Echo – Crítica da 1.ª temporada
| 25 Jan, 2024
6.7

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Depois da sua estreia em Hawkeye em 2021, Alaqua Cox retorna para dar vida a Maya Lopez em Echo.

Muitos se perguntaram se era necessário uma série focada em Echo, uma heroína que facilmente se encaixa na “D-List” de personagens, mas neste ponto o Universo Cinematográfico da Marvel (UCM) já nos provou que até os personagens mais desconhecidos da banda desenhada (para além dos maiores fãs) podem fazer sucesso no audiovisual, como no caso de The Falcon and the Winter Soldier. Mas será que Echo consegue tornar-se relevante?

Quando introduzida em 2021, vemos que Maya Lopez é uma jovem nativa americana, surda e amputada de uma perna que possui habilidades de recriar os movimentos de outra pessoa, tornando-a imprevisível numa luta contra qualquer inimigo. Ela é filha de William Lopez (Zahn McClarnon), um dos líderes do Gangue dos Agasalhos (Tracksuit Mafia), e devido à sua filiação com Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio), o Rei do Crime, vilão de Nova Iorque, aproximou-se de Maya, criando uma relação de tio/sobrinha. O que Maya não esperava era que o tio tivesse sido o mandante da morte do pai. Da última vez que vemos os personagens, Maya aponta uma arma ao rosto de Fisk e, enquanto a câmara se afasta, ouvimos um tiro. Finalmente, em 2024, descobrimos o destino das personagens. Para os mais familiarizados com o mundo da banda desenhada, já era de imaginar que Wilson Fisk nada mais teria do que um tapa-olho para cobrir a ferida causada pelo tiro de Maya. 

Echo também é a primeira série a estrear o selo Marvel Spotlight, uma subcategoria criada para projetos mais independentes, que não obrigam a assistir aos anteriores para compreender a história, mas o estúdio já falha neste aspeto. Antes de sabermos o que aconteceu com Fisk, o primeiro episódio da série ocupa cerca de 30 minutos a contextualizar o passado de Maya, com muitas intersecções com a série em que foi introduzida. Qualquer pessoa que der play nesta nova entrada no UCM e vir cenas de uma série que não viu, irá pensar que é necessário assistir a série anterior para uma compreensão total e irá desistir desta. De facto, não posso culpar essas pessoas, pois apesar de Echo ocupar o seu tempo a contextualizar -se na linha temporal, continua a ser uma série que se insere e liga a outras anteriores anteriores.

Até agora, a única série que poderia, sem problema algum, levar este selo Spotlight é Moon Knight, que pouco ou nada tinha de referências à linha temporal da Marvel e até agora segue como um projeto solo dentro do universo. Para além disso, Echo é a primeira série que é lançada no estilo binge watching, pois todos os seus cinco episódios foram lançados no mesmo dia. Com exceção da 2.ª temporada de What If…?, em que os episódios eram lançados diariamente, todas as séries eram lançadas em formato semanal, prolongando-lhes a vida útil. Parece-me que a Marvel Studios queria livrar-se rapidamente desta série e por isso optou por este formato de lançamento, algo que pode ter prejudicado bastante a performance em termos de visualizações, já que a conversa online não foi grande. Acredito que tenha sido um erro, pois a série está longe de ser má.

Após acreditar que matou Fisk, Maya Lopez está a ser perseguida pela organização do Rei do Crime e retorna à sua cidade natal, Tamaha, em Oklahoma, para reconectar-se com as raízes nativas, a família e a comunidade. Aqui temos muitas coisas relacionadas com o misticismo indígena, o que achei interessante, pois aprofunda mais as camadas da personagem, mas definitivamente a Marvel estava completamente perdida no marketing desta série, pois não se encaixa no selo Spotlight. Maya começa a ter visões com a sua ancestral Chafa (Julia Jones), ao mesmo tempo que o drama familiar começa a aumentar, devido ao facto de Maya não contactar a família há anos, o que se deve ao histórico criminoso do lado do pai e tio e, eventualmente, ao isolamento que Wilson Fisk impõe indiretamente.

A série pode não ser uma das mais memoráveis, mas dá para ver que tem alma e coração. Dá para ver que a série foi trabalhada com muito cuidado, inclusivamente junto da comunidade nativo americana de Oklahoma, que ajudou o estúdio a desenvolver Echo. Por isso mesmo não merece o tratamento que lhe foi dado no lançamento. Apesar de ser apenas o segundo papel de Alaqua Cox, esta faz um excelente trabalho em trazer Echo/Maya Lopez à vida. Muitos podem pensar que seria difícil uma atriz muda conseguir trazer emoção aos ecrãs – e ainda acho que Alaqua pode evoluir bastante na carreira -, mas fico satisfeita com a sua atuação, especialmente quando está ao lado de outros foram excelentes nos seus papéis, como Tantoo Cardinal (Chula) e Graham Greene (Skully), e que possuem um carisma inegável. Quando chegamos às cenas de ação e luta, acabamos por cair no mesmo terreno genérico de sempre. No primeiro episódio temos a participação de Daredevil (Charlie Cox), que mais parece que foi colocado ali como uma estratégia de marketing para chamar mais pessoas – e, mais uma vez, criando conexões com o UCM.

No fundo, Echo é mais uma série do Universo Cinematográfico da Marvel que se distingue graças às características da protagonista e o seu passado.

Melhor Episódio:

Eisódio 4 – TaloaNeste episódio é aprofundada a relação entre Fisk e Maya e conhecemos um dos momentos chaves. Também temos o primeiro indício de que a criança irá seguir os passos do pai e tio.

Personagem de destaque:

Echo/Maya Lopez (Alaqua Cox) – Maya é, obviamente, quem tem mais destaque. Poderia argumentar e debater que Fisk, apesar de não ter muito tempo de tela, também se destaca. Porém, escolho Maya, pois ao longo destes cinco episódios vemo-la confrontar o seu passado criminoso, aprendendo a perdoar-se a ela mesma e à sua família, ao mesmo tempo que abraça os seus ancestrais para se tornar Echo.

Echo - Crítica da 1.ª temporada
Temporada: 1
Nº Episódios: 5
6.7
6.5
Interpretação
6.5
Argumento
7
Realização
7
Banda Sonora

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