Bad Sisters – Crítica da 1.ª temporada
| 20 Jul, 2024
8.44

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Bad Sisters é uma série irlandesa da Apple TV+ que ajuda a cimentar uma tendência recente e bem-sucedida de comédias com um tom negro e elementos dramáticos em doses elevadas. No centro da trama estão cinco irmãs com uma relação próxima, mas cujas vidas é “atrapalhada” graças ao traste com quem uma delas, Grace, é casada. Não estamos a falar de um simples imbecil como o cunhado em Fleabag, mas de um verdadeiro estafermo, alguém que vamos ficar com vontade de ver morto a cada episódio.

JP é tudo o que não queremos num marido, é tudo o que não queremos num pai, é tudo o que não queremos num homem com quem a nossa irmã seja casada. É tudo o que não queremos num ser humano, ponto! Por isso mesmo, Eva, Ursula, Bibi e Becka chegam a um ponto em que decidem que o estafermo tem que morrer. E o estafermo acaba mesmo morto. O único problema é que as irmãs se veem no meio de uma investigação por parte da companhia na qual JP tinha um seguro de vida e se as Garvey são persistentes, o mesmo se pode dizer de Thomas, que vai fazer os possíveis para apurar a verdade, enquanto tenta salvar o negócio, com a ajuda do meio-irmão mais novo, Matt.

A série é a mistura perfeita entre a comicidade do absurdo, através dos planos mirabolantes das irmãs para matarem JP, e o drama familiar. Aqui entram igualmente a dinâmica das cinco Garvey como um todo, mas também núcleos mais pequenos, como Eva e Bibi ou Ursula e Becka, sem esquecer ainda a relação de Eva com a sobrinha Blánaid, filha de Grace e JP.

Para mim, a série brilha em quase todos os aspetos, mas é enquanto drama que me cola completamente ao ecrã: quando descobrimos as coisas pelas quais estas mulheres passaram, quando as vemos a lidar com a culpa, quando as vemos a apoiarem-se umas às outras, mas também a virarem as costas. A trama cresce em qualidade depois de um primeiro episódio que já é bom, mas que nunca consegue ser tão sólido quanto os outros que se lhe seguem.

O argumento e a interpretação são os pontos mais fortes de Bad Sisters e apesar de o elenco ser muito mais do que as cinco atrizes que dão vida às irmãs, a verdade é que não queria ver ninguém para além delas no ecrã. Elas são o centro da série e merecem sê-lo. O ponto mais negativo – o único verdadeiramente digno desse nome – prende-se com a investigação à morte de JP. Nos primeiros episódios pareceu-me uma parte demasiado grande da trama e algo aborrecida. Também não adorei a forma como estávamos sempre a transitar do presente para os flashbacks, embora reconheça que esses saltos foram necessários para a compreensão do quadro completo.

Longe de mim estar chateada por Bad Sisters ter sido renovada para uma 2.ª temporada pela Apple TV+, mas acho que também poderia ter funcionado bastante bem como minissérie.

Melhor Episódio:
Episódio 9 – Danos colaterais. Foi aquilo em que pensei no final do episódio anterior, com as minhas suspeitas a confirmaram-se neste. A questão dos danos colaterais não surge apenas aqui, quase no final da temporada, mas atinge níveis diferentes e levou-me a questionar a moralidade de tudo o que se estava a passar. Bibi e Becka são quem passa por momentos mais interessantes no que a isso diz respeito.

Personagem de destaque:
Eva Garvey (Sharon Horgan) – A mais velha das irmãs acaba por ser o ‘coração’ da série. Eva olhou pelas irmãs quando os pais morreram e leva muito a sério o seu papel de protetora. Não teve um passado fácil e tem tanto de feroz quanto de terna. Acho que, das cinco, é a que sente mais as coisas, o que a torna muito humana. O meu coração partiu-se por ela uma ou duas vezes. Brilhantemente interpretada por Horgan, que é também uma das criadoras da série, revelou-se a minha personagem preferida, mas, independentemente disso, o destaque é mais do que merecido por tudo aquilo que representa para a série.

Bad Sisters - Crítica da 1.ª temporada
Temporada: 1
Nº Episódios: 10
8.44
9
Interpretação
9
Argumento
7.8
Realização
7
Banda Sonora

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