A minissérie Dear Child (A Rapariga da Cabana, no título em português, e Liebes Kind, no nome original) distancia-se do livro em que se inspirou e é mais uma prova do quanto isso, na maior parte das vezes, é um erro. Com um argumento medíocre, a minissérie alemã ignora alguns pontos interessantes do material original e abraça todos os clichés possíveis e imaginários dos thrillers, escolhendo também o drama fácil e um tanto ou quanto preguiçoso.
Nem tudo é mau, no entanto. A jovem atriz Naila Schuberth, que interpreta Hannah, uma das personagens-chave, revela grande talento; a polícia que tem a investigação a cargo também é uma personagem bastante interessante e a realização não é má, só que torna-se claro logo a meio que a série podia ser muito melhor do que realmente é. O problema é que acaba por ser viciante, pois deixa-nos sempre com curiosidade em ver mais e não há como parar até todos os episódios estarem consumidos.
Se leste o livro, não creio que valha muito a pena. Caso contrário, espreita sem grandes expectativas.
Melhor Episódio:
Episódio 1 – Comecei a série menos de uma semana após ter lido o livro que lhe serve de base e portanto não é possível dissociar uma coisa da outra. Precisamente por isso, sinto-me compelida a escolher o episódio piloto, pois acabou por ser o que mais me entusiasmou, uma vez que serviu de ponte entre as histórias (a de base e a adaptação). Depois disso, a série tomou imensas liberdades criativas que não creio que tenham funcionado particularmente bem.
Personagem de destaque:
Aida Kurt (Haley Louise Jones) – Depois de ter dado o merecido destaque à pequena Hannah, Aida também o merece, até porque é a única alteração em relação ao livro de que gostei verdadeiramente. Responsável pela mais recente investigação ao caso Lena Beck, Aida é uma polícia dedicada que teve de lidar com vários obstáculos de maior para descobrir a verdade. De certa forma, o seu trabalho é eclipsado pelo agente que acompanhou o caso logo no início, há 13 anos, mas Aida distingue-se também pela forma como lidou com as crianças (não posso deixar de dizer que Jonathan é absolutamente adorável) no centro da investigação.