The Morning Show – Review da 2.ª Temporada
| 03 Dez, 2021

Publicidade

[Contém spoilers]

Temporada: 2

Número de Episódios: 10

Após uma excelente 1.ª temporada e um final arrebatador, chegou ao fim a tão esperada 2.ª temporada de The Morning Show, e tendo por base o final algo me leva a crer que esta não será a última. Honestamente não vos consigo dizer se fico satisfeita com isso ou não. Por um lado sim, porque eu fiquei curiosa para saber como é que se vão desenrolar os plots que ficaram em aberto, (e eu até gosto da série), mas por outro, se seguir o ritmo inicial desta temporada, acabará por não me agradar tanto.

Isto é, após os minutos iniciais da 2.ª temporada e até sensivelmente ao sétimo episódio, a história não me estava a parecer propriamente muito interessante, em comparação com a que tinha sido apresentada na temporada anterior. Mais, parecia que esta não conseguia corresponder ao final que nos foi dado. Talvez esse sentimento se tenha devido ao facto de as minhas expectativas estarem extremamente altas, especialmente quanto à forma como eles iam direcionar a história da série.

Depois de Alex (Jennifer Aniston) ter revelado em pleno programa que a emissora não só tinha conhecimento dos atos praticados pelo Mitch (Steve Carell), como deixaram que estes continuassem, e ainda havia uma cultura de silenciamento, a minha expectativa era de que fossem mostrar o real impacto disso no canal e, particularmente, na sociedade. É certo que ficamos a saber que a UBA foi bastante afetada, expectavelmente, e que foram tomadas algumas medidas (que a mim também não me convenceram muito, se queres que te seja sincera), mas isso não nos foi mostrado efetivamente, mas sim, referenciado muito por alto. E é pena pois eu acho que seria uma excelente oportunidade para explorar essa questão, já para não falar que para mim seria algo extremamente interessante de ver. Aquilo que eu gostava mesmo de ter visto era: como é que um canal recupera de um escândalo assim?

Não quero com isto dizer que desgostei totalmente da narrativa apresentada nesta temporada, houve plots que eu achei bastante interessantes, como por exemplo o da Bradley (Reese Witherspoon), a questão envolvendo a publicação do livro, a referência à cultura do cancelamento e o impacto que esta pode ter nas pessoas, e até mesmo de terem abordado a pandemia. Já para não falar que gostei bastante dos últimos quatro episódios. No entanto, tenho que admitir que estava à espera de que a história tomasse outro rumo e/ou abordasse outras questões, pois bases não lhes faltava. Já para não falar que algumas narrativas teriam ganho muito mais se fossem abordadas de outra forma, ou se nem tivessem sido abordadas de todo.

Passado algum tempo ainda não consigo descortinar o que sinto em relação ao plot do Mitch nesta temporada. Eu por um lado tento compreender o que é que os criadores estavam a tentar fazer com o personagem, mas por outro não gostei muito do facto de lhe terem tentado dar alguma espécie de redenção. Talvez isso fosse necessário para que a morte dele tivesse mais impacto, mas não sei, honestamente preferia que não o tivessem feito. É certo que há sempre dois lados da mesma história, e que as pessoas podem redimir-se, mas ainda assim, não gostei da tentativa que fizeram de nos levar a simpatizar com o personagem. Quero agora ver o que nos reserva o documentário da Paola (Valeria Golino), e que continuação é que vão dar a esta narrativa.

Posto isto, não é minha intenção que fiques com a ideia de que detestei totalmente esta temporada, inclusive, se houver 3.ª com toda a certeza que a vou ver, pois no geral, The Morning Show não deixou de ser uma série capaz de nos entreter, e que nos leva a querer ver episódio atrás de episódio. (Já para não falar do leque extraordinário de atores.) É verdade que pode não ter conseguido criar/desenvolver um plot tão bom e/ou consistente, especialmente quando comparado com a temporada anterior, e algumas decisões narrativas podem ser questionadas, mas no final não deixa de ser uma boa visualização.

Episódio de Destaque:

Confirmations (Episódio 8) – Embora também tenha considerado escolher o sétimo episódio dado as atuações esplêndidas de Jennifer Aniston e Steve Carell, não poderia escolher outro episódio que não este oitavo. Não só este episódio foi caótico do início ao fim, fazendo relembrar a intensidade que a 1.ª temporada nos tinha habituado, deixando-nos com os nervos à flor da pele, como foi bastante interessante acompanhar as reações dos diversos personagens à notícia da morte do Mitch, especialmente porque eles não sabiam se era verdade ou fake news. Acompanhar o trabalho do canal enquanto tentava perceber a veracidade da notícia, ao mesmo tempo que vemos os seus sentimentos quanto a esta foi simplesmente sensacional, e eu só gostava que toda a série tivesse sido assim.

Personagem de Destaque:

Cory (Billy Crudup)Desde a 1.ª temporada que a personagem do Cory me cativou e isso só se intensificou ainda mais nesta temporada, sendo ele provavelmente um dos meus personagens favoritos. A sua energia caótica, que não deixa transparecer muito bem as intenções por detrás de tudo o que faz, levaram-me instantaneamente a gostar de Cory. E penso que seja precisamente isso, o facto de não conseguirmos perceber bem se ele é uma boa ou má personagem, aliado à personalidade peculiar dele, e à excelente interpretação de Billy Crudup, que o tornam uma personagem tão interessante.

Cármen Silva

Publicidade

Populares

estreias posters calendário novembro 2024 séries

cruel intentions poster prime video

Recomendamos