This is Us – 03×02 – A Philadelphia Story
| 05 Out, 2018

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O episódio desta semana de This Is Us guiou os fãs por dois momentos distintos da vida dos Pearsons, a antecâmara da grande estreia de Kevin no maravilhoso mundo do cinema, aquilo a que podemos chamar o momento “presente”, e no passado, tivemos o período que sucedeu ao desaparecimento de Jack. Quanto a mim foi um episódio marcadamente depressivo, com um olhar mais negativo sobre cada núcleo, com demasiados “mas”, dúvidas e receios no caminho. E acho que se explica facilmente: esse olhar negativo não era mais do que a ausência de Jack, cuja presença física neste episódio se limitou a breves frames. E quando a alegria e otimismo do pai Pearson não está presente, o quadro fica sempre mais cinzento. Mas foi mais do que isso…

Se por um lado foi um episódio onde senti a falta de Jack, tivemos um núcleo mais inspirador e com um regresso sempre bem-vindo do nosso William, com Ron Cepha Jones que, como de costume, enche a tela com toda a sua presença e generosidade. Cenas ainda melhores, com o constante paralelismo de Randall no presente que, com a sua tentativa de solucionar os problemas das pessoas do antigo prédio onde vivia William, acaba por “dar um pouco do seu pai” a quem tanto conviveu com ele e usufruiu do seu espírito nobre. Outro facto curioso relacionado com a família de Randall é o facto de Deja ter encontrado uma “escola demasiado branca”, uma realidade nada desconhecida para o seu pai adotivo, com quem tem muito a aprender para se conseguir adaptar.

A estreia de Kevin é o pretexto para um momento também sempre agradável, mas também tipicamente caótico do ponto de vista de emocional, quando a maioria da família se junta em cena. Desde as festas de Natal, à sessão de rehab de Kevin até esta estreia, sempre que se juntam todos o clima aquece disfuncionalmente. E, desta vez, nem o pobre Toby escapou, tendo revelando um lado surpreendente e quase desconhecido até aqui. Quanto ao resultado do filme teremos que esperar para ver, mas o papel de Kevin parece-me que está finalmente a mudar e os diálogos deste com Zoe, a mim, sugerem-me que Kevin está numa fase mais madura da sua vida, mais crescido, e contra todas as previsões e o historial conhecido, acho que poderá ter algo para ensinar num relacionamento que me parece que Kevin gostaria que fosse sério. Ou será que não?

E no passado este episódio tem a destacar dois totais opostos após a perda de Jack, uma Rebecca apática, destruída, algo conseguido pelo sublime desempenho de Mandy Moore (a cena em que saltamos do desabafo com Randall para uma memória feliz com Jack mostra-nos duas Rebeccas totalmente diferentes). E a contrastar com a reação de Rebeca, existe a esperança de um futuro para Randall. Também aqui Randall revela claramente que herdou traços de todos os seus pais, sabendo ter espírito de sacrifício pela sua família, tal como Rebeca e Jack tiveram pelos seus filhos quando abdicaram dos seus sonhos.

Em suma, foi um episódio que não nos adiantou nada acerca do maior mistério da temporada, o que só contribui para a estratégia que discuti na passada review de alimentar o suspense para o momento que revelará a identidade desconhecida. A série continua a focar-se em temas fortes, cada vez mais presentes na nossa sociedade, como os problemas de fertilidade, depressão, perda e sempre com o cuidado, emoção e equilíbrio entre motivação/esperança e racionalismo que esses problemas merecem. Sem ter sido espetacular, o episódio desenvolve o interesse nos desafios que os três irmãos enfrentam, sustentando-os harmonicamente como já nos habituou, com momentos marcantes do passado e com um bom final, aqueles finais que garantem a vontade de ver o próximo episódio.

André Borrego

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