Sweetpea – Crítica da 1.ª Temporada
| 10 Jan, 2025
7.1

Publicidade

Como seria se toda a gente na tua vida te ignorasse? E se aqueles que não te ignoram te tratassem tão mal que isso te levasse a extremos emocionais, como arrancar o próprio cabelo devido à ansiedade? Sweetpea, com a sua 1.ª temporada já disponível na SkyShowtime, parte de uma premissa intrigante: a ideia de que, talvez, se ninguém te vê, consegues safar-te… mesmo com um assassinato.

A protagonista, Riohanna (Elle Purnell), é uma jovem rececionista que sonha em ser jornalista, mas vive isolada. Ignorada por todos, até pela própria irmã, parece frágil, quase infantil, incapaz de levantar a voz, mesmo em momentos críticos. Contudo, toda essa rejeição e invisibilidade acumulam-se numa raiva silenciosa, transformando-a em alguém capaz de fazer tudo para finalmente ser notada.

A série aborda questões interessantes, como até que ponto o bullying e o isolamento social podem moldar alguém ou, por outro lado, apenas revelar traços psicopáticos já existentes. No entanto, a execução deixa bastante a desejar. A escrita é inconsistente e algumas explicações parecem apressadas ou até ausentes. Ainda assim, um dos aspetos mais fascinantes é acompanhar a transformação de Riohanna: vemos a sua confiança crescer a cada ato violento e o prazer que sente ao matar é apresentado de forma gráfica e visceral.

Um toque interessante é a dinâmica no local de trabalho, que parece inspirar-se subtilmente em The Office: Riohanna é quase uma versão mais sombria de Pam, enquanto AJ (Calam Lynch), um jovem jornalista recém-chegado ao emprego, exibe um charme descontraído que remete a Jim. Estas interações proporcionam um breve e inesperado alívio à tensão da narrativa, criando um contraste interessante com os momentos mais sombrios.

O maior problema está na construção do enredo. Aspetos básicos, como as implicações de provas forenses, incluindo ADN e localização de telemóveis, são amplamente ignorados, o que torna a história menos credível. Esta série parece estar ambientada num mundo onde as pessoas são julgadas apenas pela aparência, sem que as ações tenham consequências plausíveis.

Por fim, a narrativa levanta uma questão que permanece no ar: até que ponto alguém pode justificar as suas ações acreditando ser sempre uma vítima? Esta dualidade é um ponto forte, mas infelizmente não compensa as falhas de escrita e desenvolvimento. Apesar da premissa promissora, esta 1.ª temporada de Sweetpea acaba por ficar aquém do seu potencial.

Melhor episódio:

Someone’s Been a Naughty Girl (Episódio 5) – Este episódio é, sem dúvida, o que traz mais reviravoltas. Vemos Marina (Leah Harvey), que se encontra a investigar o caso, a agir de forma totalmente imprudente, o que leva a grandes mudanças na trama. Ao mesmo tempo, fica claro o quanto a vida de Riohanna é regida pelos seus impulsos explosivos, revelando uma personagem que age sem pensar nas consequências, o que só torna os acontecimentos mais imprevisíveis.

Personagem de Destaque:

Marina – A única polícia verdadeiramente empenhada em resolver o caso, Marina destaca-se pela sua determinação e intensidade. Sob pressão, a forma como perde a calma e age de forma impulsiva reflete, de forma curiosa, algumas semelhanças com Riohanna, apesar de estarem em lados opostos da história. Este contraste subtil é um detalhe que adiciona uma camada intrigante à narrativa. Seria interessante, no futuro, ver um episódio focado nesta personagem como protagonista/narradora, como acontece no início do episódio 4, oferecendo-nos uma perspetiva mais aprofundada sobre o seu papel na história.

Sweetpea - Crítica da 1.ª Temporada
Temporada: 1
Nº Episódios: 6
7.1
8
Interpretação
7
Argumento
6
Realização
8
Banda Sonora

Publicidade

Populares

senna netflix

calendário estreias posters janeiro séries

the pitt Noah Wyle

Recomendamos