The Idol – Review da 1.ª temporada
| 15 Jul, 2023
5.9

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The Idol é uma série que podia ser bem mais do que aquilo que foi. Porém, nem tudo é mau. Também existem coisas boas na produção de Sam Levinson e Abel Tesfaye (mais conhecido como The Weeknd). Por isso, é uma pena que o seu conteúdo narrativo seja tão escasso, caso contrário seriam poucos os problemas a apontar a The Idol, a recente série da HBO.

A 1.ª temporada de The Idol leva-nos até aos bastidores da indústria musical, à medida que acompanhamos Jocelyn (Lily Rose Depp), uma cantora pop, numa fase delicada após o cancelamento da sua última tour. Neste período de desmotivação, ela conhece Tedros (Abel Tesfaye), um gerente de bares noturnos e um tanto duvidoso, que a ajuda na busca para inspiração, através dos métodos mais sinistros e pervertidos.

Foi uma tentativa ousada de “despir” os bastidores de uma indústria que consegue ser dura e injusta. Porém, teria sido bem sucedida, não fosse o seu maior problema o argumento, que se revela ambíguo, já que não deixa clara qual a sua motivação. Será uma tentativa de desconstruir e criticar as hierarquias de poder da indústria ou apenas as reforça, tornando-se seu cúmplice? Se, por um lado, os papéis se invertem e, no final, é Tedros que se torna submisso de Jocelyn, por outro, que tipo de poder realmente isso confere à artista? Afinal, Jocelyn continua agarrada a um homem que a manipulou, ainda que ela também o tenha feito. E, hipoteticamente, como iria o público e a indústria receber esta decisão de Jocelyn quando soubesse do historial de Tedros? Será que a carreira de Jocelyn sairia ilesa? Há formas mais pertinentes e inteligentes de mostrar a submissão de um sobre o outro e esta série parece só conseguir fazê-lo por meio de uma pornografia constante ao longo dos cinco episódios. “Sex sells”, como diz Tedros algures no último episódio, e os criadores da série parecem não querer escondê-lo. Se esta é uma tentativa de satirizar o mundo artístico, então não foi uma sátira lá muito bem conseguida.

O argumento parece ter sido pensado para chocar. Somente. Independentemente do conteúdo que comporta, que neste caso é quase nenhum. No entanto, eu sou suspeita, já que acompanhei a série do início ao fim. As atuações do elenco são de elogiar, ainda que inseridos num universo com falta de coerência. E a cinematografia também há de ser um dos pontos fortes de The Idol, já que ajuda a compensar um pouco a falta de conteúdo narrativo. Ainda que algumas imagens não sirvam grande propósito à história, não deixam de ser uma experiência estética, o que melhora um pouco a experiência de assistir à série.

Melhor episódio:

Episódio 2 – Tive de eleger este como melhor pela cena que considero mais bem conseguida, através do desempenho de Lily Rose Depp. É uma cena na qual o espectador consegue facilmente sentir empatia com a personagem, que num momento de pressão e stresse se vê completamente bloqueada e levada ao limite. É uma face dos artistas a que pouco temos acesso, por isso pareceu-me uma boa forma de humanizar os artistas que, muitas vezes, são quase vistos como deuses.

Personagem de destaque:

Destiny – Foi a personagem de que mais gostei, pelo simples facto de ser uma das únicas pessoas boas no meio de todos os outros personagens. Com a sua personalidade forte e fiel a si mesma e a Jocelyn, ela representa uma força feminina que me agradou.

Se tiveres interesse em espreitar, The Idol está disponível na HBO Max.

Temporada: 1
Nº Episódios: 5
5.9
7
Interpretação
3
Argumento
7
Realização
8
Banda Sonora

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