Love & Anarchy – Review da 2.ª Temporada
| 05 Jul, 2022
7.3

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A 2.ª temporada de Love & Anarchy chegou à Netflix no dia 16 de junho, trazendo consigo o habitual fantástico humor nórdico que já presenciámos na 1.ª temporada. Na verdade, a 1.ª temporada desta série nórdica conquistou-me e quando soube que ia sair uma segunda fiquei muito contente. Tinha mesmo que a ver!

Esta nova temporada é feita muito à imagem da primeira. Mantêm-se os desafios e brincadeiras entre Sophie (Ida Engvoll) e Max (Björn Mosten), que põem em causa as normas da sociedade, mas, desta vez, junta-se a estes uma componente da ação mais pesada. Um acontecimento trágico atinge Sofie logo no 1.º episódio e estabelece uma relação de contraste com comédia durante toda a temporada.

São aqui destacados temas como o luto e a forma como cada um lida com ele, o suicídio, o sentimento de culpa, persistência e perseverança. Como não poderia deixar de ser, a saúde mental é um dos temas centrais, que gosto sempre de ver retratado no pequeno ecrã. Está presente também a importância da terapia como ferramenta de melhoria, mas também as expectativas irrealistas de um processo de cura rápido e linear e a constante fuga do ser humano à dor. Dor esta que precisamos de nos permitir sentir para depois seguirmos em frente, sendo preciso coragem para o fazer. Assistimos ainda a tentativas desesperadas para acelerar um processo que não pode ser acelerado.

Diria que esta temporada é um retrato cómico e dramático de uma mulher que anda perdida na vida, que se fecha, reprime e camufla as emoções. Assistimos, portanto, à forma como lida com acontecimentos negativos e traumatizantes. A faceta de lutadora de Sofie não lhe permite demonstrar as suas emoções e sentimentos, tentando manter sempre uma postura de alguém forte e até mesmo um pouco fria, o que acaba por afetar as suas relações com os outros, como acontece com Max… Max mantém-se uma personagem constante e sem grandes oscilações na sua personalidade. No entanto, perde-se também um pouco, fica ligeiramente depressivo e vemos como lida com uma pequena confusão mental.

É uma série bastante leve e perfeita para ver num momento de relaxamento, porque, mesmo que sejam apresentadas algumas temáticas mais pesadas, o humor acaba por aliviar essa componente. Gostei muito e recomendo, sem dúvida. Se ainda não viste nenhuma série nórdica, esta será uma bela forma de enveredares por esse mundo espetacular.

Personagem de destaque:

Sofie – É ela a personagem que mais evolui ao longo da temporada. Vemo-la passar por todo o processo de luto e de grande aprendizagem. Até conseguir perceber o que estava a sentir foi um longo processo e o facto de o camuflar durante tanto tempo só o tornou mais difícil: “Já não consigo pensar. […] É como se tivesse saído da realidade. Não consigo fazer sentido de nada […] Isto nunca me deixa em paz.”. É a partir deste momento que realmente aprende e começa a melhorar. Adorei ver este processo de Sofie e o sofrimento psicológico por que passava foi transmitido ao público de forma bastante eficaz!

Melhor episódio:

Episódio 6 – Regrets Este episódio representa o início do culminar da situação de Sofie. É também neste episódio que a personagem começa também a aperceber-se do que se passa com ela mesma e adorei ver esta exploração das formas de o ser humano lidar com a dor (ou fugir dela). É um episódio com uma forte carga emocional, mas bem necessária para que o espectador entenda o que a protagonista sente.

Temporada: 2
Nº Episódios: 8
7.3
7.5
Interpretação
7
Argumento
7.5
Realização
7
Banda Sonora

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