Sex/Life – Review da 1.ª Temporada
| 16 Jul, 2021

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Temporada: 1

Episódios: 8

[Não contém spoilers]

No passado dia 25 de junho estreou na Netflix a 1.ª temporada de Sex/Life, uma série sensual, provocante e inovadora que, através do drama, faz chegar aos ecrãs uma representação da importância da componente sexual na vida de um casal. A ação centra-se na vida de Billie Connelly (Sarah Shahi), uma mulher casada, com dois filhos, mas aparentemente sexualmente insatisfeita, tema que, não parecendo assim tão incomum, poderia facilmente levar a série ao fracasso.

No que diz respeito às personagens, vamos desvendando as suas caraterísticas e compreendendo as suas atitudes à medida que a série avança, sendo que temos sempre mais informação sobre a nossa protagonista. Billie é uma mulher de espírito livre, ama a sua família, é lutadora e resiliente. É assombrada por dúvidas em relação ao seu estilo de vida atual, como alguém que no passado se contorceu “em 73% das posições do Kamasutra” e agora tem um marido que não parece ter muito interesse nessa componente da relação. Falo de Cooper Connelly (Mike Vogel), um homem humilde, atraente, fiel, honesto e que oferece a Billie e aos filhos tranquilidade e estabilidade. Uma outra personagem a destacar é Sasha Snow (Margaret Odette), a melhor amiga de Billie, uma mulher de mente aberta, confiante e poderosa que apoia a amiga incondicionalmente. Por último, não poderia deixar de referir Brad Simon (Adam Demos), o ex-namorado de Billie que faz aparições na sua memória quando o marido a deixa sexualmente insatisfeita. É impulsivo, instável, desequilibrado, tem um elevado desejo sexual e gosta de ter novas experiências.

Inicialmente, os diálogos são curtos e pouco desenvolvidos, mas à medida que a ação se desenrola e o drama aumenta, os diálogos vão ficando mais longos e mais intensos. Grande parte da narrativa centra-se em monólogos da protagonista, que nos conta o seu passado enquanto escreve no diário. A trama divide-se, assim, entre o plano do presente e o plano do passado, ilustrado por flashbacks de experiências sexuais de Billie que nos ajudam a entender a sua história e a razão para a frustração que sente no momento presente.

Considero que, na verdade, toda a trama se desenrola à volta de uma afirmação de uma das personagens e do constante questionamento da sua veracidade: “A pessoa que te dá essa segurança não pode ser a mesma que te dá a adrenalina, o risco, a excitação, a luxúria. Não funciona assim.” Está aqui presente a temática da poligamia, cada vez mais falada, mas ainda pouco conhecida nos dias de hoje, como uma forma de relacionamento que acaba por fazer mais sentido para alguns. Neste caso, se houvesse mais abertura de mentalidade por parte das personagens, a poligamia poderia ter sido um rumo viável. Confesso que a abordagem do tema, ainda que um pouco indireta, despertou o meu interesse, já que quero sempre aprender mais sobre o ser humano e acho fundamental que este conhecimento seja passado ao espectador, abrindo horizontes. Outros temas presentes nesta série são a importância da componente sexual numa relação amorosa, a rotina e monotonia de um casamento, o poder do desejo carnal, o bem-estar individual em contexto da relação e ainda as relações tóxicas.

Em termos de imagem, nos momentos de flashback predominam os tons escuros e rosados, alusivos à sexualidade e sensualidade femininas. A banda sonora transmite o mistério e suspense aliado à trama.

Tenho que confessar que, no início, a série não pareceu ter muita profundidade em termos de enredo e da problemática central da trama, mas a partir de certa altura deparamo-nos com acontecimentos inesperados um após o outro, o que cria confusão e mistério, de tal forma que desperta curiosidade no espectador e deixa-o colado ao ecrã, entendendo que afinal a série é mais complexa e bem mais interessante. Apesar de não ser uma série muito elaborada em termos de enredo, é entusiasmante, cativante, surpreendente e altamente viciante. Se no início achei que me poderia aborrecer e que seria apenas mais um drama romântico, depressa fiquei colada ao ecrã e simplesmente tinha que descobrir como acabava a história. Nem planeava acabar a série tão rápido, mas com todo aquele mistério e adrenalina não descansei enquanto não a terminei. E tu? A postos para embarcar nesta viagem alucinante?

Melhor episódio:

Episódio 6 – A minha escolha deveu-se a este ser um episódio que considero fundamental na trama. Billie vê-se forçada a refletir sobre o que realmente se está a passar na sua cabeça e aquilo que realmente quer para a sua vida. Vemos neste episódio um leve questionamento da monogamia. É, portanto, um episódio de reflexão e busca do autoconhecimento, que obriga Billie a ir ao fundo do seu problema para entender o que se passa. O episódio termina com um acontecimento inesperado, que é como um balde de água fria para a nossa protagonista, que se vê obrigada a tomar uma decisão.

Personagem de destaque:

Billie Connelly – É Billie quem sofre uma grande evolução ao longo da trama, no seu processo de autodescoberta e aprendizagem; percorre um caminho doloroso que a faz crescer. A forma como nos relata o seu passado é poderosa e adiciona à série uma sensualidade e intensidade indispensáveis, dando espaço ao espetador para criar empatia com a sua personagem.

Inês Rodrigues

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