The Goldbergs – Review da 10.ª Temporada
| 24 Mai, 2023
7.4

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… back in the ’80s…

O ano era 2013 quando a família Goldberg entrou nas nossas rotinas trazendo gargalhadas, algumas lágrimas e imensa nostalgia dos anos 80. O ano é 2023. Depois de dez anos, dez temporadas e 219 episódios, The Goldbergs despede-se dos seus fãs. Foram dez anos de altos e baixos. O que primeiro começou como uma série imperdível e única pela sua temática e pela ideia da sua criação, rapidamente se tornou rotineira, repetitiva e previsível. Diria que nos últimos anos, com a morte do ator George Segal, que interpretava Pops, a série nunca mais teve a mesma essência – ainda que os tributos ao ator tenham provocado emoções nunca antes sentidas durante a série. Para além disso, sendo a temática os anos 80, continuar a emitir temporadas começava a não fazer sentido nenhum no contexto temporal, visto que cada temporada sempre correspondeu em média a um ano. Assim, nunca fui a favor da prolongação infinita porque sempre houve marcos temporais a ditar o tempo na série.

Embora compreenda a saída de Jeff Garlin da série, sinto que foi esta uma das razões da série não continuar. Esta 10.ª temporada de The Goldbergs abordou a morte de Murray e vimos os nossos personagens a navegar o seu dia a dia sem o pai, sem o filho e sem o marido. Ainda que os criadores da série tenham passado tempo mais do que suficiente a prestar homenagem à personagem, nota-se que fizeram de tudo para não mencionar o ator. Aliás, no último episódio, quando tivemos direito a um throwback ao primeiro episódio da série, só Beverly, Adam, Erica, Barry e Pops tiveram direito ao tributo, o que não deixa de ser estranho, mas compreensível ao mesmo tempo.

Em geral, considerei esta uma temporada mediana. No entanto, para temporada que encerra todo um ciclo, foi má. Não consigo atribuir as culpas aos criadores, pois só se soube do cancelamento já a temporada ia a meio, pelo que tiveram de improvisar bastante para poder dar um final aceitável à série. E fizeram-no! Mas não tivemos direito ao closure que merecíamos depois de dez anos a partilhar a casa com esta família. Merecíamos algo mais nostálgico e emotivo que referenciasse um pouco de tudo o que fomos vivenciando com os Goldbergs nesta década. Bem, foi apenas mais uma temporada.

Ainda assim, tivemos direito a ver os nossos protagonistas em novos cenários, como é o caso de Adam e a sua escolha de não ir para a universidade. Ainda que pareça algo propositado para o ter perto da família para o enredo da série funcionar, deu para o ver a sair por breves momentos da sua bolha de privilégio (por exemplo no episódio 20, Uptown Boy) graças às suas duas namoradas e aos seus empregos. Também Erica cresceu bastante ao lado de Geoff, desde concluir o curso, a ser mãe e a tomar decisões em relação à sua carreira profissional. Embora eu nunca pensasse que Erica fosse colocar de lado a sua carreira em Direito, também concordo que a personagem sempre foi muito de desenvolver diferentes sonhos consoante as circunstâncias.

Embora tenha gostado e destaque o episódio Flowers for Barry, esta temporada não dedicou muito tempo ao desenvolvimento de Barry e todo esse desenvolvimento foi aleatório e apressado, sendo o maior exemplo a sua relação com Joanne. Não julgo que era obrigatório finalizar a temporada com mais um casamento.

Claro que quando começamos a falar de Beverly, a história é outra. Ela é e sempre foi a grande estrela. Desde superar a perda do seu parceiro que ela tanto amava, a aprender a dar a distância necessária à filha para esta ocupar o seu lugar de mãe, a entrar no mundo dos encontros, adorei cada momento! Adicionalmente, toda a história da comida de bebé não ser feita artesanalmente foi hilariante, considerando a pessoa que Beverly é. Wendi McLendon-Covey, teremos saudades tuas enquanto mãe galinha que só tu sabes ser!

É impossível ficar chateada com o final de The Goldbergs, pois a relação que se teve com a série sempre foi de família, pelo que tentamos sempre ver o lado positivo. E, realmente, acabar a série com referências incríveis a Back to the Future é poético. Despedimo-nos de Adam e da sua câmara enquanto ele ruma ao futuro ao lado de Carmen. Até sempre, Goldbergs!

Melhor episódio:

Episódio 15 – The Crush  Esta temporada não teve episódios que brilhassem e se destacassem, por isso deixo aqui um dos meus favoritos. Simplesmente fantástico poder ver Beverly na sua inocência no mundo do romance enquanto viúva.

Personagem de destaque:

Beverly Goldberg (Wendi McLendon-Covey) – A homenagem tem de ser feita, pois quem carregou realmente a série ao longo destes anos foi Beverly, com a sua personalidade única e excêntrica. Ano após ano, consegue surpreender-nos e adaptar-se a novas circunstâncias, demonstrando o papel fundamental que uma mulher doméstica tende a assumir no seu seio familiar, sem que o devido crédito lhe seja dado. Tal como mencionei na review, esta temporada não foi exceção quanto a isso.

Temporada: 10
Nº Episódios: 22
7.4
8
Interpretação
7
Argumento
7
Realização
8
Banda Sonora

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