The Gentlemen – Crítica da 1.ª temporada
| 29 Abr, 2024
8.85

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The Gentlemen é uma série da Netflix criada e imaginada por Guy Ritchie que se passa no mesmo universo que o filme homónimo de 2019 protagonizado por Matthew McConaughey e realizado e escrito por Ritchie. A série acompanha a família Horniman, mais concretamente Eddie e Freddy, quando o patriarca da família morre e Eddie herda não só a propriedade, como o negócio de família.

Esta crítica não contém spoilers sobre o desfecho da história, apenas detalhes contextuais para poder justificar partes de opinião.

A série é composta por oito capítulos e cada par de episódios tem realizadores diferentes. Guy Ritchie toma as rédeas dos primeiros dois e cria bem o tom da série. Quem conhece a obra de Ritchie sabe bem o que vai encontrar. O realizador tem um estilo muito próprio e é isso que traz a esta nova criação, a mistura entre o drama, comédia e absurdo. De uma forma diferente de Wes Anderson, mas cuja fórmula é a mesma, uma pitada de drama com uma história que tenha bons alicerces, uma boa dose de humor e uma grande, grande dose de absurdo. Nesta série o absurdo vem de várias fontes, desde o próprio enredo, que se foca num negócio de marijuana, até personagens secundárias como Jimmy, mas centra-se, acima de tudo, em Freddy. Daniel Ings faz um papel excelente a trazer Freddy ao pequeno ecrã. Freddy é irritante e estúpido em 99% do tempo e Daniel consegue fazer isto de uma forma muito credível que contrasta muito bem com a seriedade e assertividade que Theo James traz a Eddie.

Em resumo, quando o patriarca da família morre, deixa a Eddie (que é o filho mais novo) o negócio da família de marijuana. Este só se quer ver livre dele e deixar este mundo ilegal, mas rapidamente descobre que é mais fácil pensar em sair do que efetivamente fazê-lo. Às vezes por causa de ações do seu próprio irmão.

Ao longo dos episódios vamos acompanhando esta história e há um fio condutor que faz sentido do início ao fim, terminando bem. É uma série que ata bem as pontas e deixa-nos com respostas, não precisando de uma 2.ª temporada. Esta série é sem dúvida para ti se gostaste de filmes como Snatch ou The Gentlemen.

Apesar do foco estar muito em Eddie e Susie Glass, o elenco de personagens secundárias é parte fulcral para a série resultar tão bem. Desde o irmão de Susie, que é um lutador; a Jimmy, que é um drogado que gere uma plantação de marijuana; até Stanley Johnston, interpretado por Giancarlo Esposito e com parecenças com a sua personagem de Breaking Bad, o que despoletou algumas teorias de que a história se passava no mesmo universo. Não houve um único momento ou episódio que fosse mais aborrecido. Foi uma série constante ao longo dos seus oito episódios.

Personagem de destaque:

Susie Glass – Kaya Scodelario – Talvez tenhas reparado que mal referi Susie Glass ao longo desta crítica. Foi mesmo por ser o maior destaque para mim e querer dedicar-lhe este ponto. O trabalho de Daniel Ings e Theo James foi incrível e merecem muito destaque, mas Kaya com a sua personagem Susie, na minha opinião, é o ponto mais fulcral do porquê de esta série resultar. No meio de um enredo absurdo e onde há sempre tanta coisa a passar-se, Susie apresenta-se como uma personagem séria, em controlo, e que não cede perante tudo o que se está a passar. Susie Glass é a personagem que nos faz recentrar e reconcentrar para depois podermos voltar a ser levados por este mundo de Guy Ritchie. Para melhorar, a química da parceria dela com Theo James é palpável. Sempre que partilham cenas brilham como dupla e fiquei muito surpreendido pela positiva.

Episódio de destaque:

Episódio 1 – Refined Aggression – Não foi fácil escolher um episódio e ainda pensei escolher o último, mas este acaba por levar o troféu para casa. Desde o primeiro minuto que Guy Ritchie nos faz perceber em que tipo de jornada vamos embarcar. Se não gostares deste episódio não vale a pena continuar, vai ser mais do mesmo. E confesso que a última coisa que esperava era ver alguém vestido de galinha a dançar e a pegar numa arma. Este piloto faz muito bem a sua missão: é um claro filtro para os espectadores. Se gostares, então esperam-te mais sete divertidos e interessantes episódios.

The Gentlemen - Crítica da 1.ª temporada
Temporada: 1
Nº Episódios: 8
8.85
9
Interpretação
8.5
Argumento
9
Realização
9
Banda Sonora

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