Amor Traiçoeiro – Crítica da Minissérie
| 13 Out, 2024
5.95

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Amor Traiçoeiro (Inganno, no título original), a minissérie italiana que a Netflix estreou esta semana, não é televisão de qualidade, mas é entretenimento satisfatório. Trata-se de uma nova versão da britânica Gold Digger e por isso mesmo não consigo resistir a fazer comparações. Tudo (ou quase) resulta melhor na original. Esta é muito menos empolgante, sem a componente de thriller que a britânica conseguiu apresentar muito bem. Há demasiados momentos à telenovela, com imensos segredos, diálogos e cenas forçados. Não me consegui deixar envolver na história da mesma maneira e a protagonista feminina, Monica Guerritore, ficou muito aquém do esperado. Julia Ormond tinha dado tudo à sua personagem e mexeu imenso comigo, algo que aqui falha completamente.

Há certos momentos em que é impossível não pensar que a série só quer entrar no campo da polémica em vez de se preocupar em servir a narrativa. O argumento é bastante medíocre, por exemplo. Depois há alguns personagens com histórias e dinâmicas interessantes, mas a trama vive demasiado do drama fácil em vez de se preocupar em construir algo mais sólido. Contudo, os seis episódios de Amor Traiçoeiro veem-se bastante bem e deixam sempre curiosidade suficiente em relação a como irá acabar. Há muitas diferenças em relação a Gold Digger e numa fase inicial tornou-se claro para mim que não valia a pena fiar-me que o final seria semelhante, o que é um ponto positivo em termos de originalidade.

Não vai ficar para a história da televisão e foram desaproveitadas temáticas interessantes, mas estas séries de digestão fácil também merecem o seu tempo de antena. Pelo menos quando prendem minimamente ao ecrã. Prendeu o suficiente ou não teria visto até ao fim.

Melhor episódio:

Episódio 6 – Sempre que possível, gosto de evitar o cliché de escolher o último episódio, mas esta é uma daquelas vezes em que tem que ser. Não pela forma como acabou, mas por algumas cenas especialmente emotivas que nos revelam um pouco mais sobre o passado de Gabriella e nos permitem ver também Stefano e Giulia, os dois filhos mais velhos dela, a lidarem com isso. As interpretações de Emanuel Caserio e Dharma Mangia Woods nestas cenas são, provavelmente, as mais sólidas de toda a série.

Personagem de destaque:

Elia Marini (Giacomo Gianniotti) – Não se trata de quem mais gostei, nem pouco mais ou menos. Não tive favoritos, mas Elia acaba por ser o personagem mais interessante. A história anda muito à volta dele, do seu passado, das suas intenções para com Gabriella. Não creio que seja um personagem de quem é suposto gostarmos, mas acaba por ser cativante, de alguma forma. Além disso, a interpretação de Gianniotti é mais do que competente, enquanto outros membros do elenco parecem pouco naturais ou exagerados.

Amor Traiçoeiro - Crítica da Minissérie
Temporada: 1
Nº Episódios: 6
5.95
6.5
Interpretação
5
Argumento
6
Realização
7
Banda Sonora

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