American Horror Story é uma série de antologia que já conta com 11 temporadas. Algumas são grandes sucessos e outras deixam muito a desejar.
Esta 11.ª temporada de American Horror Story, da criação de Ryan Murphy e Brad Falchuck, decidiu ter uma abordagem diferente da típica história de terror. Decidiu usar um terror bem real, o surgimento do HIV na comunidade homossexual dos Estados Unidos. Acompanhamos um grupo de pessoas a seguir com as suas vidas, um artista que vive num relacionamento muito pouco saudável, um jornalista ativista e um polícia que luta para conseguir assumir-se enquanto homossexual; isto tudo enquanto começam a desaparecer muitas pessoas da comunidade e surge uma doença que estão a apanhar rapidamente.
Não gostei muito desta temporada, da mesma forma que já não tenho gostado de quase nenhuma das últimas, quando comparadas com Murder House, Asylum ou outras dessa época mais áurea. Achei o enredo com muitos momentos com pouco sentido, algumas personagens muito bem caraterizadas e construídas como Gino, outras exageradas na sua caricatura e com pouco interesse. Acima de tudo, achei que a história devia ter acabado quando se descobre o assassino. Tudo o que seguiu podia ter sido resumido num episódio. Aliás a própria opinião dos espectadores mostra isso: a série estava com uma nota média de 6.5 por episódio e nos últimos três passou para 5.2.
O homem da máscara foi um exemplo de algo que, na minha opinião, foi mal gerido. Criaram um mistério interessante sem resolução. Não gostei do facto de verem o homem da máscara, mas depois ser meio dado a entender que este representava o HIV, nem da resolução da personagem do Sam. Parece uma série sem rumo.
Além disso, o papel de Hannah, que é interpretada por Billie Lourd (uma cara já conhecida de outras temporadas) parece meio aleatório. De repente desaparece e fica a ideia que não sabiam o que fazer com ela. Mas atenção: não confundir a importância da mensagem e da temática com a falta de qualidade da temporada. Por exemplo, a minissérie da HBO que aborda exatamente o mesmo tema, mas em Londres, foi das minhas coisas preferidas desse ano e tive o prazer de escrever a review. Ao ver as duas é fácil perceber porque é que uma resultou tão bem e outra tão mal.
Esta descida constante na qualidade vem levantar a questão se fará sentido a série continuar ou se estava muito presa à qualidade do elenco original e, com a saída de nomes como Sarah Paulson, a qualidade fica enfraquecida. Haverá também relação com a quantidade de projetos em que Ryan está envolvido? O que é certo é que já não há aquela antecipação e excitação de sair mais uma temporada. Já se estão a tornar banais e algumas, nomeadamente a anterior, são excecionalmente fracas. Será que estamos a ver uma série que se prolongou demasiado ou ainda acreditas num retorno à ribalta?
Em Portugal, podes acompanhar esta 11.ª temporada de American Horror Story no Disney+.
Personagem de Destaque: Henry (Denis O’Hare) – Não é que tenha adorar muito a história como podem ter percebido mas a personagem do Henry trazia um ar de mistério, de classe e intriga que me mantinha cativado. Apesar de não ter adorado os momentos finais e o seu desfecho foi das que mais gostei.
Episódio de Destaque: Episódio 7 – The Sentinel – Mais uma vez, não é que tenha adorado este episódio, eu colocaria-o mais como o episodio menos mau, e a escolha prende-se com apenas um motivo. É o episódio onde se conclui a única linha que me estava a interessar na série e os restantes 3 não deviam ter existido. Aliás como se pode ver pela pontuação no IMDB que baixa a pique.
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