A 2.ª temporada de Modern Love chegou hoje à Amazon Prime Video por todo o globo, incluindo Portugal. A série de antologia com histórias independentes a cada episódio, todas inspiradas em eventos reais da famosa coluna homónima do The New York Times, explora o amor e os relacionamentos nos tempos modernos.
Tal como na temporada de estreia, Modern Love apresenta histórias credíveis com as quais nos conseguimos identificar e que nos são familiares, mesmo que não as tenhamos vivido pessoalmente.
Gosto bastante deste formato de antologias com episódios independentes, quase como se víssemos mini filmes. A vantagem é que podemos não gostar tanto de algum episódio, mas continuamos a ver porque o plot do próximo volta à estaca zero. Em contrapartida, mas não em tom negativo, isto também pode levar a que haja histórias que saibam a pouco e cheguemos ao final a desejar saber mais sobre aquelas personagens, o seu futuro e uma série de coisas que nunca vamos saber, pelo menos sem ser na nossa imaginação.
As interpretações são boas, o que é expectável para um elenco deste calibre. Destaque para os atores Tobias Menzies (Outlander) e Sophie Okonedo (His Dark Materials), que contracenam num episódio e transmitem na perfeição o pesado estado emocional das suas personagens; bem como para a excelente química entre Marquis Rodriguez (When They See Us) e Zane Pais (Room 104), com uma história bem querida, num episódio realizado por Andrew Rannells (Girls) e baseado num texto que o próprio ator escreveu para a coluna do jornal.
Nesta nova temporada de Modern Love podemos admirar os belos cenários de três cidades do estado de Nova Iorque e ainda de Dublin, na Irlanda, numa produção visualmente apetecível. Adicionalmente, cada episódio tem uma banda sonora cuidada e acertada que encaixa no mood dos diferentes contos apresentados e que ajuda a “entrar” no estado emocional das personagens.
Resumindo, a 2.ª temporada de Modern Love é uma temporada leve com oito episódios curtos, bons para ver numa tarde, com histórias não deprimentes e que incluem desfechos satisfatórios. Na minha opinião, esta temporada apresenta vários episódios superiores aos da temporada anterior, abordando temas relevantes e atuais com bastante representatividade e diversidade. Para quem gostou da primeira, certamente irá gostar desta 2.ª temporada.
Melhor episódio:
Strangers On A [Dublin] Train – Este é, sem dúvida, o meu episódio favorito, por ser tão divertido e me ter colocado um sorriso na cara durante os 35 minutos de duração. É protagonizado por Kit Harington (Game of Thrones) e Lucy Boynton (The Politician) nos papéis de dois estranhos num comboio que, depois de uma conversa interessante, decidem encontrar-se na estação duas semanas depois, sem trocarem contactos ou qualquer informação pessoal. Contudo, a pandemia estraga-lhes o plano por completo. Curiosamente, este episódio pode ou não ter várias referências a Game of Thrones…
Personagem de destaque:
Stephanie (Minnie Driver) – On a Serpentine Road, With the Top Down – Apesar de ser uma temporada com várias personagens interessantes, o meu destaque vai para Stephanie, em especial por ser o papel de uma atriz que admiro bastante. Stephanie é uma médica viúva que não consegue vender o carro vintage, apesar de avariar dia sim dia não, devido a ter sido comprado pelo seu primeiro marido que morreu (interpretado por Tom Burke). Neste episódio, Stephanie depara-se com o dilema de não conseguir desfazer-se de algo sentimental que vai muito além do valor material.
Melhor citação: “Love and grief, there are no rules.”