A 2.ª temporada de One of Us is Lying chegou à Netflix, em Portugal, no dia 16 de novembro. Posso adiantar já que esta nova temporada, que traz de volta Bronwyn (Marianly Tejada), Nate (Cooper van Grootel), Cooper (Chibuikem Uche), Addy (Annalisa Cochrane) e Janae (Jessica McLeod), me surpreendeu pela positiva.
Após passarem uma temporada inteira a serem incriminados pela morte de Simon por tudo e por todos e depois de terem conseguido descobrir o verdadeiro assassino, os já conhecidos protagonistas criaram um novo problema no final da 1.ª temporada. Agora todos têm um perigoso segredo que vão lutar para esconder e que será posto em causa por uma misteriosa personagem que os persegue e não os deixa sossegados, o “Simon manda”. Uma vez mais, este grupo improvável de adolescentes é forçado a manter-se unido.
Esta é uma série sobre um grupo de adolescentes que esconde um segredo e dito assim não parece nada de novo, nem nada de extraordinariamente interessante. Quando comecei a ver esta temporada, não estava muito entusiasmada e receava que fosse uma cópia da 1.ª temporada ou que estivessem a tentar fazer render o que já devia ter terminado. No entanto, não podia estar mais enganada. A temporada está muito bem conseguida, aumentando a intensidade aos poucos, sendo os últimos episódios da temporada os melhores e mesmo muito cativantes. Toda a série nos mantém agarrados ao ecrã e à ação, curiosos para saber qual será o próximo passo de “Simon manda”. Também fiquei bastante satisfeita com as explicações que deram para os vários mistérios.
Além dos protagonistas, aparecem também algumas das personagens já conhecidas da temporada anterior. Maeve (Melissa Collazo), a irmã mais nova de Bronwyn, ganha mais protagonismo nesta temporada e será uma peça-chave para a o desfecho e o destino dos protagonistas. Também Vanessa (Sara Thompson) ganha tempo de antena por conta das suas suspeitas acerca do comportamento suspeito do grupo. Ambas são personagens persistentes que não descansarão enquanto não atingirem os seus objetivos. Kris (Karim Diane) volta a aparecer nesta temporada e gostei bastante da forma como foi envolvido na história.
A história chega ao espectador através do retrato do momento presente, mas com recurso a flashbacks que ajudam a entender os detalhes e acontecimentos que os levaram aonde estão hoje. As mensagens assustadoras que as personagens recebem são apresentadas no ecrã, tornando-as mais realistas.
Prevalece um nervosismo e medo constantes, bem como um sentimento de culpa que assombra todas as personagens, mas em especial Addy, que acredita que deveria ser a única a sofrer as consequências. Toda a temporada está recheada de mistérios e revelações inesperadas, dando direito a plot twists surpreendentes.
Deparamo-nos ainda com um final de temporada aberto, marcado por um cliffhanger chocante que levanta muitas questões e pede uma nova temporada. Não há ainda confirmação por parte da Netflix que haverá 3.ª temporada, mas parece ser esse o objetivo da criadora. A ideia de uma nova temporada não me deixa propriamente satisfeita, já que receio que nos seja apresentada uma temporada de qualidade bastante inferior que apenas tenta prolongar o que não pode ser prolongado, mas isto apenas o futuro dirá.
Concluo então que apesar de certos aspetos cliché e de me fazer lembrar outras séries, esta nova temporada cumpriu aquilo que prometia, superando as minhas expectativas. Vale a pena ver, apesar de não ser das melhores séries que andam por aí.
Melhor episódio:
Episódio 5 – Simon Says Ho Ho Ho! – Escolho este episódio por marcar o momento em que tudo fica ainda mais intenso e que me deixou verdadeiramente interessada na série, desde o início chocante até ao final, que nos deixa baralhados. Os protagonistas tomam uma decisão de coragem que revela bastante maturidade da parte deles e acarreta despedidas. O episódio permite-nos conhecer mais profundamente os personagens e entender aquilo que realmente importa para eles, com muita emoção à mistura. A melhor parte do episódio foi ver as personagens, uma a uma, a superarem-se a si mesmas.
Personagem de destaque:
Janae (Jessica McLeod) – Não foi fácil escolher entre estas personagens tão diferentes, pois cada uma delas tem algo de cativante na sua personalidade. No entanto, escolho Janae pela força e garra que mostra a lidar com toda a pressão exercida por “Simon manda” enquanto embarca numa viagem de autoconhecimento, chegando a conclusões relativamente ao seu género.