Grey’s Anatomy – Review da 18.ª Temporada (Parte 2)
| 28 Mai, 2022
6.04

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Chegar à 18.ª temporada e ao 400.º episódio pode ser impressionante em termos de história televisiva, mas já não há nada de realmente impressionante em Grey’s Anatomy, que terminou esta semana mais um ano. Se a primeira parte desta temporada até foi bastante razoável, nesta voltamos ao medíocre ou pior.

As histórias das vidas pessoais dos nossos médicos parece que agora me deixam indiferente. Penso que isto se deve ao facto de a série raramente trazer algo de realmente novo. Mesmo em termos dos casos médicos e de situações ligadas ao próprio funcionamento do hospital e da dinâmica entre subordinados e seus superiores, parece que já tudo foi feito.

O elenco continua também a ser muito extenso e as histórias simplesmente não agarram ao ecrã. Hayes, um personagem que até era bastante interessante, foi-se embora de Seattle. Não me importava nada de o trocar por alguns dos médicos que lá ficaram… Enquanto uns se vão embora, Meredith é feita “refém” daquele hospital. Não consigo entender. Ela deve alguma coisa a alguém? Porque é que esta mulher, por alguma espécie de obscuro sentido de lealdade que alguns procuram invocar, não pode ir para onde simplesmente entende e fazer da sua vida aquilo que quer? Não digo que fosse fácil para ela deixar aquele lugar e algumas das pessoas que lá estão, mas ela tem todo o direito a fazê-lo se assim quiser! O Grey Sloan pode não estar a passar por um bom momento, mas um hospital não se faz com uma médica!

Noto o esforço que a série faz em trazer temas importantes para os seus episódios, mas a forma como o faz importa e a concretização peca muitas vezes. Se a série fez um trabalho brilhante aqui há uns anos com o episódio à volta do tema da agressão sexual, desta vez não foi tão bem-sucedida a abordar a questão dos crimes de ódio. O episódio em que uma senhora idosa foi odiosamente atacada pareceu-me muito mais paternalista do que educativo ou relevante pela forma como o tema foi tratado. Houve qualquer coisa que não me caiu bem. Muito mais interessante acho que acabou por se revelar a questão de os homens gay não poderem doar sangue. Sempre achei isto puramente ridículo e discriminatório! É capaz de ter sido a única interessante no series finale em dose dupla.

A sério, não me lembrava de me sentir tão desesperadamente entediada por dois episódios de Grey’s Anatomy como com os dois finais da 18.ª temporada! A storyline do Owen é péssima, o discernimento dele e da Teddy deixa muito a desejar e parece tudo muito à máfia, embora não tenha nada a ver com isso. E os flashbacks todos de cenas do passado de que qualquer fã se lembra perfeitamente? A ideia era o passado ter um certo paralelismo com o futuro, eu sei e entendo a visão. No entanto, a execução volta a falhar. Até a banda sonora nos trouxe temas icónicos de volta, como The Story e Chasing Cars, mas pareceu-me tudo demasiado forçado, só porque era suposto que o episódio 400 fosse especial, mas não senti qualquer espécie de nostalgia. O regresso de April e Jackson também acabou por se revelar muito pouco interessante, mas muito previsível em certos aspetos.

Acho que já o disse, mas sou obrigada a repeti-lo: o único motivo pelo qual continuo a ver esta série é por um certo sentido estúpido de lealdade. Talvez Meredith devesse mesmo ir para o outro lado do país e eu devesse deixar de ver Grey’s Anatomy. O futuro do hospital é incerto, mas o mesmo não se pode dizer do da série, que tem uma 19.ª temporada garantida.

Para não terminar num tom tão negativo, quero dizer que gosto bastante quando os filhos dos nossos médicos aparecem. Não sei quem é mais fofo: Luna, Scout ou Pru. E Zola é uma criança muito sábia. O tempo de ecrã que todos eles têm é pouco, mas é bastante bom vê-los a crescer.

Melhor episódio:

Episódio 9 – Depois de uma mid-season finale à qual se pode chamar boa, tivemos respostas a algumas das questões que tinham ficado pendentes. Não acho que tenha havido um episódio nesta 18.ª temporada de Grey’s Anatomy que se destaque muito dos demais, mas este veio embalado de uma fase melhorzinha da série, beneficiando com isso.

Personagem de destaque:

Jo Wilson (Camilla Luddington) – Esta personagem, de quem durante tantos anos não gostei nada, tem sido a melhor coisa da série já há várias temporadas. As histórias de Jo não são sempre ótimas (a questão com o Link é um bocado má), mas é das poucas personagens de quem gosto e com quem me preocupo de forma genuína. É giro o facto de ela estar a criar uma criança sozinha e de procurar, na carreira, aquilo que a faz sentir realizada. Também acho que há algo de fresco em Jo enquanto personagem e que é alguém que ainda tem algo a oferecer de positivo a Grey’s Anatomy.

Temporada: 18
Nº Episódios: 12
6.04
7
Interpretação
5
Argumento
6
Realização
6.4
Banda Sonora

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