Chegou à Netflix a 3.ª temporada da antologia de animação do momento, Love, Death & Robots, mas será que a premiada série continua a surpreender ou estará a tornar-se num conjunto de episódios violentos e sangrentos, desprovidos de estória?
Se o objetivo do espectador é envolver-se com a narrativa, criar empatia e ver uma boa estória, esta é certamente a pior das três temporadas para o fazer. Love, Death & Robots está a tornar-se apenas uma montra para os trabalhos mais “fora da caixa” dos realizadores e produtores cinematográficos. Esta não é, forçosamente, uma crítica negativa; aliás, para quem adora estar sempre por dentro das novas tendências da computação gráfica, esta série é uma verdadeira caixa de pandora.
Não abandonando as ideias-chave das anteriores temporadas, os novos nove episódios não fogem à regra: temos mundos apocalípticos, robôs, humor, viagens ao espaço, sangue, violência, cenários de guerra, monstros… Enfim, algo bem ao estilo do que já conhecemos.
E não poderia deixar de destacar o primeiro episódio desta temporada, Three Robots: Exit Strategies, que é uma espécie de continuação do segundo episódio da 1.ª temporada, Three Robots, onde voltamos a acompanhar os três robôs mais engraçados desta série numa viagem ao planeta Terra, num cenário pós-apocalíptico onde os humanos perderam a guerra contra os robôs. Neste episódio, a sátira política está bastante presente e ver este trio de protagonistas a desprezar complacência humana é simplesmente delicioso.
Melhor episódio:
Episódio 9 – Jibaro – Um episódio vibrante, cheios de cores e sons que nos entram na cabeça a um ritmo alucinante, faz-nos sentir completamente desorientados naquele mundo frenético, ao lado das duas principais personagens: um soldado surdo e uma mulher misteriosa, vestida de joias. Arrisco-me a dizer que o episódio, realizado pelo recente vencedor do Óscar, Alberto Mielgo, é o mais criativo da temporada.
Melhor personagem:
O robô mais pequeno do episódio 1 – É muito difícil eleger um personagem favorito nesta série, uma vez que os episódios são bastante curtos e, na maioria das vezes, não sabemos sequer o nome dos personagens. No entanto, destaco o humor satírico deste pequeno robô, que se questiona sobre os comportamentos humanos e nos ridiculariza de uma forma muito característica.