistas. É incrível ver esta jornada enquanto fã, mas assistir também ao Big Three e ao desenvolvimento da sua relação com Miguel.
Este episódio é importante nos aspetos mencionados, mas também pelo próprio enredo sobre imigração, envelhecimento e amor. É, sem dúvida, aconchegante ver que, no meio de tanto conflito interno que sofreu durante a sua vida e no meio da escuridão que pode ser envelhecer, Miguel encontrou tudo o que sempre desejou. Na reta final, conseguiu amar sem esperar nada em troca e conseguiu, de certa forma, reatar os laços com os seus filhos. Do lado de Rebecca, depois da morte de Jack, esta não poderia ter tido um amor melhor do que Miguel. Se a sua condição de saúde estava progressivamente pior, parece-me que, com a ausência de Miguel, vai ser uma escalada exponencial. Por muito que tema o que aí vem, pois vejo os Pearson como família, fico grata por termos assistido a Miguel e Rebecca a apanhar maçãs e por termos vivido um dia de cada vez com esta família.
Tendo adorado tanto este episódio, só posso pedir que os próximos três entreguem também nem que seja metade do que este nos deu. Estamos quase no fim!