Apesar de, na minha perspetiva, os primeiros quatro episódios terem começado com um pace um pouco mais lento, comparativamente com o que estávamos habituados nas temporadas anteriores, e de sentir que estava a faltar algo, os episódios que se seguiram, e principalmente o desfecho do caso, tornaram esta 4.ª temporada de Only Murders in the Building uma das minhas favoritas.
Nesta temporada, o mistério a resolver era o assassinato de Sazz Pataki (Jane Lynch), o duplo de Charles (Steve Martin), o que por si só já dava uma profundidade diferente à história. Não só porque Charles tinha de lidar com a perda de uma pessoa muito importante para ele, mas também porque se começou a questionar se não teria sido ele o alvo pretendido e, caso fosse, ainda teria de lidar com o peso de ter sido a causa da morte de Sazz.
A par deste mistério, o trio recebe uma proposta de adaptação do podcast para um filme. A série já nos habituou a explorar outros formatos para lá do podcast, uma vez que Oliver (Martin Short) é encenador – inclusive, um dos focos da última temporada foi uma peça criada por ele – e Charles é ator, sendo conhecido pelo seu papel como Brazzos. Mas esta adaptação não só traz uma nova vertente à narrativa, mas também novos personagens, desde os atores que interpretam o nosso trio favorito, até aos outros elementos essenciais numa produção destas, como a produtora, o guionista e as realizadoras, por exemplo.
Além disso, conhecemos os inquilinos da Torre Oeste do Arconia, que rapidamente se tornam suspeitos. Embora tenham contribuído de forma significativa para a narrativa e desempenhado papéis essenciais nesta temporada, a verdadeira reviravolta estava guardada para mais tarde. E confesso que não estava nada à espera!
O mais engraçado em Only Murders in the Building é a forma como a série, apesar de utilizar as bases típicas deste género de mistério e crime, inclusive até brincam com esses clichés, consegue sempre surpreender e diferenciar-se. Normalmente, a série leva-nos a acreditar que a história irá seguir um determinado caminho, muitas vezes previsível, mas acaba por seguir outro rumo totalmente inesperado. É esta imprevisibilidade, a par da dinâmica do trio, que continua a ser simplesmente incrível e extremamente divertida de acompanhar, que torna esta série única e diferenciadora, mesmo após quatro temporadas.
Dessa forma, Only Murders in the Building continua a apresentar uma boa narrativa, a inovar e a introduzir reviravoltas impressionantes, sempre com um excelente toque de humor. Além disso, também apresenta estilos de episódios diferentes, sendo um bom exemplo disso o episódio seis.
Uma 5.ª temporada já está confirmada, por isso agora só me resta aguardar ansiosamente por ela. Podes ver as quatro temporadas da série no Disney+.
Melhor Episódio:
Escape from Planet Klongo (Episódio 9) – Até este episódio, tinha em mente escolher o cinco, pois trouxe de volta o pace a que a série já nos tinha tão bem habituado, além de que me ri imenso com Oliver. Contudo, ainda não tinha terminado de ver este nono episódio e já sabia que iria acabar por ser a minha escolha. Não só foi o episódio que mais me fez rir de toda a temporada, mas também apresentou momentos bastante emocionantes entre Charles e Oliver, que mostraram o quão forte é a ligação e a amizade deles. Foi mesmo bonito e comovente de ser ver!
Além disso, foi neste episódio que se deu a maior reviravolta da temporada. Afinal, Sazz sempre tinha sido o alvo e isso deveu-se ao facto do guião do filme apresentado por Marshall (Jin Ha) – que sempre teve o sonho de ser guionista, mas que acabou, por intermédio de Sazz, por se tornar um duplo – ter sido, na verdade, escrito por Sazz. Embora nada fizesse crer isto, fez todo o sentido, mostrando muito bem como todas as peças se interligavam, mesmo que no início não parecesse.
Personagem de Destaque:
Sazz – Confesso que passei a temporada toda a pensar em escolher Oliver, pois foi dos personagens que mais me fez rir, além de que o meu carinho por ele cresce de temporada para temporada. No entanto, já o escolhi como personagem de destaque na 2.ª temporada, por isso decidi que deveria destacar outro personagem. E ninguém melhor que Sazz!
Sazz passou de uma personagem aparentemente secundária para alguém fundamental, não apenas pelo seu assassinato e pela ligação a Charles, mas também porque foi ela quem deu origem à adaptação para filme do podcast, inclusive, foi isso que esteve na origem da sua morte. Nesta temporada, tivemos a oportunidade de a conhecer melhor, principalmente os seus sonhos, permitindo vê-la como mais do que apenas o duplo de Charles.
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