The Playlist – Review da minissérie
| 07 Nov, 2022
7.8

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No dia 13 de outubro, estreou, na Netflix, The Playlist, uma série sueca que aborda o processo de criação da grande plataforma de streaming de música, famosa em todo o mundo, o Spotify.

Duas foram as grandes razões que me levaram a ver esta série com bastante entusiasmo. Em primeiro lugar, o facto de abordar uma das minhas maiores paixões da vida: a música. Ponto este que é atingido logo em grande na primeira cena da série: “Afinal, o que é a música? Tecnicamente, é uma série de sons que se juntam para provocar uma reação na mente humana. Mas é muito mais do que isso.”. A série conquistou-me logo a partir desta definição. Em segundo lugar temos o facto de ser uma série nórdica, já que as séries criadas nesta parte do mundo raramente me desiludem. Posso já dizer-te que esta não foi exceção.

Cada episódio foca-se numa componente-chave deste projeto, desta empresa, começando por A Visão, terminando com O Artista, passando por A Indústria, A Lei, O Programador e O Sócio. É retratada a perspetiva de cada uma das personagens, representativas de uma das componentes, mostrando sempre o seu envolvimento ou reação relativamente à criação do Spotify e avançando cada vez mais em direção ao futuro, à medida que os episódios também avançam. Isto permite ao espectador adquirir um conhecimento global de todo o processo, reunindo as várias perspetivas, algo que me agradou bastante, juntamente com o facto de no final de cada episódio se estabelecer ligação com o seguinte. Deste modo, ficamos também a conhecer as personalidades peculiares das envolvidos neste projeto. Todos eles foram escolhidos a dedo por terem um determinado talento, com vista a serem os melhores. No entanto, o facto de estarmos perante uma ação contada de diferentes perspetivas não significa que não haja um protagonista e este é Daniel Ek (Edvin Endre), o grande cérebro e criador do Spotify.

Ao longo de The Playlist são abordados diversos aspetos interessantes e importantes. Um tema que adorei ver retratado na série foi o paralelismo entre a pirataria e download ilegal de música e a criação de um serviço de streaming totalmente legal que apoia os artistas e não exige uma quantia demasiado elevada dos ouvintes/utilizadores, sendo este último a definição do Spotify, cuja criação foi um caminho sinuoso. Esta nova empresa pretende revolucionar uma indústria musical muito focada em suportes analógicos. Achei cativante ver os obstáculos apresentados relativamente à digitalização da indústria da música (principalmente devido ao aparecimento do The Pirate Bay), não só pelas mentalidades ainda um pouco retrógradas e preconceituosas de grande parte da população, mas também pelas discografias, que não pretendem abrir mão dos altos preços até então praticados. Apesar da crise em que estas empresas vivem, é-lhes difícil ver a potencial solução que têm à frente.

É muitíssimo interessante observar as mudanças no mundo da música. Na época retratada, deparamo-nos com a necessidade de a indústria se adaptar às necessidades em constante mudança do público. Público este que está sedento de conteúdo a baixo preço e no imediato. Tornou-se necessária a abertura das mentalidades das discográficas tradicionais a novos suportes.

Também me agradou bastante terem sido incluídos alguns pormenores técnicos e legais da programação, concedendo mais realismo às dificuldades que foram aparecendo.

Obviamente que numa série como esta, a banda sonora não podia ser descurada, tendo sido incluídos alguns sucessos dos anos 90 e da década 2000, bem como algumas músicas mais antigas.

Diria que apenas fiquei descontente com alguns acontecimentos dos episódios finais e a forma como decidiram terminar a série: abruptamente e sem um desfecho propriamente dito. Este segundo aspeto até entendo, porque na realidade a história do Spotify ainda se está a desenrolar nos dias de hoje, mas fiquei com algumas questões por responder.

É uma série um pouco diferente do que costumo ver, mas conquistou-me desde o primeiro episódio. É perfeita para os amantes de música e interessados em tecnologia. Tem apenas seis episódios e pode ser encontrada na Netflix.

Melhor episódio:

Episódio 1 – A Visão É aqui que tudo começa. Ficamos a conhecer Daniel e quem ele era antes do Spotify. Acompanhamos o processo que antecede e o início da criação desta start up. O episódio tem um ritmo acelerado, não deixando de fazer chegar até nós toda a informação fundamental para entendermos não só as motivações de Daniel, mas também a interessante história do início do Spotify, que dá sentido aos restantes episódios. É assim despertado o interesse e curiosidade do espectador, que sem mais nem menos dá por si preso ao ecrã. Muitos foram os sorrisos que se desenharam nos meus lábios ao longo do episódio, principalmente quando se falava de música, e rapidamente fiquei rendida à série, esperando ansiosamente para ver o episódio seguinte.

Personagem de destaque:

Daniel Ek (Edvin Endre) – É simplesmente um génio, um programador brilhante com visão do futuro e criatividade, que sempre acreditou num futuro digital. O seu primeiro objetivo era criar e vender a empresa num ano. Alguém que define um objetivo destes é focado, sabe bem o que quer e é muito ambicioso. Como se não bastasse, esta meta serviu de rampa de lançamento para depois querer mais ainda, com a criação de uma plataforma de streaming de música em tempo real e de forma gratuita. É uma personagem bastante fascinante, em grande parte pela sua inteligência e capacidade de análise do mercado; afinal, viu uma oportunidade de negócio no simples e maçador facto de ter que esperar que uma música completasse o download (ilegal) para a poder ouvir. Tem uma personalidade bastante forte, é bastante teimoso e intransigente e acho que foi isso que permitiu que esta plataforma chegasse onde chegou.

Temporada: 1
Nº Episódios: 6
7.8
8
Interpretação
7.5
Argumento
8
Realização
7.5
Banda Sonora

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