Após dois anos, no dia 3 de agosto, finalmente chegou à Netflix a 2.ª temporada de Bom Dia, Verônica, uma série brasileira de suspense e mistério. Depois de uma 1.ª temporada absolutamente arrebatadora, com um final nada feliz, fiquei com vontade de saber se Verônica (Tainá Müller) ia conseguir fazer justiça.
Não costumo ver séries brasileiras e quando me recomendaram ver Bom Dia, Verônica, fiquei um pouco reticente. No entanto, disseram-me tão bem da série que acabei por ver a 1.ª temporada quase de uma só vez. Sabes aquelas séries que nos deixam terrivelmente desconfortáveis, mas mesmo assim não conseguimos parar de ver? É o que acontece com Bom Dia, Verônica. Toda a série tem um ritmo acutilante, carregado de suspense, que deixa o espectador colado ao ecrã.
Depois de ter sacrificado a sua vida pessoal no final da temporada anterior, Verônica está cada vez mais implacável e não vai desistir enquanto não conseguir o que quer: desmantelar a máfia na qual Brandão (Eduardo Moscovis) estava envolvido e da qual faz parte Matias (Reynaldo Gianecchini), em conjunto com membros da polícia, seus ex-colegas. Mas o seu principal objetivo é fazer justiça por todas as mulheres que sofrem às mãos destes homens que se acham no direito de fazer delas o que querem. Vemos Verônica, uma vez mais, a defender os direitos das mulheres de forma incessante, com muita determinação. São inúmeras as vezes em que a vemos “brincar com o fogo”, sendo que acabava por se pôr em risco enquanto tentava descobrir os segredos desta máfia e reunir provas para a derrubar.
Reynaldo Gianecchini faz um excelente trabalho na interpretação de Matias, o grande vilão desta temporada. Famoso por curar doenças graves através de um dom que todos acreditam que tem, este homem não é quem parece. Desde o início da temporada, conseguimos ver no seu olhar que esconde algo perverso, que não é a boa pessoa que aparenta ser. De tão realista que é a sua representação, com o avançar dos episódios e à medida que descobrimos o seu grande segredo, chegamos a sentir nojo desta personagem de tão doentia que é a sua mentalidade. É um homem poderoso, tal como Brandão, que faz uso da sua influência e popularidade para manipular e maltratar mulheres.
No entanto, Matias e Brandão são apenas a ponta do iceberguedesta máfia que vamos descobrindo ao longo dos episódios, descoberta esta que nos mantém interessados do início ao fim. Assistimos a temas como o tráfico humano, a corrupção policial, o machismo e o atentado aos direitos humanos e das mulheres. Vemos ainda aqui retratada a violação como algo “normal”, havendo também a culpabilização da vítima. É assustador como, nos dias de hoje, ainda há comunidades que veem o homem como um ser superior à mulher. Uma outra personagem que destaco é Ângela (Kiara Castanho), filha de Matias, uma adolescente que adora o pai e se recusa a ver e aceitar que ele faz mal aos outros.
Relativamente à banda sonora, predomina música brasileira e apesar de não ser grande fã, é o toque final que nos transporta de forma eficaz para o universo da série, como se dele fizéssemos parte. Esta temporada surpreende-nos a cada episódio que passa, é uma viagem recheada de emoções fortes altamente viciante.
Dito isto, acho que é bastante óbvio que recomendo a série a todos os amantes de suspense e mistério. A série é tão boa que me deixou desorientada quando a terminei. Normalmente é muito bom sinal uma série ter este impacto em mim; só boas séries têm este poder. O final deixou a ideia de que haverá uma nova temporada, o que não me deixa muito contente, porque receio que queiram prolongar demais e estragar a série, mas esperemos para saber. E agora, vai ver a 2.ª temporada de Bom Dia, Verônica!
Melhor episódio:
Verdade ou Consequência (episódio 4) – Este episódio é o culminar de tudo aquilo que andávamos a descobrir aos poucos ao longo da temporada. Ângela vê à sua frente e sem dúvidas quem realmente é o pai. A pessoa que ela se recusava a ver finalmente revela-se. É também neste episódio que Verônica corre um dos maiores riscos, mas também dá um importante passo na investigação e na reunião de provas, que dá frutos no final do episódio. É muito intenso, mas também ajuda o espectador a recuperar alguma da esperança perdida desde a temporada anterior.
Personagem de destaque:
Verônica (Tainá Müller) – Nesta temporada, conseguimos ver uma maior profundidade emocional nesta personagem e entender certos traumas do seu passado. A sua resiliência e coragem são de um outro mundo, não deixando por isso de enfrentar obstáculos e sofrer muito, tanto física como emocionalmente.
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