A 3.ª temporada de Narcos: Mexico termina a saga em alta: violência, história, droga e tiros, muitos tiros.
A história começa precisamente onde terminou na 2.ª temporada, com o acidente de Amado (José Yazpik) no meio do deserto e preso pela polícia. E deixo já aqui o primeiro elogio para esta produção: a montagem de som está extraordinária, principalmente neste primeiro episódio, durante o acidente de avião. A brusquidão do som, aliada aos movimentos rápidos de imagem, traz quase uma sensação de que estamos mesmo no meio daquele aparato.
Para além das já habituais picardias e rivalidades entre cartéis, nesta temporada assistimos a uma disputa de soberania e poder entre dois policias: Victor (Luis Gerardo Méndez) e Walt (Scoot McNairy), já conhecido das anteriores temporadas.
Uma outra mudança nesta temporada é a narração da mesma: geralmente quem narrava grande parte da história era o já conhecido Walt, mas durante praticamente estes dez últimos episódios é Andrea Nuñes (Luisa Rubino) a narradora principal. Andea é jornalista de um dos únicos jornais locais não controlados pelo governo e, ao longo dos episódios, acaba por nos contar a sua experiência intensa no que toca a investigar e espiar alguns dos maiores narcotraficantes da época.
Como acontece em todo o universo Narcos, nesta temporada continuamos impregnados de realismo, graças às imagens dos meios de comunicação que surgem interpostas à serie ou à narração dos factos reais, fazendo as referências necessárias às personalidades em questão. Acho que é aqui que está a verdadeira essência desta série: incluir alguma ficção numa base real, o que confere um nível de entretenimento fora de… série.
Aqui temos também uma cena muito particular em que seguimos um figurante aleatório que testemunha uma rixa de rua entre os militares mexicanos e Benjamin Félix (Alfonso Dosal). Este tipo de cenas mostra a criatividade artística e a realização soberba que esta série sempre teve.
Melhor episódio:
Episódio 3 – Neste episódio temos uma outra cena que sem dúvida merece destaque: um tiroteio bem ao estilo de Narcos, ao som de Enjoy the Silence, dos Depeche Mode, que, aliado a uma paleta de cores quentes e escuras, faz prever que algo trágico estará para acontecer.
Melhor personagem:
Andrea Nuñes – Sem dúvida que Andrea traz a esta temporada o poder feminino, a irreverência e a atitude que uma personagem exclusiva desta temporada teria de ter para se destacar.
Miguel Mendonça