Stargirl regressa para a 3.ª e última temporada com um capítulo final, Frenemies. Cancelada pela The CW, sem ter tido a oportunidade de terminar a sua história, a série de super-heróis em Blue Valley consegue apressar resoluções e dar um final satisfatório aos seus fãs.
Apesar de ter atribuído uma pontuação baixa a esta temporada, confesso que grande parte do problema é meu. Só para dar um pouco de contexto, eu era uma grande fã de Arrow e do Arrowverse no auge destas séries da DC, mas com o tempo fui ficando cada vez mais exausta da fórmula, sendo que a única série que seguia nos últimos tempos era Batwoman. Stargirl, apesar de ser uma série adolescente e um pouco ridícula, tinha o seu charme e era original. Penso que a combinação entre o meu gosto pessoal e a série ter agora um tom mais sério fez com que eu não apreciasse tanto esta temporada.
Falando no tom, Frenemies apresenta-nos um mistério para resolver, colocando tanto a audiência, como os personagens, a tentar descobrir o assassino com pequenas pistas a cada semana. Foi uma tática interessante e sem dúvida que me manteve motivada para continuar a ver. Melhor ainda, a resolução desse mistério surpreendeu-me imenso, não só pela pessoa culpada, mas pela forma como foi planeada desde o final da 1.ª temporada. É óbvio que os argumentistas tinham a narrativa bem pensada, como se viu pelo último episódio, e o salto de 10 anos revela ao público quais seriam os destinos de cada uma das personagens caso a série tivesse a oportunidade de continuar.
O que não funcionou de todo, para mim, foi a relação entre Courtney (Brec Bassinger) e Cameron (Hunter Sansone). A nível narrativo, a relação faz sentido como uma oportunidade para expor a audiência ao momento emocional quando Cameron descobre quem matou o seu pai. Era óbvio que esta traição ia ser um ponto forte nesta temporada, mas, no fundo, foi tudo muito conveniente e só usado para avançar a história. Não sei se era suposto eu torcer por eles, mas achei que não tinham química nenhuma e só queria avançar as cenas dos dois. Também não ajuda o ator que faz de Cameron parecer ter 40 anos…
Já Mike (Trae Romano) e Jakeem (Alkoya Brunson) foram a pausa cómica no meio de todo o drama em Blue Valley e a dinâmica entre eles e Cindy (Meg DeLacy) era sempre hilariante. O sarcasmo da adolescente e a crush deles formou a combinação perfeita e aqui não tenho nada a apontar, a não ser que queria mais.
Mas, sem dúvida, o meu arco favorito desta temporada foi o de Jennie (Ysa Penarejo) e do seu irmão gémeo Todd (Tim Gabriel), os filhos de Green Lantern, que têm uma ligação entre eles: cada um com uma energia oposta. Esta oposição entre a energia branca e preta, o lado bom e mau, lembrou-me bastante Cloak & Dagger, da Marvel, uma série que também foi cancelada demasiado cedo. Gostei muito dos flashbacks dos irmãos no orfanato, a relação perdida entre eles e depois o reencontro tão esperado. O fim deixou claramente a porta aberta para continuarmos a seguir este duo (talvez uma ideia para spin-off?), mas que, infelizmente, com o fim de Arrowverse não é provável que aconteça.
Também (estranhamente) quem se destacou para mim foi a família Crock, uma mistura perfeita entre comédia e tragédia. Não estava à espera de ficar tão emocional com o final e a respetiva reação de Artemis (Stella Smith). A vingança não é sempre a solução, mas fiquei muito satisfeita por Artemis ter conseguido a dela!
Por fim, Pat (Luke Wilson) continua a ser o personagem com o coração de ouro e desta vez foi-nos mostrado um pouco do seu passado duro com o pai. Pat, pelas condições em que cresceu, promete a si mesmo que será um pai diferente e essa convicção é demonstrada constantemente com Courtney e com Mike. Foi bom também ver Mike conhecer a sua mãe biológica, mas a acabar por chamar mãe a Barbara (Amy Smart), mais uma vez demonstrando o valor de família e união – os valores fundamentais de Stargirl e da JSA.
Stargirl distingue-se pelas suas personagens carismáticas, mas, apesar das reviravoltas, não consegue ultrapassar o seu argumento medíocre. Esta última temporada, apesar dos elementos de mistério, perdeu um pouco a leveza que a caracterizava e distinguia de outras séries semelhantes. De qualquer forma, é uma temporada que vai apelar a quem já era fã da série.
Melhor episódio:
Episódio 8 – Frenemies – Chapter Eight: Infinity Inc. Part Two – Este episódio, dividido em duas partes, funcionou como uma história dentro da história para introduzir Jennie e o seu irmão gémeo, Todd. Adorei os flashbacks entre os irmãos, os poderes deles combinados e as personagens que foram apresentadas (Mister Bones e Nurse Love). Sem dúvida que dava um bom spin-off e quem sabe um dia…
Personagem de destaque:
Pat Dugan (Luke Wilson) – Num mar de jovens atores, Luke Wilson destaca-se imenso pelo seu talento a representar alguém que é tão central na história. Apesar de não ser sempre a personagem principal, Pat está sempre envolvido, seja a lutar contra inimigos ou a dar apoio moral a Courtney e tudo o que faz é pelo bem e segurança do grupo. Esta temporada foi especial, já que desvendou o passado negro de Pat, dando-lhe ainda mais complexidade.
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